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terça-feira, 14 de junho de 2016

JOVENS DE ONTEM E JOVENS DE HOJE




      O ser humano, na sua essência, é um ser cultural, desde o modo como arruma os cabelos ao jeito como fala. Carrega costumes que são cultivados e se transformam a cada geração. Sendo assim, o que deixa de ser cultivado tende a desaparecer ou, se for cultivado, de forma diferente, pode se transformar.
     Quem não lembra as brincadeiras de rua de tempos mais antigos? Quem brincou de esconde-esconde, polícia e ladrão, contação de histórias, cabra-cega, amarelinha, cantigas de roda, contar estrelas no céu e outras brincadeiras que tornavam a infância tão mais divertida e saudável. Quem não dançou ao som de ABBA, ouviu “Banho de lua”, “Diana”, “Menina linda”, “Luar do Sertão”, Beatles - Love Me Do. Quem vestiu pantalonas e outras roupas que hoje já não se usam mais?
      Olhando os jovens de hoje, com seus iPads, iFones, iQualquer coisa, ficamos a nos perguntar quais valores são repassados nas famílias de hoje, como são as amizades e, principalmente, os meios de comunicação. Percebe-se que os jovens não estão com cabeça para reflexões filosóficas. Usam jeans e camiseta, bem descontraídos e de preferência de boas etiquetas. Devoram hambúrgueres e dedilham computadores com presteza. O quê representa o mundo para essa juventude?
      Essa atual geração é totalmente diferente das anteriores. O que os controla mais são os perigos das ruas. Graças à vida urbana tudo se tornou perigoso, e os jovens estão sujeitos às drogas, doenças e à violência. Sendo assim, é bem mais fácil comprar um videogame e convidar os amigos para jogar no sofá da sala. Prática que foi crescendo ao ponto de as brincadeiras típicas da juventude, de dez anos atrás, praticamente desaparecerem. Os jovens de hoje não brincam mais. Ficam diante da TV a assistir desenhos ou a jogar videogames ou diante de um computador. Sobre o que os adolescentes conversam tanto? É no playground, na esquina, no telefone, na porta de casa, nos barzinhos, nas boates. Eles passam por um processo de autoafirmação, de independentização. Quase sempre os assuntos são sobre suas paqueras, ou são bobagens sem sentido que os fazem morrer de tanto rir.
     A alegria de estar entre iguais, segundo um site encontrado na Internet, é isso que atrai os adolescentes; 56% falam de sexo, namoro, enquanto 26,4% só tratam de "amenidades" e "garotos/as". Parece que dão o mundo para não sair com os pais, para que estes os deixem em paz, o que é desconcertante e doloroso.Não conversam e nem dialogam com ninguém, seus hábitos são outros. Parece que a leitura não é o forte desta geração. Há uma mudança considerável entre o ontem e o hoje.
       Conforme a psicóloga Márcia Regina, o reflexo dessa mudança cultural está em diversas áreas do cotidiano destes adolescentes. “Primeiro a própria questão física, estes jovens tinham um desenvolvimento melhor de suas funções motoras e eram mais resistentes”. Outra questão levantada pela psicóloga é a social ou as relações sociais. “Com o crescente uso dos videogames e da própria internet, o adolescente se isola e isso afeta a própria forma de se comunicar”. Hoje vivem em uma aldeia global, pensando que conhecem muitas pessoas, mas na verdade estão isolados.
      A aparente liberdade de escolha dos adolescentes da classe média, às voltas com uma infinidade de possibilidades geradas pelo bem-estar material, na verdade, esconde um intenso processo de massificação e inculcamento de valores conservadores, que no passado ganhou nome de alienação e hoje ganhou nova roupagem, a da globalização.
     O jovem de hoje é o que o capitalismo sempre sonhou. Eles têm de estar dentro de uma das fôrmas criadas pela indústria cultural para serem considerados normais. A globalização da juventude é extremamente interessante às agencias de publicidade e aos oligopólios, a massificação é muito conveniente para eles, sob todos os aspectos. Vender um carro, um CD ou um refrigerante que são apreciados pela garotada, certamente tem inúmeras vantagens do ponto de vista da produção.
    O processo de globalização, no entanto, ultrapassa as linhas de montagem ou a formação de mercados, e encontra nos jovens o terreno ideal. A globalização, operada, sobretudo, via televisão, coincide como uma luva com a dinâmica do adolescente, que tem entre suas principais características o desejo de controlar o mundo.
    Através da televisão, o jovem tem a sensação de estar presente a todos os eventos, mas isso não significa necessariamente ser consciente, processar toda a informação até chegar a uma visão coerente do mundo. Ele até pode ser solidário com a causa defendida por Nelson Mandela, mas dificilmente sabe o que se passa num bairro periférico da cidade. Os jovens de hoje fazem parte de uma geração que está pronta para viver o capitalismo em toda a sua extensão e para exercer a liberdade de escolha como consumidor em todas as esferas da vida.
    Com este artigo não se deseja criticar a juventude atual, mas conduzi-la à reflexão do mundo em que vivem. Convidá-la a efetuar uma reflexão sobre o comportamento e o viver em família e em sociedade. Para facilitar essa tarefa a proposta é que os jovens elaborem uma lista dos principais aspectos que eles acreditam ser característica da contemporaneidade. Depois, aproveitem as respostas fornecidas para explicar as transformações ocorridas no universo dos jovens nas últimas décadas. Verão que as diferenças são gritantes e que ainda há tempo de eles, com tantas oportunidades, criarem um ambiente melhor no mundo e na construção de um futuro de Paz, Harmonia, Segurança, Amor.

