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segunda-feira, 30 de maio de 2011

AS PALAVRAS FAZEM HISTÓRIAS DE VIDA

Fonte: Internet – autoria desconhecida

O texto fala de palavras que contam histórias, pois a vida se constrói por meio das palavras, não há outra forma. Por isso mesmo alguém já disse que há palavras que nos atrapalham e outras que nos ajudam a viver. A escritora Clarice Lispector certa vez disse: "Mas você sabe que a pessoa pode encalhar numa palavra e perder anos de vida?"

E como seria isso possível, alguém encalhar numa palavra? Seria mais ou menos assim: a pessoa segue a vida como se estivesse dentro de um barquinho e, repentinamente, encalha numa palavra. Pode ser qualquer palavra: espírito, pai, trabalho, medo, paixão, aposentadoria, inconformismo, esperança, grandeza, alma, ferida, dor, ladrão, fome... Algumas palavras são paralisantes. O Brasil, por exemplo, já encalhou na febre amarela, na ditadura, na censura, na inflação. Agora está encalhado no desemprego, na corrupção, no subdesenvolvimento, na má política educacional, má saúde, falta de trabalho, muita fome.

Percebe-se, então, dos exemplos aqui postos, que com essa forma de se plantarem na nossa vida, as palavras alimentam-nos e nos matam, são remédio e veneno, iguais aos produtos de uma farmácia, são drogas que matam ou curam. De sorte que é uma questão de alquimia verbal saber administrá-las. E Aurélio Buarque, o farmacêutico de plantão, aconselha: “temos que dar oportunidade às palavras”. Quer dizer: elas não podem ficar por aí desprezadas no amorfo dicionário, têm de ser desfrutadas, expor-se à luz do nosso prazer, no uso de nossas vidas.

Como saber quais palavras paralisam ou constroem nossas vidas? É um exercício simples:: com um lápis e um papel a gente anota as palavras que paralisaram ou fizeram nossa vida avançar — palavras-coisas, palavras-pessoas. Depois, a gente analise como superá-las, vencê-las. Ao fazer isso a pessoa estará saindo das dificuldades, é um caminho, uma sugestão nessa luta da vida com as palavras.

Vê-se, então, que as palavras são espelhos d’alma. Elas traduzem os momentos de felicidade ou infelicidade de nossas vidas. Elas participam do nosso viver: encalham, reencalham, desencalham, são paralisantes, plantam-se na nossa alma, alimentam-nos, fuzilam-nos, são remédio e veneno, drogas para matar e para curar, não podem ser desprezadas, têm que ser desfrutadas, enfim, são palavras-coisas, palavras-pessoas.

Assim, esse dinamismo das palavras está relacionado à multiplicidade de sentidos que elas podem adquirir em função dos diferentes contextos e situações de uso. A essa multiplicidade de sentidos, chamamos de polissemia. Certas palavras têm uma história tão interessante que vale a pena contá-las; elas são parte da própria história e nos ajudam a entender melhor o mundo em que vivemos e o mundo do qual viemos. Deleitemos-nos, pois, com essas palavras que contam histórias.

A palavra escravo serve para que tenhamos uma visão mais ampla do problema da escravidão, muitas vezes situada apenas em termos da escravidão negra. Faz-se necessário entender que a escravidão era uma prática plenamente aceita, assim como a guerra e o saque, em tempos bem mais cruéis que os atuais. A escravidão primordial, que se estendeu por toda a Antigüidade, era basicamente uma escravidão de homens brancos, o que é cabalmente demonstrado pelo fato de a palavra escravo ser oriunda de sclavu(m) que, por sua vez, provém de slavu(m), que significava eslavo, um povo que vivia nas fronteiras do Império Romano e era freqüentemente capturado para servir de escravo. Daí a evolução do significado da palavra para o significado que permanece até hoje.

A palavra amor tinha originalmente um sentido passivo, indicando a qualidade de ser amado; será a influência germânica, com sua sociedade que valorizava bem mais as mulheres do que a sociedade romana, que transformará o sentido da palavra amor em ativo, indicando o sentimento de amar.

Finalizando o artigo, diz-se que o verdadeiro valor das palavras não se encontra no fato de elas serem ditas por lábios belos, com suavidade, gentileza e eloqüência, mas quando elas são proferidas com sabedoria, sobre uma verdade, e ditadas pelo coração daquele que fala.

