O fracasso escolar é um tema inquietante, pois é o maior problema para o sistema educacional brasileiro. Dentro e fora das escolas muito se fala sobre isso, mas poucas políticas têm atuado para dirimir esse drama no país. E o maior erro que se fez, nos últimos tempos, creio, foi aquele de o professor não poder reprovar o aluno.
A linguagem é o solo da cultura assim como o ser da pessoa é o seu dever-ser. A linguagem torna o ser humano capaz de realizar-se como pode e como deve fazê-lo. Essa compreensão humana, em seu dever-ser, por meio da linguagem, justifica o título deste blog.
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terça-feira, 29 de dezembro de 2015
O FRACASSO ESCOLAR BRASILEIRO
O fracasso escolar é um tema inquietante, pois é o maior problema para o sistema educacional brasileiro. Dentro e fora das escolas muito se fala sobre isso, mas poucas políticas têm atuado para dirimir esse drama no país. E o maior erro que se fez, nos últimos tempos, creio, foi aquele de o professor não poder reprovar o aluno.
terça-feira, 22 de dezembro de 2015
CONCEPÇÃO NEGATIVA DA POBREZA
Acredito, no sutil entendimento de pessoa humana, ser a pobreza espiritual a maior de todas as pobrezas. Tem-se, aqui, a vilania, a covardia e a desnudez disfarçadas sob um véu de falsidade, de fraquezas, de opções de vida que envergonham a nós seres humanos, nascidos no seio de uma família e participantes do corpo social da comunidade.
Esses “pobres espirituais” agem segundo os interesses pessoais mais escusos, atropelam o código da ética, da moral, do trabalho e do convívio social. São figuras que ocupam espaços, que tomam como seus, dentro do corpo social, como a lei a serviço dos interesses pessoais. Lidar com essas “criaturas” é uma questão para a psicologia, a sociologia, às ciências médicas ou para as leis penais. Pois se trata, na verdade, senão de atos criminosos, pela infâmia como são praticados, mas de uma anomalia que o Estado de Direito deve olhar com certa urgência, para assegurar direitos fundamentais à sociedade.
Valor humano - no mundo globalizado, um dos temas que vem merecendo articulados discursos é justamente aquele referente à concepção negativa que se tem de pobreza e o menosprezo que a sociedade tem pelos pobres. Aqui, o homem passa a valer pelos bens materiais que possui e não pela pessoa humana que é. Ou ainda, pelo peso político que representa no corpo social e não por sua presença enquanto cidadão no seio da sociedade. Assim, em termos de uma definição, no sentido de existência e de ressurreição social, para a prosperidade econômica e a sociedade de consumo, a pobreza é percebida como um eco ou expressão de uma condição humana degradante.
A tradição cristã - estudos recentes, realizados em países desenvolvidos, demonstram que essa atitude humana de olhar a pobreza, sob o ponto de vista material, constitui uma ruptura com toda a concepção pré-industrial da pobreza, particularmente na ldade Média. A tradição cristã e todas as grandes religiões fizeram da pobreza um estatuto de santificação, enquanto a riqueza não era um valor nos antigos modelos sócio-culturais. Só bem mais tarde a noção de assistência é substituída pelo da integração.
Essa mudança não é apenas semântica, pois procura integrar, na pluralidade da realidade social, a ideia de um “direito” a uma vida decente, que a democracia deve assegurar a todo cidadão. Essa reivindicação de novos direitos e novas formas de solidariedade inscrevem-se no aprofundamento da noção de direitos do homem.
Condição humana humilhante - a pobreza como um sigma, leva à Sociologia a afirmar que ela evoca uma condição humana humilhante. Nesse sentido, distinguem-se três níveis de pobreza, que formam ciclos concêntricos: 1) primeiro, aquele que inclui todos os pobres, qualificados em relação ao seu baixo nível de renda; 2) segundo, aquele que reagrupa os pobres que se beneficiam de certa alocação social; 3) terceiro, o reúne os que recebem, ocasionalmente uma alocação, mas ao mesmo tempo são considerados como pessoas depravadas e mal formadas. O estigma da degradação, de maneira tradicional, confunde a pobreza com a prática de atos ilícitos. Uma vida fundada sobre a exclusão social constitui a verdadeira definição da pobreza.
