Escrevo num grito de dor,
Com o coração partido, ferido, sangrado.
Escrevo versos soltos, frases d’alma traída,
Enganada por lâmina de aço em furor.
Escrevo para expulsar da memória a ingratidão,
Demolir o agito do coração.
Escrevo com o sangue quente, consciente,
O peito limpo, a alma rumo ao oriente.
Escrevo para afuguentar a tolice,
De acreditar em perdulário amor.
Escrevo tal guerreiro, pensador,
Ser idealista convicto de labor.
Escrevo porque o poema é enganador,
Esconde a voz, a alma, a mente.
Escrevo para florescer nova semente,
Em plantio desbravador.
Escrevo pelo viver sagrado,
De poeta versejador.
Escrevo pela fé e esperança,
No viver feliz em segurança.
Escrevo para um novo caminho,
Esquecer o engano daninho.
Escrevo pelo passo da dança,
Do sonho, da ponte ao novo ninho.
Escrevo para fazer o novo,
Esquecer a tempestade avassaladora.
Escrevo para um tempo vigoroso,
Pleno de amor viçoso.
Escrevo para dizer adeus,
Agora para o todo e sempre.
Escrevo de alma serena,
Raiz de vida e fonte suprema.
Escrevo para a despedida minha,
Dizer-te adeus sem medida.
Escrevo para falar da falsidade,
Do engano e da maldade.
Escrevo para dizer FIM,
Ao ser fingidor.
Escrevo a ti somente,
Num adeus sem o anjo Serafim.