DICAS DE GRAMÁTICA

SOB / SOBRE

- Sob significa "debaixo de". Sobre quer dizer "em cima de" ou "a respeito de". Assim, são incorretas as frases: Ficou sobre a mira do assaltante; Sobre esse ponto de vista, você está certo (o certo é sob a mira e sob esse ponto de vista).

SOBRESSAIR ou SOBRESSAIR-SE?

- Sobressair não é um verbo pronominal, portanto não tem o “se”. Exemplos: Ele sobressai (e não “sobressai-se”) entre os colegas. Foi o jogador que mais sobressaiu (e não “sobressaiu-se”) na partida. Verbos que também não são pronominais: simpatizar (e derivados), confraternizar e deparar.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

COMO AGIR NO CASO DE UMA TRAIÇÃO?

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Viver não é, apenas, uma arte, antes de tudo é uma benção de Deus. O filósofo, cientista e matemático francês René Descartes [o pai da Filosofia Moderna], entre tantas renomadas figuras do mundo, afirmou que “dentre todas as criaturas, somente os humanos foram criados à imagem de Deus”. Ele tentou provar a existência Divina através da razão. E Deus é pai amoroso, generoso, que ama cada um de seus filhos. Surpreende, então, o comportamento humano fugindo aos preceitos do Pai. Observam-se, por exemplo, pessoas traindo e outras sendo traídas por diferentes formas e razões. Traição é uma palavra forte, pesada, triste, ferina. Deriva do latim traditione, que significa ação ou efeito de trair; intriga; deslealdade; felonia; aleivosia; perfídia; cilada; infidelidade. Em todas as suas formas, a traição é danosa ao ser humano. Ninguém nasceu e viveu preparado para sofrer traição de nenhuma natureza. O ser humano nasceu para ser feliz.

Porém, nem sempre, a vida se apresenta serena, no que diz respeito ao relacionamento entre pessoas. O ser humano é o animal mais traiçoeiro que existe na face da terra. Homens e mulheres traem uns aos outros. Às vezes por banalidade, futilidades, falta de auto-estima, caráter, personalidade frágil, insegurança, fraqueza, falta de objetividade, ausência de sinceridade, negação de valores éticos, morais. Há pessoas desleais com elas mesmas. Vivem num mundo de ilusões, mentiras, falsidades, fantasias. Fingem ser uma coisa quando são outra completamente diferente.

E nesse mundo de mentiras, traições, superar uma decepção amorosa é algo sofrido e difícil, tanto para homens quanto para mulheres. O processo de recuperação é sempre doloroso. O que não se pode fazer é deixar que uma frustração dessa natureza influencie os relacionamentos sociais e a pessoa se transforme num mar de infelicidade.

A traição, a infidelidade é como arrancar o coração da alma de outra pessoa. Uma dor dilacerante, desdourante. Enquanto a dor do traidor é totalmente diferente da dor do traído. O traidor tem dor no orgulho e o traído tem a dor da alma e no vazio da esperança. A dor do traidor é arrogante e a do traído é humilhante. A pessoa fica envergonhada consigo e com o mundo, embora não carregue culpas. Sente-se enganada, ludibriada, lesada naquilo que tem de mais sagrado: os sentimentos do coração.

Sofrer uma desilusão amorosa é algo tão forte e sofrido que muita gente se tranca para o amor. Algumas pessoas ficam meses e até mesmo anos isoladas com medo de se envolver numa nova cilada. Elas criam uma barreira que impede qualquer aproximação afetuosa com o outro sexo. É um temor que toda a dor do passado passe a afligir, novamente, seu coração. Trancar-se para o mundo parece ser uma solução.

Segundo orientação psicológica, é importante para a pessoa que sofreu uma decepção amorosa dar a si mesma a chance de ser feliz. Se frustrar, achando que todas as pessoas são iguais, só vai prejudicar ainda mais a vida sentimental. É importante que a pessoa que está atravessando essa fase se dê uma oportunidade para ser feliz ao lado de alguém que valorize seu sentimento, valorize-a como pessoa, como profissional, colocando-a no centro da vida a dois.