A LÍNGUA PORTUGUESA É PATRIMÔNIO IMATERIAL DA HUMANIDADE
quarta-feira, 2 de dezembro de 2015
A LEITURA PODE MUDAR A VIDA BRASILEIRA?
A ESCRITA É A ÚNICA FORMA PERFEITA DO TEMPO
A escrita é a única forma perfeita do tempo, de acordo com o escritor
francês j. m. g. E para se escrever bem alguns princípios devem ser seguidos:
1 –
Propósito: o nosso texto deve ter um objetivo claro. ou seja, o
escritor precisa saber, com certeza, o que está escrevendo e por qual motivo está escrevendo aquele texto;
2) Clareza: É necessário ser claro, ter concisão
e clareza, para que o nosso leitor entenda, desde o princípio, o que se está
querendo dizer com aquele texto.
3)
Informações específicas: uso dados e estatísticos para validar o tema do texto,
para maior veracidade e credibilidade. Apontar fontes verdadeiras e fidedignas.
4) Conexões:
as informações devem ser organizadas com lógica, por sequência ordenada, de
modo que o final de cada parágrafo permita que o escritor inicie o próximo;
5) Uso de
palavras apropriadas: importante a escolha adequada das palavras, tanto para um
texto formal quanto o informal. Também, não escrever parágrafos muito longos. O
bom escritor deve ser conciso, claro e enfático.
6) Deve-se
evitar ao máximo a utilização de abreviaturas.
7) É desnecessário o emprego de estilo
demasiadamente rebuscado. Tal prática advém de esmero excessivo que raia o
exibicionismo narcisismo.
8) Evite
aliterações abusivas.
9) Usar
letras maiúsculas no inicio das frases.
10) Evitar lugares-comuns como o diabo foge da
cruz.
11) O uso
de parêntesis (mesmo quando for relevante) é desnecessário. Troque por
travessão.
12)
Estrangeirismos estão out; palavras de origem portuguesa estão in.
13) Evitar
o emprego de gíria, mesmo que pareça nice, tá fixe?
14)
Palavras de baixo calão podem transformar o
texto num lixo.
15) Nunca
generalize: generalizar, é um erro em todas as situações.
16) Evitar
a repetição da mesma palavra, pois a
repetição vai fazer com que a palavra repetida desqualifique o texto.
17) Não
abusar das citações. Como costuma dizer um amigo meu: “Quem cita os outros não
tem ideias próprias”. Parafraseie.
18) Frases
incompletas podem causar incompreensões. O pensamento deve ser concluído.
19) Não se
deve utilizar a redundância. Ou seja, dizer a mesma coisa com outras palavras.
20) É fundamental ser específico e não
generalista.
21) Frases
com apenas uma palavra? Jamais!
22) A voz
passiva deve ser evitada.
23)
Utilizar a pontuação corretamente, o ponto e a vírgula, especialmente.
24) Quem
precisa de perguntas retóricas?
25) Nunca
use siglas desconhecidas.
28)
Exagerar é cem milhões de vezes pior do que a moderação.
27) Evite
mesóclises. Repita assim: “mesóclises: evitá- las-ei!”
28) Analogias
na escrita são tão úteis quanto chifres numa galinha.
29) Não abuse
das exclamações! Nunca! O seu texto fica horrível!
30) Evite
frases exageradamente longas, pois estas dificultam a compreensão da ideia
nelas contida, e, por conterem mais que uma idéia central, o que nem sempre
torna o seu conteúdo acessível, forçam desta forma, o pobre leitor a separá-la
nos seus diversos componentes, de forma a torná-las compreensíveis, o que não
deveria ser, afinal de contas, parte do processo da leitura, hábito que devemos
estimular através do uso de frases mais curtas.
31) Cuidado
com a ortografia, para não macular a língua portuguesa.
32) Seja
incisivo e coerente, ou não.
33) Não ficar
escrevendo no gerúndio. Isso empobrece o texto - causando ambiguidade – e causam a impressão de que as coisas ainda
estão acontecendo.
34) Outra
barbaridade que se deve evitar é o uso expressões que denunciam ou identificam
a região onde mora o escritor.
