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segunda-feira, 16 de maio de 2016

JOVENS DO SÉCULO XXI: GERAÇÃO SEM LIVROS E SEM LEITURAS




O mundo deste século XXI é jovem e cheio de oportunidades, mas povoado por uma juventude sem sonhos. Segundo a ONU, mais de um bilhão de jovens, na faixa-etária de 14 a 20 anos, estão desinteressados nas oportunidades econômicas e políticas que lhes são oferecidas. Os jovens deste século XXI estão muito desprovidos de conhecimentos e atitudes. Eles estão envolvidos nessa “bola de neve” chamada globalização.

Nessa era da globalização os jovens estão apáticos à realidade da vida, são dependentes dos pais e desconhecem o que seja esquerda ou direita. Confundem ciências políticas com políticas partidárias. Nesse cenário, indaga-se como será, amanhã, o planeta de hoje, nas mãos dessas pessoas que apenas sabem lidar com seus iPhones, iPads, iQualquerCoisa? São incapazes, sozinhos, nesse meio de inteligência artificial, de olhar a realidade e dela participar de debates políticos, acadêmicos, econômicos, sociais, educacionais. Estão ligados, apenas, ao consumismo oferecido pelo dinheiro e conivência de seus pais, em detrimento de construções sólidas para seu futuro profissional. Enfim, uma geração sem livros e sem leituras.

No Brasil, temos corrupção para todos os lados. E os jovens, embora digam o contrário, para mim, não têm ideologia. Assim, não têm bagagem cultural e política. Seus pais não debatem esses assuntos com eles. Muitos chamam seus papais e mamães para questionar qualquer problema em suas universidades, porque eles sozinhos são incapazes. Muitos desses jovens nunca participaram de uma reunião de bairro, de partido político, de centro acadêmico, de nada. Suas turmas não escolhem nem representante de turma. Muitos são contrários ao bolsa família, porque seus pais não são beneficiários do programa. Mas acham certo o Terceiro Setor fazer assistencialismo.

  De outra parte, pesquisas apontam que o universo vocabular dos estudantes, mesmo em nível universitário, é pobre. Reduz-se a algumas centenas de palavras. Tão fortes parecem ser os apelos do mundo, em suas mensagens audiovisuais, que o jovem absorve informações passivamente, de modo vago e incompleto. Na escola e fora dela mostram-lhe sobre o que pensar, mas não o estimulam a pensar. Acossado por uma gigantesca massa de informações, e incapaz de discernir o que é legítimo, o jovem tende, em geral, à indiferença, ao alheamento.

A realidade brasileira lhe escapa, os acontecimentos do mundo não o instiga a um esforço mínimo de interpretação. Ele será um ser moderno à medida que repete, por mímica, os conceitos em moda. Deixa de ser moderno, porém, no sentido de pessoa bem informada, com a capacidade de se exprimir bem e de formular ideias. Na sua carência de expressão e percepção, o jovem transforma-se em mero repetidor do que mal ouve e do que mal vê de relance.

Eu penso que o capitalismo fez esses jovens acreditarem que serão felizes se puxarem o tapete de seu semelhante. Que apenas serão felizes sendo chamados cidadãos. Que podem comprar tudo com o dinheiro dos pais e não conquistar o futuro, a  própria felicidade. Por isso cada vez mais nos deparamos com jovens desajustados, sem interesse pela vida, por bens, valores materiais e morais. Encontramos jovens mais preocupados com a beleza, com a imagem do que com o conteúdo. Seus pais querem que eles sejam empreendedores e não pessoas boas. Mas eles não querem empreender e sim viver em casa assistindo TV e jogando vídeo game, conversando no WhatsApp, Facebook e outros mídias. É a geração iPhone, iPad, iSemdinheiro.

Os valores estão perdidos. Em casa eles escutam os pais chamarem os políticos de ladrões, mas os vêm pagando propina para os policiais não aplicarem uma multa de trânsito. Seus pais chamam o prefeito, o governador ou o presidente de mentirosos, mas ensinam os filhos a mentir também, quando diminuem a idade para pagarem menos em shows, ônibus e cinema.