DICAS DE GRAMÁTICA

Uso de “DEMAIS” ou “DE MAIS”

DEMAIS - pode ser usado como advérbio de intensidade no sentido de “muito” e, também, como pronome indefinido no sentido de “outros”. Como na frase “A situação deixou os demais candidatos chateados demais!”

DE MAIS - é o oposto de “de menos” e são sempre referidos a um substantivo ou pronome. Exemplo: “Existem candidatos de mais para eleitores de menos“.

A ESCOLA DE HOJE É DOS DIFERENTES E DA DIVERSIDADE


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Embora a escola de hoje seja o espaço “dos diferentes e da diversidade”, não deixa de ser o lugar onde se prepara os seres humanos para o viver em harmonia, ética, solidariedade. Não pode esse sagrado espaço permanecer, como hoje, um lugar de barbárie, onde acontecem furtos, agressões, prostituição, desrespeito à vida, aos valores éticos, morais, religiosos das pessoas.
O artigo está motivado pelos noticiários de TV, jornais e demais meios de comunicação de massa, que mostram, em todo o mundo, as mazelas geradas pela violência dentro do ambiente escolar. Esses fatos geram comoção nos educadores, que vêm esforços e recursos jogados no lixo. O fato é que a violência adentrou nos muros escolares fazendo-se marcante e presente. Afinal, o que estará acontecendo com esta “sacrossanta”  escola  que pretende apenas educar?
Além dessa gritante violência e desrespeito, dentro do espaço escolar, esses malefícios vazam além das paredes e muros, atingem, em cheio, a sociedade. São jovens que fazem uso de arma, drogas, bebidas, a praticar barbárie no meio social, sem escolher raça, cor, crença. Matam os pais, a família inteira e muitas vezes também se matam. É uma realidade louca, preocupante, uma agressão generalizada  a deixar a sociedade engessada, considerando que se torna refém de jovens agressivos, violentos que não respeitam nada. Parece-nos, até, que o mundo tornou-se um “ringue”, onde os valores morais, a ética e a educação são pisoteados em favor de quem tem mais força, mais maldade, mais malícia. As manifestações violentas assumiram formas variadas, sutis e, muitas vezes, perversamente camufladas por trás de um cenário tranquilo na dinâmica das relações sociais.
Não há respeito aos professores, aos colegas, à comunidade. Parece-me que o mundo perdeu a direção e a  educação não consegue tomar “ o lema” dessa grandiosa tarefa de educar para a cidadania, para a ética. O mundo se tornou egoísta, onde cada pessoa olha para si própria, esquecendo-se que faz parte de um sistema que não poderá ir bem se as pessoas estão desintegradas, as famílias destroçadas, a educação sem meios para realizar a grandiosa tarefa de educar para a vida, educar para o mundo.
É consenso social que a violência escolar é uma questão que deve ser analisada e estudada na atualidade, tendo em vista que as consequências atingem, em cheio, a sociedade como um todo. Daí, decorrem inúmeros dramas sociais: criminalidade, prostituição, desemprego, fome, miséria, flagelo humano. Quando se pensa numa educação que priorize a qualidade e o bem estar da juventude, que almeje inserir o jovem na sociedade e no mercado de trabalho, não há como se fugir do ideal de uma convivência democrática e solidária, no ambiente escolar, nas famílias, na sociedade. Para Ortega e Del Rey (2002), “(...) em todas as comunidades, qualquer que seja sua cultura, as pessoas têm uma aspiração comum: a busca pela paz, a eliminação definitiva da guerra e da violência, e a luta diária para melhorar a qualidade de vida dos que os rodeiam”.
