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segunda-feira, 19 de julho de 2010

OS TIPOS DE INTELIGÊNCIA HUMANA

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Fala-se muito sobre a inteligência humana. Dizem haver pessoas mais inteligentes que outras. Há afirmações de que as mulheres são mais inteligentes que os homens, porque possuem maior sensibilidade, guardam, por maior tempo, informações na memória. Mas o que impressiona, na humanidade, é o fato de entre tantos seres vivos somente o ser humano possuir inteligência. Como esse caso se deu? Porque o homo erectus possui a inteligência ausente nos outros animais?
Segundo a ciência, a resposta se deve ao fato de o surgimento da inteligência na raça humana ser um evento fortuito, raríssimo, e cuja possibilidade de vir a ocorrer, novamente, num ambiente natural, diga-se, em outro planeta, é um número astronomicamente ínfimo. É um fenômeno raro de se repetir.
Na Universidade Harvard, há os estudos do famoso biólogo Ernst Mayr, que falam sobre a possibilidade de a natureza produzir seres inteligentes pelos processos evolutivos conhecidos. E, ali, ele afirma que os seres humanos são mesmo produtos sobrenaturais. De 30 milhões de espécies vivas, atualmente, e cerca de 50 bilhões de outras espécies vivas ou que já viveram e sumiram, somente o Homo sapiens desenvolveu inteligência superior. A média de sobrevivência de uma dada espécie, na Terra, anda por volta de 100.000 anos.
Com base nesses estudos de Harvard é possível dizer que a espécie humana atual, o Homo erectus, existe há 500.000 anos, aproximadamente. Mas foi há apenas 6.000 ou 8.000 anos a.C. que alguns homens abandonaram a vida selvagem, de caverna, e migraram à árdua agricultura, fato que tornou possível o aparecimento das primeiras aldeias sedentárias no Oriente Médio. Assim, os primórdios da civilização humana e urbana remontam aos mais primitivos sítios neolíticos, em Jericó, há 6000 a.C. e em Jarmo, no Iraque, há 4500 a.C.
Ainda, tomando por fonte os estudos da Universidade de Harvard, particularmente aqueles do psicólogo e neurocientista Daniel Goleman, há três tipos de inteligência:
1) A inteligência intelectual - É a inteligência analítica pela qual se elaboram conceitos e se faz ciência. Com ela organiza-se o mundo e soluciona-se problemas objetivos. Nessa classificação reside o famoso QI (Quociente de inteligência) ao qual se deu tanta importância em todo o século XX.
2) A inteligência emocional – É a inteligência que foi popularizada pelo psicólogo e neurocientista de Harvard, Daniel Goleman, com seu conhecido livro “A Inteligência emocional” (QE=Quociente emocional). Empiricamente ele mostrou o que era convicção de toda uma tradição de pensadores, desde Platão, passando por Santo Agostinho e culminando em Freud: a estrutura de base do ser humano não é razão (logos) mas é emoção (pathos). Os humanos são, primariamente, seres de paixão, empatia e compaixão e só em seguida, de razão. Quando se faz a combinação QI com QE é possível mobilizar a nós e aos outros.
3) A inteligência espiritual - A prova empírica desse tipo de inteligências nasceu de pesquisas recentes, feitas nos últimos dez anos, por neurólogos, neuropsicólogos, neurolinguistas e técnicos em magnetoencefalografia -- que estudam os campos magnéticos e elétricos do cérebro. Na convicção desses cientistas existe, nas pessoas, cientificamente verificável, outro tipo de inteligência pela qual não só são captados fatos, idéias e emoções, mas, também, percebidos nos contextos maiores de vida, totalidades significativas que dão sentido de pertencer ao Todo Universal. Essa inteligência torna o ser humano sensível a valores, a questões ligadas a Deus e à transcendência. Por isso ganhou o nome de inteligência espiritual. Também, por essa razão, neurobiólogos, como Persinger, Ramachandran e a física quântica Danah Zohar, batizaram essa região da inteligência dos lobos temporais de "o ponto Deus", que aciona a necessidade humana de buscar um sentido para a vida.
Então, entende-se a inteligência como o conhecimento chamado de raciocínio, que possui o ser humano, e utilizado por ele, através do que se conhece por memória. O raciocínio é a velocidade com que o ser humano recebe o conhecimento, enquanto a memória é o tempo que o conhecimento pode ser guardado na mente humana.
Por tudo que se leu sobre o assunto, os seres humanos podem possuir mais ou menos energia em suas células. Um homem pode possuir mais que outro, ou uma mulher mais que outra. Mas, habitualmente, as mulheres possuem mais energia que os homens. E como a mulher possui mais energia em seu cérebro, a velocidade do conhecimento para sua mente será mais lenta, mas, em compensação, a mulher, por esse mesmo motivo, demorará mais tempo que o homem para perdê-lo, ou seja, as mulheres possuem uma memória bem maior que a dos homens.
Assim, se se levar em conta que a inteligência é o conjunto formado pela memória mais raciocínio, os dois empatam. Porém a mulher, apesar de precisar de mais tempo para raciocinar, terá a memória a seu favor, e sempre terá opiniões mais sensatas que as dos homens, além de um temperamento bem mais calmo para chegar a conclusões satisfatórias e sensatas.
Agora, a questão crucial do ser humano atual, segundo estudos científicos, reside no fato de ele possuir a inteligência intelectual sem o desenvolvimento da inteligência sentimental. Daí nasce o conflito entre a razão e a emoção. E desse conflito surgem tantos episódios desabonadores da raça humana, como a brutalidade, a violência, a imbecilidade, a animalidade, o descontrole diante de fatos e situações da vida, como mostram jornais, telejornais, revistas, reportagens, todos os dias.
Concluindo, é nesse desequilíbrio do sentimento e da razão que repousa, atualmente, a dolorosa realidade do mundo. O grande erro das pessoas foi entronizar apenas a inteligência, olvidando os valores legítimos do coração nos caminhos da vida. Em decorrência disso o mundo vivencia cenas e situações que envergonham a humanidade.Então, é bom agir aliando a razão com a emoção, na busca de uma melhor qualidade de vida no Planeta Terra. O ser humano precisa viver, sempre, no mundo da felicidade!
DICAS DE GRAMÁTICA

