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sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

QUAL O PAPEL DA EDUCAÇÃO DIANTE DE UMA SOCIEDADE VIOLENTA?

 

Inicialmente, desculpo-me com os leitores por abordar, com dureza, a questão da violência escolar, em artigo anterior. O estilo forte resulta da preocupação com aquilo que avisto nos ambientes escolares, nas imediações das escolas, na conversas com estudantes e professores. São constatações que despertam o desejo em contribuir, de alguma forma, para que se tenha um mundo melhor. Partindo do princípio de que num ambiente familiar e/ou escolar, quiçá em ambientes sociais, somos educadores e educandos, na medida em que educamos e aprendemos, nosso papel torna-se mais eficiente se atuamos na mudança das atitudes, consideradas violentas em todas as suas nuances

Coloco-me contrária à posição de "laissez-faire". Dessa forma, o ser humano fica à deriva, fruto do momento onde os parâmetros sócio-culturais encontram-se abalados pelo excesso de liberdades. E, dessa forma, o desejo de saber e a arte de ensinar se enfraquecem. Ganha força a violência, cortando fronteiras até então sagradas. Antes, o professor uma figura respeitada, intocável. Hoje uma criatura massacrada, humilhada, insultada, numa profissão que o governo não elege como prioritária ao crescimento da nação. O envolvimento social é fator importante para a mudança do atual quadro. Junte-se a nós, caro leitor, na construção de um país mais humano, na proteção da juventude atual.

E nesse mundo tão conturbado o que é a violência? Segundo o Dicionário Houaiss, violência é a “ação ou efeito de violentar, de empregar força física (contra alguém ou algo) ou intimidação moral contra (alguém); ato violento, crueldade, força”. No aspecto jurídico, o mesmo dicionário define o termo como o “constrangimento físico ou moral exercido sobre alguém, para obrigá-lo a submeter-se à vontade de outrem; coação”. Já a Organização Mundial da Saúde (OMS) define violência como “a imposição de um grau significativo de dor e sofrimento evitáveis”. Mas os especialistas afirmam que o conceito é muito mais amplo e ambíguo do que essa mera constatação de que a violência é a imposição de dor, a agressão cometida por uma pessoa contra outra; mesmo porque a dor é um conceito muito difícil de ser definido.

Para todos os efeitos, guerra, fome, tortura, assassinato, preconceito, a violência se manifesta de várias maneiras. Na comunidade internacional de direitos humanos, a violência é compreendida como todas as violações dos direitos civis (vida, propriedade, liberdade de ir e vir, de consciência e de culto); políticos (direito a votar e a ser votado, ter participação política); sociais (habitação, saúde, educação, segurança); econômicos (emprego e salário) e culturais (direito de manter e manifestar sua própria cultura). As formas de violência, tipificadas como violação da lei penal, como assassinato, seqüestros, roubos e outros tipos de crime contra a pessoa ou contra o patrimônio, formam um conjunto que se convencionou chamar de violência urbana, porque se manifesta principalmente no espaço das grandes cidades.

Para que possamos entender melhor os determinantes da violência e o papel da educação, algumas questões nos parecem pertinentes para ajudar nessa reflexão. De que forma a violência brota na sociedade? Quais os valores que têm norteado as diferentes práticas sociais e entre estas, a educacional? Qual o papel da educação e da escola diante de uma sociedade com características violentas? Estas são perguntas fundamentais.

Hoje, a violência está estampada nos grandes centros do país e se apresenta de diferentes formas. O problema tomou tal dimensão que passou a ser visto como uma questão de utilidade pública, pois sua manifestação se propaga em proporções semelhantes às das doenças infecciosas, uma vez que afeta as grandes metrópoles, a vida de milhões de pessoas. Portanto, esta problemática não é uma característica, apenas, da sociedade brasileira. Outros países da América Latina e da América Central também vivem experiências de taxas elevadas de violações dos direitos humanos, inclusive a violação do direito à vida.

E qual é o papel da educação e da escola nesse contexto? Se se entende que a educação é um processo de construção coletiva, contínua e permanente de formação do indivíduo, que se dá na relação entre os indivíduos e entre estes e a natureza, a escola é, portanto, o local privilegiado dessa formação, porque trabalha com o conhecimento, com valores, atitudes e a formação de hábitos. Então é importante que "a escola seja um espaço onde se formam as crianças e os jovens para serem construtores ativos da sociedade na qual vivem e exercem sua cidadania. Pode-se reverter um pouco o quadro da violência trabalhando questões como cidadania e respeito, aliando um elemento auxiliar na socialização, mostrando à criança o que é direito e dever, o que é público e privado.