35) Não ceder
à tentação de demonstrar o orgulho de trabalhar, por exemplo, em importante
jornal, Tv, Universidade, banco, poder judiciário, legislativo ou executivo, ou
outras organizações que existem em todos os lugares do mundo. Ainda que seja um
profissional brilhante, o ufanismo nunca é bem-vindo. A simplicidade será
sempre uma riqueza textual.
Sintetizam-se as regras: escrever ao dizer bem
requer boas leituras e obediência aos princípios da clareza, objetividade e da
correção, dentre tantos outros.
ARTE DE BEM ESCREVER
A leitura e a escrita devem ser úteis, elas devem aproximar aquele que lê daquele que escreve e devem propiciar, antes de qualquer coisa, a reflexão. No ensino de língua portuguesa, ao se tratar de produção de texto devemos automaticamente pensar em leitura, mas também em tipos de texto. Na universidade, o educando será, geralmente, chamado a escrever um texto dissertativo, argumentando sobre um assunto. Por isso, é importante refletir, rapidamente, sobre essas nomenclaturas: dissertação e argumentação.
Para Magda Soares e Edson Nascimento, a dissertação também foi escolhida como composição mais utilizada tanto no meio acadêmico quanto no campo profissional, como se pode perceber no prefácio do livro Técnica de Redação, quando diz:
A DISSERTAÇÃO é a forma de REDAÇÃO mais usual. Com mais frequência é a forma de TEXTO solicitada às pessoas envolvidas com a produção de trabalhos escolares, com a administração e execução técnico-burocráticas de serviços ligados à Indústria, Comércio, etc. A prosa dissertativa é, assim, predominante nos textos de trabalhos escolares, nos textos de produção e divulgação científicas (monografias, ensaios, artigos e relatórios técnico-científicos) e nos textos técnico administrativos. Raramente é uma pessoa solicitada a produzir uma descrição ou uma narração; frequentemente, ao contrário, é solicitada a produzir um texto argumentativo. (Soares, 1979, prefácio)
Nesse sentido, é importante ressaltar a diferença entre dissertação e argumentação, uma vez que essas nomenclaturas costumam ser tomadas, muitas vezes, como sinônimas. Na dissertação, as ideias do emissor são expostas, mostra-se o que se sabe ou o que se julga saber sobre aquele determinado assunto. Já na argumentação, além de se expor o que se pensa sobre um determinado assunto, faz-se isso de forma persuasiva, tentando convencer o receptor, isto é, o leitor do seu texto.
Assim, "argumentar é, em última análise, convencer ou tentar convencer mediante apresentação de razões, em face da evidência das provas e à luz de um raciocínio coerente e consistente". (GARCIA, 1992, p.370)
Para expor as ideias ou para convencer alguém, é preciso conhecer o assunto tratado, uma vez que, ninguém consegue escrever bem, se não conhece o que vai escrever. É preciso, antes de qualquer movimento, conhecer profundamente o objeto de reflexão. Para escrever, assim, a respeito de qualquer assunto, é necessário, antes, ler e refletir, procurando argumentos que serão apresentados como elementos de sustentação temático-textual.
Para Mattoso Câmara, "qualquer um de nós senhor de um assunto é, em princípio, capaz de escrever sobre ele. Não há um jeito especial para a escrever um texto, ao contrário do que muita gente pensa e diz. Há apenas uma falta de preparação inicial, que o esforço e a prática vencem". (Mattoso, 2001, p.61)
Essa falta de preparação inicial que Mattoso cita, decorre da ausência, muitas vezes, de conhecimento da estrutura do texto a ser elaborado, de elementos substanciais à inteligibilidade textual e da carência de leitura. Na verdade, a prática da leitura é parte fundamental no processo de elaboração de um texto. Mattoso Câmara também se referiu a esse aspecto textual:
A arte de escrever precisa assentar, analogamente, numa atividade preliminar já radicada, que parte do ensino escolar e de um hábito de leitura inteligentemente conduzido; depende muito, portanto, de nós mesmos, de uma disciplina mental adquirida pela autocrítica e pela observação cuidadosa do que outros com bom resultado escreveram. (2001, p.61)
Portanto, há de se reforçar o que Othon Moacyr Garcia (Comunicação em prosa moderna) disse: "aprender a escrever é aprender a pensar". Pode-se completar essa afirmativa com a ideia de que para se pensar, ou melhor, refletir a respeito de algo, é preciso conhecer a temática a ser abordada e, para se ter conhecimento, nada melhor que ler o que outros já disseram sobre o assunto. Ninguém estará descobrindo a Roda, ela já é bastante conhecida. Foi na Oceânia ela foi inventada antes da chegada dos primeiros europeus. Não queiramos, então, inventar algo novo, fugir dos padrões deste século que tanto avançou. Necessitamos, sempre, aprimorar a escrita. E, para isso, nada melhor do que ler bons escritores.