Também, os jovens de hoje são mais vulneráveis à insegurança e à irresponsabilidade, por isso envergonham os professores, comportam-se muito mal dentro e fora da escola, não obedecem aos pais, mentem, enganam, fazem muitas coisas erradas, além de passarem muitas horas dormindo. É preciso saber as causas desse comportamento que, maioria das vezes, conduz a juventude ao vício da bebida, fumo e outras drogas. A cultura, também, tem se distanciado cada vez mais do jovem, que não procura ler e permanecer informado e, sobretudo, não possui mais a capacidade de formular opiniões e de analisar fatos.

Pareço não acreditar na juventude? Pelo contrário! Continuo a ter esperanças de que ela possa ser melhor do que a geração de seus pais. Acredito que essa juventude possa sim sair da frente da TV, do Facebook, do Google e do Wikipédia, e possa ler mais livros, discutir mais política, saúde, educação, segurança. Igualmente, acredito que sozinhos eles não vão a lugar nenhum, exceto se houver uma boa política educacional e o bom exemplo de bem viver comece nos poderes da República e alcance os lares brasileiros. É preciso pensar o Brasil do amanhã!



DICAS DE GRAMÁTICA

AO ENCONTRO DE ou DE ENCONTRO A?

- AO ENCONTRO DE - utilizado em uma situação favorável, como na frase “Sua oferta vai ao encontro de minhas expectativas. Aceito!”

- DE ENCONTRO A indica uma situação de oposição, como no exemplo “Seus interesses vão de encontro aos meus. Não dá certo!”

A LÍNGUA PORTUGUESA É PATRIMÔNIO IMATERIAL DA HUMANIDADE





           As Academias de Letras são guardiãs do idioma pátrio e da literatura de expressão nacional. Assim, há, entre os estudiosos, muita preocupação com os estrangeirismos que invadem  a nossa língua portuguesa, bem como o pouco zelo dos falantes que ultrajam o idioma pelo mau uso. Por esses motivos o texto de hoje é dedicado aos acadêmicos, com um pedido de maior apreço ao idioma e à literatura de expressão portuguesa. Necessitamos trabalhar, unidos, para fortalecer o uso do padrão culto do idioma entre os estudantes brasileiros. Uma Academia de Letras não pode ser silenciosa aos ataques às normas do bem falar e do bem escrever o idioma pátrio.

Sabemos que em todos os tempos e lugares, apresentou-se, sempre, o problema da defesa dos idiomas nacionais, em face da influência de outros. Esse é um fenômeno próprio de controle de  povos mais fortes nas guerras de conquistas ou do comércio e, até, no relacionamento regular. Por mais que possa os modismos, os neologismos possam sobressaltar-nos, trata-se de velha questão a ser apreciada, segundo a lei darwinista, a lei do mais bem aparelhado para subsistir e impor-se. Aos fracos, aos vencidos resta a adesão, a submissão e até o perecimento. Combater os invasores, sim, não lhes dar trégua, impor nossa individualidade, tentar manter-se de todas as maneiras possíveis.

Nesse cenário, trazemos as palavras de filólogos e gramáticos renomados, de quem nunca devemos abandonar as preciosas lições, no sentido de chamar a atenção de alunos, professores, acadêmicos, para que, unidos, possamos aplicar e fortalecer as grandes lições. A língua portuguesa é nossa identidade nacional.

Rodrigues Lapa, mestre lusitano que viveu largo tempo entre nós, teve publicada no Rio de Janeiro a obra Estilística da língua portuguesa, 3ª edição, 1959. Frequentava muito a Academia, Rodrigues Lapa e brigou muito com Celso Cunha, por causa da Cartas Chilenas. A respeito dos estrangeirismos, salientes os galicismos, opinou Rodrigues Lapa que o problema é de ordem moral. Não nos devemos escravizar aos estilos alheios e, sim, combater os excessos. Inútil, porém, e até grotesco — acentua ele — é "berrar" contra os estrangeirismos. Sua adoção é lei humana: "constitui como que uma fatalidade, devida aos intercâmbios das civilizações". O "estrangeirismo — argumenta — é fenômeno natural, que revela a existência de certa mentalidade comum. Os povos que dependem econômica e intelectualmente de outros não podem deixar de adotar, com os produtos e ideias vindos de fora, certas formas de linguagem que lhes não são próprias. O ponto está em não permitir abusos e limitar essa importação linguística ao razoáel e ao necessário". "O estrangeirismo — remata — tem antagens: aumenta o poder expressivo das línguas, esbate a diferença dos idiomas, tornando-os mais compreensivos, e facilita, por isso mesmo, a comunicação das ideias gerais".