A educação escolar não deseja formar seres insensíveis e sim pessoas capazes de se indignar, de se escandalizar diante de toda forma de violência, de humilhação. A atividade educativa deve ser o espaço onde as pessoas expressam e partilham indignação pelo que está acontecendo. Agindo dessa forma o educador/professor nutre a esperança de sair da utopia e mergulhar num mundo capaz de valorizar o processo educacional como a única saída salvadora para a violência no mundo. A escola é um espaço privilegiado onde as pessoas têm contato com uma cultura formal de vida.

Em tese, a formação do cidadão vem de berço, da família, onde virtudes como solidariedade, respeito ao outro, tolerância devem ser cultivados. Mas, na realidade, o que acontece é que muitas famílias não tem a menor condição de dar isso a seus filhos, porquanto não receberam esse legado de seus ancestrais. Em decorrência dessa lacuna, a escola precisa ser um espaço de formação de cidadãos ativos e conscientes, integrando toda a comunidade escolar - alunos, pais, professores e funcionários - em atividades que tenham como objetivo educar pessoas para viverem em sociedade, com paz, respeito às diferenças, exercitando a plena democracia.

DICAS DE GRAMÁTICA

ACENTO CIRCUNFLEXO
-  Cai o acento circunflexo em substantivos e verbos com presença de hiatos (duplo “o” e duplo “e”). Exemplo: vôo; enjôo; lêem; vêem. Como fica: voo; enjoo; leem; vêem.

A PRESENÇA ITALIANA NA LÍNGUA PORTUGUESA

 

Uma língua viva, falada, recebe, naturalmente, influências de outras culturas. E, em artigos anteriores, falou-se da herança de outros povos na formação da língua portuguesa. Comentaram-se as influências: francesa, inglesa, espanhola, árabe, tupi, africana, grega. O texto de hoje contribui na compreensão da herança italiana na língua portuguesa.

É fato que o léxico de uma língua é formado por palavras vindas de vários lugares, e que isso depende do contato que os povos tiveram entre si. No português, temos palavras germânicas, árabes, francesas, italianas, japonesas, chinesas, só para ilustrar alguns legados, e nós as aprendemos quando precisamos usar. Por isso qualquer pessoa que entra num shopping center assimila o que é 50% off' (desconto de 50%) e isso não impede a comunicação.

O Brasil, em final do século XIX, recebeu levas de imigrantes de todos os cantos do planeta, mas nenhum influenciou tanto a cidade de São Paulo quanto os italianos. Eles vieram para a lavoura do café a partir de 1877 e faziam a rota contrária: do interior para a capital de São Paulo. Tanto foi assim que já no começo do século XX constituíam praticamente a metade da população da cidade. E, assim, da mistura da língua italiana com o português criaram aquilo que se chamou de “língua brasileira”.

As influências estão presentes em toda parte, na culinária, na passionalidade, no vestir, na educação, nas expressões, na música, na ciência e nas artes. Das correntes de imigração, os italianos só perderam, no final do século XIX, para os portugueses... os nossos descobridores.

O brasileiro é conhecido por gostar do tradicional arroz e feijão e, também, por apreciar um prato de massa. Assim é que muitas palavras da culinária italiana ingressaram no português de forma definitiva. Dentre elas enumeramos: Lasanha: lazanha/lasanha; Nhoque:enhoque/ nhioque; Espaguete: spaguetti/espaguete/ spaghet; Muçarela: mussarela/musarela/muzzarella; Pizza: piza; Taglierini: talharim/ Ravioli: ravióli; Panetone: panetone.

Algumas dessas palavras são grafadas de forma diferente de um canto ao outro do Brasil, ora com /s/ ora com /z/. Esse comportamento também é notado nos dicionários que registram essas formas aportuguesadas. Lasanha, por exemplo, em italiano se escreve com "s" e "gn", ou seja, "lasagna", e em português com "s" e "nh", "lasanha". Depois, vê-se "nhoque". Em italiano, é "gnocchi", mas, em português, escreve-se com "nh" no começo e "que" no final ("nhoque"). Vê-se também "espaguete", que em italiano se escreve "spaghetti" e vem de "spago", que quer dizer barbante. Há, ainda, a palavra mozarela/muçarela/mozzarella.