A Psicologia orienta como se deve proceder para não fenecer de desilusão, tristeza, melancolia. Aqui estão algumas pistas:

- Fazer uma auto-análise e olhar se compensa se descabelar e estacionar no tempo por causa de outra pessoa;

- Lembrar-se que cada ser humano é um sujeito ativo, que precisa de trabalho, amizade, lazer, diversão. Logo, não há necessidade de estender a tal dor para a eternidade;

- Nunca olvidar de cultivar o amor. Caso contrário a pessoa ficará mais frustrada e com falta de perspectivas amorosas na vida;

- Ter consciência que a dor não passa de um dia para o outro. Muitas vezes é preciso chorar, não se pode ser forte o tempo inteiro. Embora o choro faça parte da vida, a tristeza não poderá ser uma coisa sem fim;

- Não esquecer que o coração é sempre capaz de amar.

Então, é importante à pessoa que sofreu a dor da traição abrir o coração e permitir que alguém possa adentrar, habitar, co-habitar, residir, morar. Agindo assim permite-se voltar ao amar novamente, pois somente desse modo a pessoa conseguirá preencher o vazio que ficou no coração. E, embora no início pareça que o mundo vai desabar, a vida segue seu curso, e há coisas importantes para fazer: erguer a cabeça e colocar o pensamento em outra área, seja escola, trabalho, família, amigos. Enfim, nessa fase a família, o trabalho, amigos ajudam muito. Porém o importante está dentro de cada pessoa: a coragem de seguir em frente e o desejo de ser feliz.

DICAS DE GRAMÁTICA

- São duas palavras que têm o mesmo som (homófonas), mas com significados diferentes. Vamos a eles:

Tachar = acusar, pôr tacha, atribuir um defeito; atribuir uma qualidade em sentido negativo. Exemplo: Maria tachou Francisca de ser falsa; Maria acusou Francisca de ser falsa.

Taxar = tributar, dar ou fixar tributo, taxa ou preço; atribuir uma qualidade em sentido positivo. Exemplo: A Prefeitura taxou os camelôs em 15%; A Prefeitura fixou taxa aos camelôs em 15%.

terça-feira, 17 de maio de 2011

AS PROFISSÕES DO FUTURO

Uma das maiores dificuldades das pessoas, no mundo atual, reside no mercado de trabalho. No Brasil, há uma multidão de desempregados. Os jovens vivem angustiados na escolha de um curso superior que lhe garanta sustentabilidade. Hoje se sabe que o mundo inteiro está em crise e muitos trabalhadores perderam os seus empregos e estão à procura de uma vaga de trabalho em um mundo muito concorrido. E, olhando essa realidade, quais são as profissões que mais bem pagas no Brasil? Atualmente, as pessoas não estão mais pensando em trabalhar em algo que lhes dê prazer, desejam um trabalho que garanta boa remuneração, boa qualidade de vida para si e sua família.

Todavia, esse sonho de bom emprego e boa qualidade de vida está se tornando cada dia mais difícil, principalmente em virtude da crise mundial financeira, excesso de pessoas a procura de trabalho, falta de boa qualificação e etc. E é por essa razão que os jovens estão se preocupando não somente em fazer uma faculdade e se qualificar na área de gostam, pensam, também, no campo que lhes proporcione uma melhor renumeração. Contudo, escolher a carreira na qual seguir é muito complicado e gera uma dezena de dúvidas. A maior preocupação está relacionada às áreas mais bem pagas, entre elas estão: Juízes e Desembargadores, Diretores Gerais, Médicos, Empresários de empresas de pequeno e médio porte, Engenheiros Eletroeletrônicos, Engenheiros Civis, Engenheiros, Profissionais em Pesquisa e Análise Econômica, Engenheiros Mecânicos, Diretores de Áreas de Apoio, Técnicos e Fiscais de Tributação e Arrecadação, Agrônomos, Engenheiros Químicos, Analistas de Sistemas, Cirurgiões Dentistas, Arquitetos, Advogados, Contadores e Auditores, Administradores, Nutricionistas, Engenheiros de Alimentos e outros. Essas são as áreas profissionais mais bem pagas no mercado brasileiro.

Mas as pistas não param aí. É preciso ter mais informações. Assim, buscando informar ao leitor o que há de consensual nos estudos prospectivos quanto ao futuro das profissões e do emprego no mundo, encontrou-se na Revista @prender mais de 100 fontes de informações sobre o tema e se selecionou as principais tendências mundiais, quanto o mercado de trabalho e as profissões.

