O mundo
deste século XXI é jovem e cheio de oportunidades, mas povoado por uma
juventude sem sonhos. Segundo a ONU, mais de um bilhão de jovens, na
faixa-etária de 14 a 20 anos, estão desinteressados nas oportunidades
econômicas e políticas que lhes são oferecidas. Os jovens deste século
XXI estão muito desprovidos de conhecimentos e atitudes. Eles estão envolvidos
nessa “bola de neve” chamada globalização.
Nessa era
da globalização os jovens estão apáticos à realidade da vida, são dependentes
dos pais e desconhecem o que seja esquerda ou direita. Confundem ciências
políticas com políticas partidárias. Nesse cenário, indaga-se como será,
amanhã, o planeta de hoje, nas mãos dessas pessoas que apenas sabem lidar com
seus iPhones, iPads, iQualquerCoisa? São incapazes, sozinhos, nesse meio de
inteligência artificial, de olhar a realidade e dela participar de debates
políticos, acadêmicos, econômicos, sociais, educacionais. Estão ligados,
apenas, ao consumismo oferecido pelo dinheiro e conivência de seus pais, em
detrimento de construções sólidas para seu futuro profissional. Enfim, uma
geração sem livros e sem leituras.
No
Brasil, temos corrupção para todos os lados. E os jovens, embora digam o
contrário, para mim, não têm ideologia. Assim, não têm bagagem cultural e política.
Seus pais não debatem esses assuntos com eles. Muitos chamam seus papais e
mamães para questionar qualquer problema em suas universidades, porque eles
sozinhos são incapazes. Muitos desses jovens nunca participaram de uma reunião
de bairro, de partido político, de centro acadêmico, de nada. Suas turmas não
escolhem nem representante de turma. Muitos são contrários ao bolsa família, porque
seus pais não são beneficiários do programa. Mas acham certo o Terceiro Setor
fazer assistencialismo.
De outra parte, pesquisas apontam que o universo vocabular dos estudantes,
mesmo em nível universitário, é pobre. Reduz-se a algumas centenas de palavras.
Tão fortes parecem ser os apelos do mundo, em suas mensagens audiovisuais, que
o jovem absorve informações passivamente, de modo vago e incompleto. Na escola
e fora dela mostram-lhe sobre o que pensar, mas não o estimulam a pensar.
Acossado por uma gigantesca massa de informações, e incapaz de discernir o que
é legítimo, o jovem tende, em geral, à indiferença, ao alheamento.
A
realidade brasileira lhe escapa, os acontecimentos do mundo não o instiga a um
esforço mínimo de interpretação. Ele será um ser moderno à medida que repete,
por mímica, os conceitos em moda. Deixa de ser moderno, porém, no sentido de
pessoa bem informada, com a capacidade de se exprimir bem e de formular ideias.
Na sua carência de expressão e percepção, o jovem transforma-se em mero
repetidor do que mal ouve e do que mal vê de relance.
Eu penso que o capitalismo fez esses jovens acreditarem que
serão felizes se puxarem o tapete de seu semelhante. Que apenas serão felizes
sendo chamados cidadãos. Que podem comprar tudo com o dinheiro dos pais e não
conquistar o futuro, a própria felicidade.
Por isso cada vez mais nos deparamos com jovens desajustados, sem interesse
pela vida, por bens, valores materiais e morais. Encontramos jovens mais
preocupados com a beleza, com a imagem do que com o conteúdo. Seus pais querem
que eles sejam empreendedores e não pessoas boas. Mas eles não querem
empreender e sim viver em casa assistindo TV e jogando vídeo game, conversando
no WhatsApp, Facebook e outros mídias. É a
geração iPhone, iPad, iSemdinheiro.
Os valores estão perdidos. Em casa eles escutam os pais
chamarem os políticos de ladrões, mas os vêm pagando propina para os policiais
não aplicarem uma multa de trânsito. Seus pais chamam o prefeito, o governador
ou o presidente de mentirosos, mas ensinam os filhos a mentir também, quando
diminuem a idade para pagarem menos em shows, ônibus e cinema.
Também, os jovens de hoje são mais vulneráveis à insegurança
e à irresponsabilidade, por isso envergonham os professores, comportam-se muito
mal dentro e fora da escola, não obedecem aos pais, mentem, enganam, fazem
muitas coisas erradas, além de passarem muitas horas dormindo. É preciso saber
as causas desse comportamento que, maioria das vezes, conduz a juventude ao
vício da bebida, fumo e outras drogas. A cultura, também, tem se distanciado
cada vez mais do jovem, que não procura ler e permanecer informado e,
sobretudo, não possui mais a capacidade de formular opiniões e de analisar
fatos.
Pareço não acreditar na juventude? Pelo contrário! Continuo a
ter esperanças de que ela possa ser melhor do que a geração de seus pais.
Acredito que essa juventude possa sim sair da frente da TV, do Facebook, do
Google e do Wikipédia, e possa ler mais livros, discutir mais política, saúde,
educação, segurança. Igualmente, acredito que sozinhos eles não vão a lugar
nenhum, exceto se houver uma boa política educacional e o bom exemplo de bem
viver comece nos poderes da República e alcance os lares brasileiros. É preciso
pensar o Brasil do amanhã!
DICAS DE GRAMÁTICA
AO
ENCONTRO DE ou DE ENCONTRO A?
- AO
ENCONTRO DE - utilizado
em uma situação favorável, como na frase “Sua oferta vai ao encontro de
minhas expectativas. Aceito!”
- DE
ENCONTRO A indica
uma situação de oposição, como no exemplo “Seus interesses vão de encontro
aos meus. Não dá certo!”
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