Segundo Pacheco Júnior, autor de "Gramática Histórica da Língua Portuguesa", cerca de 300 palavras italianas foram incorporadas ao português falado no Brasil. São exemplos: cantina, caricatura, fiasco, bravata, poltrona, alegro, aquarela, bandolin, camarin, concerto, maestro, piano, serenata, alarme, boletim, carnaval, confete, macarrão, mortadela, salsicha, além, é claro, do "ciao", tranformado em "tchau".

No Brasil, a imigração italiana foi tão forte que, segundo os dados oficiais, pode-se afirmar que de 1870, até hoje, a influência italiana no Brasil chegou a ultrapassar a influência portuguesa, tendo sido registrada a entrada de mais pessoas de nacionalidade italiana (34% do total) que de nacionalidade portuguesa (28%), enquanto que todas as outras nacionalidades juntas (espanhóis, japoneses, alemães, sírios/turcos etc) somam os 38% restantes.

Foi assim que nas comemorações dos 500 anos do Brasil o IBGE apresentou dados oficiais sobre a imigração no país, segundo os quais cerca de 1,5 milhões de italianos escolheram o Brasil como segunda pátria. A maior parte entrou nos Estados de São Paulo, Rio grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Espírito Santo. Esses imigrantes aqui constituíram parte significativa da família brasileira e, por isso mesmo, cada brasileiro carrega consigo, no vocabulário, traços culturais do italiano.

DICAS DE GRAMÁTICA

ESTA E ESTÁ, QUANDO USAR UMA OU OUTRA FORMA, PROFESSORA?

- Professora Toinha, esta caneta que está aqui é sua?

Esta - pronome demonstrativo, pois indica o lugar ou a posição dos seres e objetos em relação à pessoa que fala. 

Está - verbo estar - indica um estado ou qualidade.

Ex.:

a. Esta conversa já está ficando aborrecida.

b. Esta criança já está na escola.

c. Está incomodando esta música?

d. Está disposto a ganhar esta partida?

e. Esta janela está aberta.

HOUVE E OUVE, COMO USÁ-LOS?

Ouve: verbo ouvir, escutar. 

Houve: verbo haver, no sentido de acontecer, existir, sair-se bem ou mal.

Ex.:

a. Fale mais alto. Ele não ouve muito bem.

b. Em 1865 houve uma guerra entre o Brasil e o Paraguai.

c. Fale mais perto e baixinho, senão ela ouve o segredo.

d. Não fique nervoso. Não houve nada de grave.

e. Houve muita confusão no jogo de domingo.

f. Ela só ouve música clássica.

GREGOS E FENÍCIOS LEGARAM AO MUNDO O ALFABETO LATINO

 

O alfabeto, ou abecedário, é o conjunto das letras de uma língua, colocadas numa ordem convencional. A palavra alfabeto compõe-se de alpha + beta, as duas primeiras letras do alfabeto grego, correspondentes ao nosso a e b. Durante muitos séculos, a Antiguidade não conheceu uma forma absolutamente precisa de comunicar ou registrar, por escrito, as palavras faladas. Existiam, então, entre os vários povos, diversos sistemas de escrita, todos mais ou menos iguais porque se baseavam na ideografia, isto é, consistiam em representar as idéias por meio de pinturas ou desenhos.

          Esse processo se foi desenvolvendo pouco a pouco, culminando no verdadeiro elemento fonético, representado pela escrita cuneiforme na Mesopotâmia, e hieroglífica no Egito, desde o ano 3000 a.C., quando determinados sinais, independentemente da sua forma, passaram a representar um valor fonético isolado. Coexistiam, todavia, com um sistema de ideogramas; a escrita cuneiforme baseava-se numa fonética silábica; e a hieroglífica era ora silábica, ora consoante. Em outras palavras, esses caracteres tinham um valor ora ideográfico ora fonético e, ainda quando fonéticos, podiam representar uma multiplicidade de sons.