Setores de maior probabilidade de crescimento para as próximas décadas

· Informática;

· Saúde;

· Meio Ambiente;

· Turismo, lazer e entretenimento;

· Biotecnologia;

· Administração;

· Tecnologia da Informação;

· Terceiro Setor;

· Educação.

"Profissões do Futuro"

· Administradores de Comunidades Virtuais.

· Engenheiros de Rede.

· Gestor de Segurança na Internet.

· Coordenadores de Projetos.

· Consultor de Carreiras.

· Coordenadores de Atividades de Lazer e Entretenimento.

· Designer e planejador de Games.

· Gestor de Patrocínios.

· Gestor de Empresas do Terceiro Setor.

· Especialista na preservação do Meio Ambiente.

· Engenharia Genética.

· Gerentes de Terceirização.

· Gestor de Relações com o Cliente.

· Especialista em Ensino a Distância (EAD).

· Tecnólogo em Criogenia.

Profissões de Futuro (com possibilidade de crescimento)

· Turismo;

· Hotelaria;

· Sistema de Informações (Informática);

· Comunicação Social;

· Moda;

· Administração;

· Gastronomia;

· Logística;

· Marketing;

· Telecomunicações;

· Comércio Exterior e Relações Internacionais.

O encolhimento e o desaparecimento de diversos mercados de trabalho é um movimento que já vem sendo acompanhado há mais de duas décadas. Só agora, no entanto, ele se configura como irreversível. Não há governo ou sindicato que possa alterar esse quadro. Absolutamente nada poderá deter a marcha da imprevisibilidade. Profissões desaparecerão, mas novas oportunidades surgirão. O que as pessoas precisam entender é que as coisas não serão mais como eram antes. O mundo passa por grandes mudanças e transformações. É natural, pois, que as necessidades de trabalho também mudem. É preciso ficar atento quanto ao mercado de trabalho, para não se cair em decepção.

DICAS DE GRAMÁTICA

CUSTOU PARA MIM ACREDITAR NELE OU CUSTOU PARA EU ACREDITAR NELE?

- Custou para eu acreditar nele", o uso de mim está adequado ao padrão culto da língua. O pronome eu exerce a função sintática de sujeito.

CARRASCO FEMININO?

- Não se deve dizer essa mulher é carrasca, pois carrasco não é adjetivo. Trata-se de um substantivo masculino, inspirado no nome de um algoz português do século XVII: Belchior Carrasco. O certo é dizer: essa mulher é um carrasco.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

O BRASIL HUMILHA SEUS PROFESSORES

 

A Constituição do Brasil estabelece que a educação é direito de todos os cidadãos e dever do Estado. O professor é peça fundamental para cumprir essa determinação da nossa Carta Magna. Mas assistimos, hoje, a uma assustadora carência de profissionais no magistério. Segundo o Ministério da Educação, faltam 710 mil professores no país, 235 mil só no ensino médio. Já de quinta a oitava série o número dobra, vai para 475 mil. Com o aumento do número de jovens matriculados no Ensino Médio, o Brasil pode passar por um apagão de professores. A situação se agrava quando se analisa a situação dos cursos de licenciatura nas universidades, que possuem as maiores taxas de evasão e a menor procura no vestibular.

Dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP/MEC) sobre a educação básica indicam que são necessários 235 mil professores no ensino médio e 476 mil para as turmas de 5ª a 8ª série, totalizando 711 mil professores. Segundo o órgão, nos últimos anos, o número de professores formados nos cursos de licenciatura foi de 457 mil, gerando uma lacuna de cerca de 250 mil docentes. O estudo feito pelo INEP revela que o Brasil necessitaria de 55 mil professores de Física e o mesmo número de Química. Entre 1990 e 2001, apenas 7.216 professores graduaram-se em Física e 13.559 em Química. Os dados apontam que o magistério se tornou uma profissão em extinção.