ALUGAM-SE CASAS ou ALUGA-SE CASAS?

- Alugam-se casas. O verbo concorda, sempre, com o sujeito. Igualmente diz-se: Fazem-se consertos. / É assim que se evitam acidentes. / Compram-se terrenos. / Procuram-se empregados./Publicam-se livros.
COMPROU UM GRAMA DE OURO ou COMPROU UMA GRAMA DE OURO?
- Comprou um grama de ouro. Grama, peso, é palavra masculina: um grama de ouro, vitamina C de dois gramas. Femininas, por exemplo, são a agravante, a atenuante, a alface, a cal, a grama = capim etc.

terça-feira, 6 de julho de 2010

POR QUE UMA LÍNGUA MUDA COM O TEMPO?

Relogio1

As pessoas ficam, sempre, a se perguntar por que uma língua não permanece estável no curso da vida? Uma língua muda porque é falada segundo os costumes, a cultura, as tradições, modernização tecnológica e o modo de viver da população. Depois, há para considerar o fator tempo que altera todas as coisas. Assim, não existe razão para que a língua escape a essa lei universal. A língua, igualmente as pessoas, quer palpitar, crescer, tornar-se flexível e colorida, enfim, viver.

A mudança que se observa numa dada língua, no decorrer do tempo, tem paralelo na mudança dos conceitos de vida, na mudança das artes, da filosofia, da ciência e até da própria natureza. Essa evolução temporal, mudança diacrônica ou história, é um dos aspectos mais evidentes da variação ou mudança que se processa em toda e qualquer língua. Antigamente, no Brasil, se falava cutex ao invés de esmalte, petisqueira no lugar de armário, penteadeira ao invés de cômoda, rouge no lugar de blanche, ceroula ao invés de cueca. São exemplos que ilustram a mudança diacrônica ou histórica.

Considera-se, também, que a língua varia no espaço, razão porque a língua portuguesa apresenta variedades nacionais e internacionais. É a mesma língua, mas com traços peculiares das regiões, dos países como Moçambique, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Angola, Cabo Verde, Timor Leste, Brasil. Nesse campo, ilustram-se diferenças lexicais entre Português do Brasil e o Português de Portugal:

Banheiro

Quarto de banho

Açougue / Açogueiro

Talho / Talhante

Fila

Bicha

Ônibus

Autocarro

Trem

Combóio

Toca-fitas

Leitor de cassetes

Tela (de TV)

Écran

Um "acontecimento" no Brasil...