         É impossível determinar, com exatidão, a data do aparecimento do alfabeto. Em dezesseis textos achados em Serabit-el-Khaden, na Península do Sinai, escritos em língua semítica, existem cerca de 27 sinais diferentes, semelhantes aos hieróglifos, mas de critério nitidamente alfabético. Discute-se, entretanto, se a data destes documentos é da época de 1900 a.C. ou do começo do primeiro milênio.
         Segundo dados históricos, no começo de 900 a.C., a Grécia adotou o alfabeto fenício que tomou feitio próprio no século IV a.C., com a formação definitiva do alfabeto jônico, ainda hoje utilizado, composto de 24 letras. Alguns alfabetos europeus se originam do fenício e outros do grego. O alfabeto latino, ou romano, foi criado no século VIII a.C. (mais precisamente 753 a.C.), de acordo com a lenda. Baseou-se no alfabeto etrusco, que derivava do grego. Das vinte e seis letras etruscas originais, os romanos adotaram vinte e uma. E usavam 23 letras para escrever em Latim: A B C D E F G H I K L M N O P Q R S T V X Y Z. Não havia letras minúsculas, I e V podiam ser usadas como vogais e como consoantes, e K, X, Y e Z eram usadas apenas para escrever palavras de origem grega. As letras J, U e W foram adicionadas ao alfabeto num estágio posterior para escrever outras línguas diferentes do Latim. J é uma variante de I, U é uma variante de V e W foi introduzido como "duplo V" para fazer a distinção entre os sons [v] e [w]. Os manuscritos mais antigos reproduziam, com leves alterações, a escrita maiúscula das inscrições. Desta nasceu a escrita oficial e, da cursiva romana, conhecida por ser utilizada em atos oficiais, nasceram os carateres minúsculos utilizados pelos copistas do Ocidente.

           O alfabeto latino se disseminou pela área Mediterrânea: Itália, França, Espanha, Grécia, Catalunha, Portugal, Córsega, Egito. Chegou, ainda, na Ásia Menor. Depois se disseminou para os povos germânicos da Europa setentrional, com o Cristianismo, tomando o lugar das runas dos vikingos. Na Idade Média, o alfabeto latino chegou aos povos eslavos ocidentais: poloneses, tchecos, croatas, eslovenos e eslovacos, considerando que essas nações se submeteram à expansão do Cristianismo Romano. Os eslavos orientais adotaram o Cristianismo Ortodoxo e o alfabeto cirílico. Os países bálticos como a Lituânia, Estônia, Letônia e Finlândia e aqueles de línguas não européias, como a Hungria, adotaram, também, o alfabeto latino.
         Nos últimos 500 anos, o alfabeto latino se disseminou pelo mundo. Passando pelas Américas, Austrália, e partes da Ásia, África, e o Pacífico, com a colonização européia, através dos idiomas: espanhol, português, inglês, francês, e holandês. No século XVIII, o romeno adotou o alfabeto latino; apesar do romeno ser um uma língua românica, os romenos eram predominantemente cristãos ortodoxos, e até o século XIX a igreja usava o alfabeto cirílico. Também o Vietnã, sob ordens da França, adaptou o alfabeto latino para se usar com o vietnamita, que anteriormente usava caracteres chineses. O alfabeto latino também é utilizado por muitas línguas austronésias, inclusive o tagalog e outros idiomas filipinos, e as línguas oficiais da Malásia e Indonésia substituíram os alfabetos Árabe e Bramânica indiana, para adotarem o latino. Em 1928, como parte das reformas de Kemal Ataturk, a Turquia adotou o alfabeto latino para o turco, substituindo o alfabeto árabe. Depois do colapso da União Soviética, em 1991, muitas das recém-indepententes repúblicas turcófonas adotaram o alfabeto latino, abandonando o cirílico.

           Azerbaijão, Uzbequistão e Turcomenistão adotaram oficialmente o alfabeto latino para o azéri, o uzbeque e o turcomeno, respectivamente. Na década de 1970, a República Popular da China desenvolveu uma transliteração oficial do mandarim para o alfabeto latino, chamada Pinyin. Contudo o uso de caracteres chineses ainda é predominante.

           O alfabeto ocidental atual é o alfabeto latino de 26 letras. É composto por: A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T U V W X Y Z. Sobre o Latim, língua originária das dez línguas românicas, foi no século XV que ele começou a perder sua posição dominante na Europa como língua de estudiosos e religiosos. Foi amplamente substituído por versões escritas das línguas vernaculares européias, muitas das quais eram descendentes ou haviam sido fortemente influenciadas pelo Latim.