O que dizer do Professor Universitário? É uma pessoa que estuda entre 25 a 30 anos para obter um título de Doutor e ganhar um salário ultrajante. O professor universitário, com doutorado e pós-doutorado, ganha R$5.500,00. Deveria ganhar por volta de 20.000,00. Um analista federal, com curso superior, sem nenhuma pós-graduação, ganha em torno de 8 a 12 mil. Um Fiscal de Rendas, com apenas o Curso Superior, ganha 16.000,00. Em Brasília, no Senado Federal, segundo dados do Correio Brasiliense, os auxiliares legislativos, como ascensoristas e motoristas — funções de nível fundamental — podem ter o teto da carreira estipulado em quase R$ 17 mil com as gratificações. Um motorista do Senado ganha mais para dirigir um automóvel do que um oficial da Marinha para pilotar uma fragata. Um diretor que é responsável pela garagem do Senado ganha mais que um oficial-general do Exército que comanda uma Região Militar ou uma grande fração do Exército. É uma disparidade que não é possível compreender o bom-senso. Por isso tudo as universidades federais começaram o segundo semestre de 2010 com carência de, pelo menos, 800 professores efetivos na rede de ensino. Que país é esse?

Já faz muito tempo que a carreira do magistério deixou de ser atraente. O salário de um professor nos anos 50, do século XX, equiparava-se ao de um juiz, hoje é cerca de dez vezes menor. Hoje a situação do professor da Rede Pública de Ensino, na Educação Básica, é humilhante. Também é humilhante em qualquer outro nível, tanto no ensino médio quando no ensino superior. O salário de professor é o mais baixo entre as carreiras que exigem graduação para poder ser exercida. Médicos e advogados chegam a ter um salário dez vezes maior que o de um professor. Um juiz recebe um salário 20 vezes maior que o professor. E ele precisa ser, apenas, graduado em Direito. Qual o motivo de tamanha disparidade salarial?

Este ano, apenas 2% do orçamento foi destinado à educação e 30% foram destinados para o pagamento da dívida externa do país. O resultado dessa política é que o Brasil, apesar de ser a oitava economia do mundo, ocupa o vergonhoso 88º lugar no Índice de Desenvolvimento da Educação (IDE) elaborado pela Organização das Nações Unidas para Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).

Desse modo, percebe-se que, ao contrário do que rege nossa Constituição, a educação em nosso país não é tratada nem como prioridade nem como um direito de todo cidadão  - e dever do Estado. Os filhos de trabalhadores estudam em escolas com estruturas precárias onde faltam laboratórios de ciências e informática e que são invadidas pela violência e pelas drogas. Não há uma política séria para se elevar o nível de aprendizagem dos estudantes, no Brasil, e o que em alguns locais se chama progressão continuada é simplesmente uma aprovação instantânea.

Os professores têm uma carga horária estressante, baixos salários e péssimas condições de trabalho. São alguns dos fatores que fazem um número cada vez menor de interessados na carreira docente. Muitos são os professores da rede pública de ensino que mudam de profissão por não terem mais condições de sustentar a si e a sua família. Por isso, é fundamental que nós professores nos unamos, em cada Estado, para lutar por nossos direitos e por um país que respeite a educação pública.

Professor é sacrifício, é fome, é dor, é sala lotada, salário de fome, é humilhação todos os dias, do começo ao fim. A desvalorização do professor é crônica. E estatísticas apontam que daqui há alguns anos será raro quem queira aspirar essa profissão. Contudo, não é a profissão professor que é humilhante, é quem “pensa” a educação e que tem o poder da caneta, de impor políticas públicas que relega a essa profissão à miséria e à humilhação. Se a profissão professor fosse pensada, planejada e estruturada por professores, e não “burrocratas”, dificilmente seria esta visão que a sociedade teria de quem leciona. Uma boa resposta para quem leciona hoje sobre se é ou não vergonhoso ser professor poderia ser: “Não tenho vergonha de ser professor, tenho vergonha das condições sobre as quais sou submetido por planos e mais planos que prioriza números e não pessoas”. É como diz o chavão Lula: Nunca na história desse país se deu tão pouca atenção à educação.

DICAS DE GRAMÁTICA

CONTAGIANTE OU CONTAGIOSO?

- Contagiante não é exatamente a mesma coisa que contagioso. Um entusiasmo contagiante é aquele que se transmite a todos. Uma doença contagiosa é aquela que muitos podem pegar. Em ambos os casos, trata-se de algo que se espalha com facilidade. Contudo, convencionou-se assim: contagiante para as coisas boas; contagioso para as coisas ruins. Fica resolvido!