....é um "facto" em Portugal

Terno

Fato

Menino / garoto

puto

Meias masculinas

Peúgas

Cueca

Boxer

Multa

Coima

"meia"

6 (seis)

Galera

Turma

Embarcação

Galera

Usuário

Utilizador

Xerox

Fotocópia

Assim, as variedades nacionais de um idioma não apresentam uma uniformidade interna, são constituídas por variantes geográficas que os dialectólogos denominam dialetos. Também há as variações decorrentes dos diferentes grupos sociais a que pertencem os falantes, tal como variações de faixa-etária, sócio-culturais e sócio-profissionais. São exemplos de variações por faixa-etária: idoso>coroa>velho; homem>rapaz>tiozinho; baile>festa> balada. São exemplos de variações sócio-culturais: festa>arrasta-pé>piseiro; briga>confusão>furdunço>baixaria>barraco;namorar>ficar; moça> mina> filé. Exemplo de variação sócio-profissional no meio jurídico: Accipiens>credor de boa fé de prestação que não lhe é devida; actio in personam>ação pessoal ou sobre pessoa; ad hoc> Substituição temporária para o caso específico; ad judicia> para o foro em geral, para fins judiciais; ad referendum> na dependência de aprovação de autoridade competente; Caput> Cabeça; Corpus delicti> Corpo de delito.

Dos poucos exemplos que ilustram as mudanças e variações lingüísticas, observa-se ser impossível dar conta de todos os fenômenos de mudança e variação dentro de uma língua. É como diz o linguista Edward Sapir: “não podemos antecipar a deriva (*mudança – grifo nosso) e manter, ao mesmo tempo, nosso espírito de casta”, ou seja, sustentar, em meio à pluralidade social, uma modalidade castiça da língua. Ou dizendo, em outras palavras, manter o purismo lingüístico.

A língua falada e língua escrita também se contrapõem. Diz-se “Me empresta a caneta? Mas, dependendo das circunstâncias, ainda se escreve ”Empresta-me a caneta?”; “Eu lhe conheço” ao invés de “Eu o conheço”; Tem aula hoje? Ao invés de “Há aula hoje?”; “Vou sair” no lugar de “sairei”.

O estudo da língua como um diassistema, abordando todas as variedades, não é apenas importante, mas também indispensável para o conhecimento do idioma. Descrever uma língua, sincronicamente, é apresentá-la diastrática e diatopicamente e proceder à análise de seus fatos. No que diz respeito à Língua Portuguesa do Brasil, essa tarefa pertence àquelas pessoas que elaboram os Atlas Linguísticos até, então, publicados no país e daqueles em andamento, como é a confecção, sob nossa responsabilidade, do Atlas Etnolinguístico do Acre.

DICAS DE GRAMÁTICA

EXISTE MUITAS ESPERANÇAS ou EXISTEM MUITAS ESPERANÇAS NA ELEIÇÃO DE TIÃO VIANNA?

- Existir, bastar, faltar, restar e sobrar admitem normalmente o plural: Existem muitas esperanças. / Bastariam dois dias. / Faltavam poucas peças. / Restaram alguns objetos. / Sobravam idéias. Assim, segundo a norma gramatical: Existem muitas esperanças na eleição de Tião Vianna.

VAMOS ASSISTIR O JOGO ou VAMOS ASSISTIR AO JOGO?

- O verbo assistir como presenciar exige a: Vai assistir ao jogo, à missa, à sessão. Outros verbos com a: A medida não agradou (desagradou) à população. / Eles obedeceram (desobedeceram) aos avisos. / Aspirava ao cargo de diretor. / Pagou ao amigo. / Respondeu à carta. / Sucedeu ao pai. / Visava aos estudantes. Assim, é correto dizer: Vamos assistir ao jogo!

A vida da gente é feita assim: um dia o elogio, no outro a crítica. A arte de analisar o trabalho de alguém é uma tarefa um pouco árdua porque mexe diretamente com o ego do receptor, seja ele leitor crítico ou não crítico. Por isso, espero que os visitantes deste blog LINGUAGEM E CULTURA tenham coerência para discordar ou não das observações que aqui sejam feitas, mas que não deixem de expressar, em hipótese alguma, seus pontos de vista, para que aproveitemos esse espaço, não como um ambiente de “alfinetadas” e “assopradas”, mas de simultâneas, inéditas e inesquecíveis trocas de experiências.