           O Latim moderno foi usado pela Igreja Católica Romana até meados do século XX e continua sendo eventualmente usado, principalmente na cidade do Vaticano, onde é uma das línguas oficiais. A terminologia latina é extensivamente usada por biólogos, paleontologistas e outros cientistas para dar nome a gêneros e espécies. Também é muito utilizada por médicos e advogados. O sistema ortográfico adotado atualmente no Brasil é o aprovado pela Academia Brasileira de Letras, na sessão de 12 de agosto de 1943, e simplificado pela Lei nº. 5.765, de 18 de dezembro de 1971. O alfabeto possui 23 letras: A B C D E F G H I J L M N O P Q R S T U V X Z. Além dessas letras, há três que só podem ser usadas em casos especiais: K, W e Y.

         Para concluir, ressalta-se a importância do alfabeto latino, no mundo, com a transcrição do Artigo 1º da Declaração Universal de direitos Humanos, que assim escreve: Omnes homines dignitate et iure liberi et pares nascuntur, rationis et cons-cientiae participes sunt, quibus inter se concordiae studio est agendum. Tradução: Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotadas de razão e consciência e devem agir em relação umas às outras com espírito de fraternidade.                             

DICAS DE GRAMÁTICA
MEU ÓCULO, MEU ÓCULOS, MEUS ÓCULOS?

- Meus óculos, é claro. Esse plural se explica porque se trata de um par, assim como as meias, os sapatos, os brincos, as calças, as algemas, as luvas.
O INGRESSO É GRATUÍTO OU GRATUITO?
           - O ingresso é gratuito. A pronúncia correta é gratúito, assim como circúito, intúito e fortúito (o acento não existe e só indica a letra tônica). Da mesma forma: flúido, condôr, recórde, aváro, ibéro, pólipo.
VENDEU UM GRAMA DE OURO OU VENDEU UMA GRAMA DE OURO?
           Vendeu um grama de ouro. Grama, peso, é palavra masculina: um grama de ouro, vitamina C de dois gramas. Femininas, por exemplo, a grama (erva), a agravante, a atenuante, a alface, a cal, etc.
ELA ERA MEIA LOUCA OU MEIO LOUCA?
- Ela era meio louca. Meio, advérbio, não varia: meio louca, meio esperta, meio amiga

O ABRE-ALAS DA INTELIGÊNCIA SOCIAL

 

Observa-se uma tendência coletiva, em função de trabalho ou hábito de Internet, o isolamento, cada vez mais freqüente, entre pessoas. Tanta gente convive com poucas amizades e outras tantas pessoas se recusam ou evitam a alargar os horizontes sociais. Em verdade, as pessoas, hoje, sentem medo das outras, em especial daquelas desconhecidas. Mas o fato real é que a pessoa humana, como ser social, necessita exercitar e alargar a sua inteligência social, como uma necessidade que se tem e um caminho mais amplo para se alcançar a felicidade, a alegria de viver. Necessitamos conhecer novas pessoas, descobrir nelas afinidades ou valores que nós admiramos, respeitamos e desejamos compartilhar.

E essa tarefa de conhecer novas pessoas, dialogar com elas é tão importante quanto cultivar relacionamentos já existentes. O novo é literalmente inovador, pleno de oportunidades e quem busca relacionar-se e transitar em diversas rodas de amizades desenvolve e exercita, como essa prática, a inteligência social, ao tempo em que trabalha com a inteligência emocional.

O renomado psicólogo Daniel Goleman, autor do best seller “Inteligência Emocional”, criou um guia para a compreensão e utilização dessa inteligência. Ali afirma que essa inteligência pode ser desenvolvida ao longo da vida. Em resumo, podemos aprender a utilizar as competências da inteligência e, assim, evoluirmos intelectualmente e socialmente. Então, sabendo que há vários tipos de inteligência, o cientista diz que a inteligência social é a real aplicação da inteligência emocional no mundo das relações interpessoais.

Desta forma, começa-se a compreender que para sermos socialmente inteligentes precisamos, de fato, conviver socialmente. Por isso nós construímos e desenvolvemos a inteligência social interagindo no meio em que vivemos, estimulando nosso cérebro com cultura, conhecimento, costumes, hábitos. Essas experiências novas e contínuas desencadeiam valiosas conexões neurais em nossa máquina cerebral, que moldam nossas emoções, criando, desse jeito, um ser humano sociável, empático, totalmente adaptável ao meio e ao convívio com outras pessoas, de forma saudável, integralizadora.