A COMUNICAÇÃO ESCRITA E O SUCESSO PROFISSIONAL
A grande dificuldade observada nos estudantes, modo geral, está na comunicação escrita. Eles dominam a língua portuguesa na feição oral, mas quando chega à hora de escrever é um Deus nos acuda... Por vezes não entendem ser a língua escrita diferente da feição oral. A escrita requer aprendizado, domínio das regras gramaticais e textuais. Então, é preciso deixar claro que a linguagem e, sobretudo, a comunicação escrita, conta com especialistas. Não é — como o processo educacional leva-os a acreditar — uma coisa natural. Natural é a fala, não a escrita. É por isso que a escrita conta com tantos aparatos: dicionários, gramáticas, revisores, editores, intérpretes, etc.
Independente de ser ou não estudante, quase todas as pessoas necessitam dominar a feição escrita da língua, pois a comunicação escrita é indispensável no mundo atual. Já passou o tempo em que os humanos ficavam somente nas palavras... E para perceber a importância da escrita, basta observar o mundo. Em volta das pessoas pululam mensagens eletrônicas, manuais, revistas, códigos de conduta, relatos, cartazes, anúncios, enfim, um mundo de leituras para ler e outras para fazer. A pessoa lê, registra, arquiva, reflete, analisa e escreve. Não há nada de anormal em não se saber escrever segundo a expectativa de um padrão ditado por razões sociais e culturais. Nem por isso se deixa de escrever, nem por isso se deve abandonar a escrita, pois ela é fonte de criação, de conhecimento, de memória, de interação social.
Vê-se que a comunicação escrita, dependendo do contexto e da finalidade, assume características muito peculiares. Por isso, não se pode pensar em texto como algo monolítico, como uma família em que todos tenham a mesma fisionomia. Há textos e textos, logo é preciso que os redatores se deem conta dessa numerosa diversidade.
Para muitos profissionais, escrever um simples memorando é uma tarefa tão árdua quanto falar em público: as palavras nunca parecem adequadas, as idéias recusam-se a seguir uma ordem lógica e o resultado final quase sempre fica abaixo das expectativas. O fato é que, nestes tempos de comunicação virtual, as pessoas parecem estar perdendo a capacidade de escrever. E o pior, estão dando pouca importância à qualidade da comunicação escrita, cada vez mais restrita às mensagens telegráficas dos e-mails.
Assim, em face às expectativas do mundo atual, é basilar saber escrever. Isso não significa que cada profissional se torne um especialista da escrita. Todavia é preciso reconhecer que uma capacitação técnica ajuda e muito a melhorar o desempenho cotidiano. Com isso, se ganha tempo, produtividade e excelência. Mas isso — fique claro — nada ou pouco tem a ver com gramática, como muitos pensam. A urgência reside na necessidade cotidiana e imperiosa de se escrever e de se utilizar a língua como ferramenta de trabalho.
Por isso tudo é importante seguir um aprendizado, mas com a certeza que ele não acontece por "milagre" e nem será do dia para a noite que há de se aprimorar a comunicação escrita. É preciso investir na capacitação profissional, porque cada pessoa é aquilo que fala e escreve. Alguns escrevem mais e melhor que outros. Então, se é importante competir, logo surge à necessidade de dominar esse código da escrita, não apenas desenhando letras, mas produzindo textos (orais e escritos) que digam daquilo que somos, diferentemente de outros. Aí, então, a comunicação escrita fará a diferença no mundo do trabalho hoje tão competitivo.