DE PIOR A MELHOR

- Melhor e pior podem ser adjetivos ou advérbios. Como adjetivos, flexionam-se: dias melhores virão. Já como advérbios, permanecem invariáveis, como nesses exemplos: Nós estamos pior ou nós estamos melhor. Embora semelhantes, são coisas diferentes.

terça-feira, 3 de maio de 2011

A DIFÍCIL ARTE DE ESCREVER

Fala-se, hoje, sobre temática complicada, uma questão que envolve todas as pessoas que se arriscam nos caminhos do texto escrito. Escrevo há mais de 12 anos no Jornal “A Gazeta”. Confesso que gostaria de ter muitos interlocutores, pessoas críticas, no bom sentido, no desejo de construir, sempre, um melhor texto. Mas os leitores, modo geral, são silenciosos, apáticos, talvez porque o jornal não abra espaço para o leitor interagir com o escritor. Por isso, somente quando me encontram falam: leio seus textos, adoro-os, aprendo muito com eles. Mas a verdade é que eu gostaria muito de uma interação estreita com os leitores, que eles escrevessem e manifestassem opinião sobre o tema tratado. Assim, essas opiniões se somariam a minha e estaríamos numa construção ampla de um mundo melhor, mais justo e humano.

Escrevo, ainda, desde abril do ano passado, no jornal online “Gosto de ler”. Ali tenho 50 artigos publicados e 25.000 leitores. Muitos dialogam comigo. É algo fantástico! É uma tarefa gratificante porque à medida que um texto é lido o escritor sobe na escala dos textos mais lidos. Isso é muito estimulante. É bom escrever assim.

Mas tudo isso que escrevi serve, apenas, para indagar: como escrever bem? Ou melhor, o que é escrever bem? É uma questão complexa, pois envolve diferentes gostos e diferentes linhas de pensamento. Destacam-se, aqui, as principais: a de uma boa parte da crítica, principalmente a brasileira e a européia (com exceção, talvez, da Inglaterra), e a comercial.

Eu, como todo escritor, ou aspirante a escritor, devo ler bastante, tanto livros de autores consagrados como de novos escritores, sejam os já publicados ou os milhares de blogueiros (Alma Acreana, um blog que adoro!) espalhados pelo país e pelo mundo. Naturalmente, reflito sobre aquilo que leio, tento identificar o que ficou bom e o que ficou ruim. Infelizmente, vejo muita coisa ruim. E vejo muita gente que produz coisas ruins reclamar de poucas oportunidades no mercado editorial. Sei que eles têm razão, as oportunidades são poucas, mas um pouco de cuidado com o texto poderia facilitar. Foi então que me ocorreu: como fazer para escrever bem?

Menciono o livro “Os segredos da ficção”, do Raimundo Carrero (três prêmios jabuti). É uma obra que vale a pena ser lida. Não é livro de auto-ajuda, mas ensina muito. O autor mostra que a literatura está ao alcance de todos àqueles que têm o impulso de criá-la e, também, a perseverança de trabalhar duro para transformar suas idéias em contos, novelas, romances, artigos, poemas. Se não há receitas para a boa literatura, existem, sim, caminhos para chegar a ela. E é nestas trilhas que o autor guia o leitor, falando diretamente a ele com a ajuda de ilustres gênios de diversos estilos e épocas que têm em comum a disciplina e o rigor na criação de seus universos ficcionais.