Na atualidade, após tantos estudos, os cientistas afirmam que as inteligências múltiplas podem ser menos ou mais ativadas em nosso cérebro. E para que isso aconteça contam-se como fatores determinantes as oportunidades disponíveis no ambiente sócio-cultural e, também, das decisões e escolhas pessoais ou do grupo de convívio. Estes fatores são tão específicos e variantes que moldam o ser humano como espécime único, com inteligências diferenciadas e totalmente adaptadas ao meio.

Por isso mesmo uma das competências mais requisitadas e apreciadas no universo profissional é a inteligência social, capacidade que proporciona maior colaboração entre indivíduos, desenvolvendo a empatia e a habilidade de trabalhar em grupo e conviver em comunidade, com maior interação, envolvimento e comprometimento. O poder “Inteligência Social” é a capacidade de alguém lidar com outras pessoas e compreender os sentimentos alheios, os relacionamentos sociais e as convenções morais. Pessoas com alta Inteligência Social são sensíveis, têm tato, sabem ser atenciosas, calorosas, amigáveis. Preferem o elogio ao invés da crítica, assim como sabem evitar conflitos e discussões. Dão grande atenção a afetos e paixões e tendem a decidir com base em sentimentos. São boas em fazer amigos, influenciar pessoas e transmitir sua disposição aos demais. Isso não significa que sejam necessariamente pessoas éticas, justas ou bondosas. Pois podem ser simplesmente bons manipuladores das emoções alheias.

O estudioso Goleman ensina que a construção dos nossos relacionamentos – as quais denomina de networking - não moldam apenas nossas experiências, mas principalmente nosso corpo físico, literalmente nossa biologia. Isso pode nos afetar de maneira maligna ou benigna, pois somos o que vivemos! Relacionamentos desagradáveis constroem verdadeiras “bombas-relógio” emocionais dentro de nós, que são montadas lentamente, ao longo da vida, prontas para explodir tomando formas como: descontrole emocional, estresse, ansiedade, doenças cardíacas e respiratórias, úlceras entre tantos outros males que afligem a população contemporânea.

Enquanto os relacionamentos agradáveis, são celeiros de experiências positivas e saudáveis ao nosso corpo e, principalmente, ao cérebro, abastecendo-o de informações que construirão o ser profissional e social que nos tornamos, pouco a pouco, aptos e dispostos ao relacionamento interpessoal.

Dessa forma, obter os benefícios do networking não é difícil, apenas exige empenho e dedicação full time, pois como se sabe, o ser humano está sempre em processo contínuo de trabalho e desenvolvimento de sua inteligência social. Um cérebro menos ou mais sociável é fruto do exercício do convívio, do relacionamento e do acúmulo de experiências desde a mais tenra idade.

Pode-se concluir dizendo que conquistar o ápice do sucesso profissional ou pessoal depende do estímulo, das escolhas e, principalmente, desse exercício cotidiano fantástico que é a prática incessante do networking, que leva a pessoa ao encontro de redes de relacionamento sólidas, gerando experiências valiosas, que lapidadas pelo convívio, constroem nossa inteligência social. Assim, seremos, com certeza, mais felizes.

DICAS DE GRAMÁTICA

INFRINGIR OU INFLIGIR, PROFESSORA?

- Os dois verbos, a depender daquilo que se deseja dizer.

Infringir significa transgredir: Infringiu o regulamento do trânsito.

Infligir (e não "inflingir") significa impor: O juiz infligiu séria punição ao réu.

QUAL E DIFERENÇA ENTRE SOB E SOBRE?

- Sob significa debaixo de: Ficou sob a mira do assaltante. / Escondeu-se sob a cama.

- Sobre equivale a em cima de ou a respeito de: Estava sobre o telhado. / Falou sobre a inflação.

A vida da gente é feita assim: um dia o elogio, no outro a crítica. A arte de analisar o trabalho de alguém é uma tarefa um pouco árdua porque mexe diretamente com o ego do receptor, seja ele leitor crítico ou não crítico. Por isso, espero que os visitantes deste blog LINGUAGEM E CULTURA tenham coerência para discordar ou não das observações que aqui sejam feitas, mas que não deixem de expressar, em hipótese alguma, seus pontos de vista, para que aproveitemos esse espaço, não como um ambiente de “alfinetadas” e “assopradas”, mas de simultâneas, inéditas e inesquecíveis trocas de experiências.