Ouça-se agora um especialista do português no Brasil, Celso Cunha, professor universitário e acadêmico. Em uma obra de 1968 — Língua portuguesa e realidade brasileira — esclareceu que "para resguardo da pureza idiomática (gramáticos e escritores) propõem uma rigorosa barreira alfandegária à entrada de termos e construções estrangeiras". "Que conceito tem de pureza"? O português, do qual se originou nossa língua, "é o latim numa evolução de vinte séculos, ao qual se incorporaram elementos gregos, das línguas indígenas da Península Ibérica, dos conquistadores godos e árabes e, posteriormente, uma quantidade enorme de palavras francesas, provençais, italianas, espanholas, inglesas, alemãs e, também, das línguas africanas, asiáticas e americanas. Que significa então português puro? A estagnação é a morte do idioma. A história de uma língua é justamente a história de suas inovações".

Sílvio Elia, professor universitário com experiência profissional na Europa e na América do Norte. De seu livro Sociolinguística, de 1987, extraímos o seguinte trecho: "O predomínio do inglês se manifesta, claramente, entre nós. Nas escolas secundárias e superiores, o seu ensino vai-se tornando quase exclusivo; poucos optam pelo francês, seu tradicional rival, e muito menos por qualquer outra língua viva do Ocidente.

Nos programas radiofônicos, ouvem-se mais letras e canções americanas do que as de criação nacional. Nas casas comerciais, na linguagem técnica da imprensa e das ciências físicas em geral flui sem qualquer cerimônia o jargão anglicizante. Os jovens dançam à americana nas discotecas e assemelhados e tarjam blusões com ditos gravados em língua from USA. Até as manifestações de nativismo culturalista, como o black power, são da mesma procedência. O fenômeno não é só nosso. A França, por exemplo, reage com vivacidade patriótica contra o "franglais". A mancha anglicizante se derrama por tudo o Ocidente. "(...) O destino das grandes línguas nacionais de cultura" — disse Sílvio Elia, um dos maiores filólogos brasileiros de todos os tempos, infelizmente falecido — "é presentemente o de se converterem em organismos transnacionais, ou serem absorvidos pelo gigantismo idiomático das superpotências."



DICAS DE GRAMÁTICA



USO DE “DEMAIS” OU “DE MAIS”

DEMAIS pode ser usado como advérbio de intensidade no sentido de “muito”, e também como pronome indefinido no sentido de “outros”. Como na frase “A situação deixou os demais candidatos chateados demais!”

DE MAIS é o oposto de “de menos” e são sempre referidos a um substantivo ou pronome. Exemplo: “Existem candidatos de mais para eleitores de menos“.

USO DE “MAU” OU “MAL”

MAU é o oposto de “bom”, como no exemplo: “Eu sou mau. Vou para o inferno”

MAL é o oposto de “bem”, como no exemplo: “Ele fala muito mal
A vida da gente é feita assim: um dia o elogio, no outro a crítica. A arte de analisar o trabalho de alguém é uma tarefa um pouco árdua porque mexe diretamente com o ego do receptor, seja ele leitor crítico ou não crítico. Por isso, espero que os visitantes deste blog LINGUAGEM E CULTURA tenham coerência para discordar ou não das observações que aqui sejam feitas, mas que não deixem de expressar, em hipótese alguma, seus pontos de vista, para que aproveitemos esse espaço, não como um ambiente de “alfinetadas” e “assopradas”, mas de simultâneas, inéditas e inesquecíveis trocas de experiências.