Este século XXI trás modificações marcantes como a globalização, mudanças econômicas, avanços tecnológicos, diversidade cultural e tantas outras questões que se levaria tempo para abordá-las. Logicamente que esse cenário tão diverso do século passado não poderá ter por modelo uma ‘educação do século passado’. O mundo exige uma mudança de paradigmas, mudança no perfil dos educadores e dos gestores escolares. Uma mudança reflexiva capaz de acompanhar às necessidades do tempo atual. Questões como a violência escolar apresentam relevância no atual quadro educacional. A escola de hoje suscita mudanças, requer um aprendizado para lidar coma essa gigantesca heterogeneidade de pessoas, problemas, conflitos. É um mundo que necessita, urgentemente, de políticas eficazes, capazes de educar os jovens, dar suporte aos professores, chamar a atenção das famílias para suas responsabilidades.
Nesse cenário fica-se com as palavras do educador Chrispino e Chrispino (2002), ao dizer que “(A) escola de antes era a escola dos “iguais”. A escola de massa e do futuro será a escola dos “diferentes” e da diversidade, o que pede uma gestão escolar apropriada, a partir da visão do futuro que nos aguarda”. Por isso tudo é urgente políticas eficazes para lidar com o jovem de hoje e preparar a nação para viver o amanhã, sem guerra aramada, todos em paz, vivenciando a ética e o respeito ao próximo. Todos nós merecemos vida digna. A violência impede o ser humano de ser feliz. É preciso pensar na vida e não apenas correr pela vida, como se não fosse possível correr e pensar ao mesmo tempo.

DICAS DE GRAMÁTICA
QUAL A FORMA CORRETA: BRÓCOLO, BRÓCOLI, BRÓCOLOS OU BRÓCOLIS?  
- As formas corretas se definem por brócolis ou brócolos, igualmente óculos, substantivos utilizados apenas no plural.
QUAL O CERTO: HORÁRIO DE PIQUE OU HORÁRIO DE PICO?
As duas formas são consideradas corretas. De acordo com o dicionário Aurélio, pique (do inglês peak), possui três significados distintos: 1 – o auge; 2 – disposição, entusiasmo; 3 – agitação. Dessa forma, tem-se que o substantivo pico (o qual deriva do verbo picar) representa o cume agudo da montanha, mas também representa o sinônimo de pique, relativo às acepções semânticas “1” e “3”.
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Luísa Karlberg, IWA – É Pós-Doutora em Lexicologia e Lexicografia pela Université de Montréal, Canadá; Doutora em Língua Portuguesa pela Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ; Membro da Academia Brasileira de Filologia; Presidente da Academia Acreana de Letras; Membro Fundador da Academia dos Poetas Acreano; Pesquisadora Sênior da CAPES; Membro perene da IWA.





A vida da gente é feita assim: um dia o elogio, no outro a crítica. A arte de analisar o trabalho de alguém é uma tarefa um pouco árdua porque mexe diretamente com o ego do receptor, seja ele leitor crítico ou não crítico. Por isso, espero que os visitantes deste blog LINGUAGEM E CULTURA tenham coerência para discordar ou não das observações que aqui sejam feitas, mas que não deixem de expressar, em hipótese alguma, seus pontos de vista, para que aproveitemos esse espaço, não como um ambiente de “alfinetadas” e “assopradas”, mas de simultâneas, inéditas e inesquecíveis trocas de experiências.