Dois de meus autores favoritos, Mario Quintana e Machado possuem estilos fabulosos, fantásticos que os fizeram grandes nomes na literatura mundial. O primeiro é conhecido pela genial simplicidade de seus textos, por isso, certamente, é considerado um dos maiores poetas brasileiros do século XX, pertencente à segunda geração do Movimento Modernista. Com um estilo tranqüilo e introspectivo, Quintana não se sentia à vontade para falar de sua vida pessoal. Em uma entrevista, chegou a dizer que a sua vida estava descrita nos seus poemas. "Minha vida está nos meus poemas, meus poemas são eu mesmo, nunca escrevi uma vírgula que não fosse uma confissão". O segundo, Machado Assis, possui estilo sutil e irônico. Suas crônicas são atuais até hoje, pois remetem a reflexões profundas de fatos corriqueiros, tocando na essência daquilo que observava com um meio riso de contemplação e quase sempre esse riso traz, implícita ou explicitamente, uma advertência. Em Machado de Assis, o fato em si tinha menor importância, o que interessava era a reflexão que esse fato provocava. Ao contrário de Flaubert – que esquecia do narrador por detrás da objetividade narrativa, e os naturalistas, à exemplo de Émile Zola, narrava todos os detalhes do enredo — Machado de Assis optou por abster-se de ambos os métodos para cultivar o fragmentário e interferir na narrativa com o objetivo de dialogar com o leitor,comentando seu próprio romance com filosofias, metalinguagem, intertextualidade. Defendo, por isso, como orientação para aqueles que participam da Roda de Poesia, aqui no Acre, que cada escritor procure encontrar o seu estilo, a sua forma de lidar com as palavras, sem se preocupar com o julgamento dos outros. Grande parte da crítica se dá por afinidade, por gosto: e é assim que deve ser. Neste contexto, já ouvi umas pessoas dizerem que escrever bem é cortar palavras (é, repetindo Carlos Drummond de Andrade) e outras afirmarem que para se produzir um bom texto é preciso descrever bem a cena, com detalhes, para permitir que o leitor se envolva com o texto.

De fato, existem estas duas formas de se produzir literatura, e milhares de outras formas intermediárias ou até mesmo totalmente diferentes. Todas elas podem fazer sucesso e podem, também, ser bem aceitas pela crítica. Como falei anteriormente, em geral, é uma questão de gosto. Resta ao escritor produzir o máximo que puder, reler, corrigir, re-escrever. Resta a ele também mostrar o seu texto para outros, receber as críticas e, claro, saber diferenciar os comentários que se referem ao seu estilo daqueles que apontam para melhorias significativas em sua produção. Certamente, é uma tarefa difícil, mas ninguém disse que escrever bem é tarefa fácil.

DICAS DE GRAMÁTICA

FUI EU QUE FIZ, FUI EU QUEM FEZ OU FUI EU QUEM FIZ?

- Todas estão corretas. Vejamos:

Fui eu que fiz - Justificativa - O verbo que tem como sujeito o pronome relativo que concorda em número e pessoa com o antecedente, a palavra que precede esse pronome. Exemplos: "Foi ele que te nomeou", "Sou eu que vou agora.
Fui eu quem fez - Justificativa - Se o sujeito é o pronome relativo quem, o verbo, geralmente, permanece na terceira pessoa do singular. Exemplos: "Foi ele quem te nomeou", "Sou eu quem vai agora", "Fomos nós quem escreveu a carta".
Fui eu quem fiz - Justificativa - Se o sujeito é o pronome relativo quem, o verbo pode ser influenciado pelo sujeito da oração anterior, com o qual acaba concordando. Exemplos: "Sou eu quem vou agora", "Fomos nós quem escrevemos a carta”.

NOVOS DESAFIOS PARA A EDUCAÇÃO DO SÉCULO XXI

Fonte: Figura adaptada do livro Cuide bem do seu jardim (Costa, 2007)".

 

Um país se faz com homens e livros, isso afirmou Monteiro Lobato, o grande escritor brasileiro. E justiça seja feita: Lobato foi um exemplo de patriotismo e vanguarda. Ele deixou lições preciosas para todos os tempos e todas as idades. Então, o que devemos fazer é ler, pesquisar, refletir e encontrar novos caminhos para a Educação neste século XXI, que não anda bem, necessita de uma revolução.

A educação engloba ensinar e aprender. E também algo menos tangível, mais profundo: construção do conhecimento, bom julgamento e sabedoria. A educação tem nos seus objetivos fundamentais a passagem da cultura de geração para geração.
A saúde, a segurança, a infra-estrutura, o meio-ambiente, as relações interpessoais, a solidariedade, a ética etc, tem que ser alicerces para construir a moradia da educação. Podem nos tirar bens materiais, da família, da terra natal, mas não há um ser capaz de retirar do outro a sabedoria. Esta não pode ser roubada.

Por tudo quanto se deseja para o mundo educacional, a educação do século XXI não pode ficar olhando para o passado, deve, antes de tudo, olhar o futuro horizonte, pensar em trabalhar, com os alunos, objetivos significativos, tais como: valorizar a inteligência coletiva e não a individual; perceber que todos são capazes e não uma minoria; valorizar as inteligências múltiplas; a emoção e a imaginação devem ser tão importantes quanto o conhecimento técnico; ter capacidade de resolver questões abertas e imaginar futuros alternativos, assim como a necessidade contínua de adquirir novos conhecimentos durante toda a vida. A educação não é um processo estanque.

Avistamos que enquanto o desafio da globalização é ter a visão do todo, a escola continua separando as disciplinas, o complexo é reduzido ao simples, exigindo cada vez menos a compreensão e a reflexão, fazendo com que os jovens percam suas aptidões naturais de contextualizar os saberes e integrá-los em conjuntos, produzindo, assim, ignorância e cegueira. A mente humana precisa ser desenvolvida e não atrofiada. Morin (2003) A educação não pode mais ter, somente, um conteúdo determinado, aquele que o aluno assimila e carrega para o resto da vida. A escola deve pensar na diversidade do mundo em que vivemos e que as pessoas devem está preparadas para lidar com os múltiplos contextos da vida.

Entende-se que para a Educação mudar o mundo é preciso que atinja, pelo menos, os quatro pilares do conhecimento, quais sejam: aprender a conhecer; aprender a viver juntos; aprender a fazer; aprender a ser. É, também, fundamental, que as escolas estejam debruçadas nos sete saberes necessários à educação do futuro: necessidade de conhecer o que é conhecer; a capacidade de conhecer o conhecimento; a capacidade de ensinar a condição humana; a identidade terrena; enfrentar as incertezas; ensinar a compreensão; ensinar a ética do gênero humano.

Entende-se que a educação do século XXI não tem a finalidade única de preparar os alunos para o mercado de trabalho, mas facilitar a adaptação aos diferentes trabalhos que aparecem com a evolução da produção diante da globalização, onde talento e criatividade são importantes, assim como formar cidadãos democráticos e conscientes dos seus direitos e deveres e que resgate o ser humano existente dentro de cada um de nós.

Para que o trabalhador tenha condições de atender a todas estas exigências, é preciso que a educação do século XXI esteja voltada para o desenvolvimento do aluno como um todo. O que requer um pensamento moderno em relação à educação, sendo necessário equilibrar as políticas educativas e culturais, a formação dos professores, os métodos pedagógicos e o conteúdo, sempre em busca da apropriação do saber, através de uma educação de qualidade que proporcione ao aluno buscar e compartilhar conhecimento. Assim, é urgente uma reforma educacional que privilegie a integração do conhecimento com a moral e a ética construindo assim, um mundo mais solidário e justo.

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DICAS DE GRAMÁTICA

QUE E QUÊ, QUANDO USÁ-LOS?

- Que é pronome, conjunção, advérbio ou partícula expletiva. Por se tratar de onossílabo átono, não é acentuado:

(O) Que você pretende?

Você me pergunta (o) que farei. (O) Que posso fazer?

Que beleza! Que bela atitude!

Convém que o assunto seja discutido seriamente.

Quase que me esqueço de avisá-lo.

- Quê representa um monossílabo tônico. Isso ocorre quando um pronome se encontra em final de frase, imediatamente antes de um ponto (final, de interrogação ou exclamação) ou de reticências, ou quando quê é um substantivo (com o sentido de "alguma coisa", "certa coisa") ou uma interjeição (indicando surpresa, espanto):

Afinal, você veio aqui fazer o quê?

Você precisa de quê?

Há um quê inexplicável em sua atitude.

Quê! Conseguiu chegar a tempo?!

A vida da gente é feita assim: um dia o elogio, no outro a crítica. A arte de analisar o trabalho de alguém é uma tarefa um pouco árdua porque mexe diretamente com o ego do receptor, seja ele leitor crítico ou não crítico. Por isso, espero que os visitantes deste blog LINGUAGEM E CULTURA tenham coerência para discordar ou não das observações que aqui sejam feitas, mas que não deixem de expressar, em hipótese alguma, seus pontos de vista, para que aproveitemos esse espaço, não como um ambiente de “alfinetadas” e “assopradas”, mas de simultâneas, inéditas e inesquecíveis trocas de experiências.