Embora
a escola de hoje seja o espaço “dos diferentes e da diversidade”, não deixa de
ser o lugar onde se prepara os seres humanos para o viver em harmonia, ética,
solidariedade. Não pode esse sagrado espaço permanecer, como hoje, um lugar de
barbárie, onde acontecem furtos, agressões, prostituição, desrespeito à vida,
aos valores éticos, morais, religiosos das pessoas.
O
artigo está motivado pelos noticiários de TV, jornais e demais meios de
comunicação de massa, que mostram, em todo o mundo, as mazelas geradas pela
violência dentro do ambiente escolar. Esses fatos geram comoção nos educadores,
que vêm esforços e recursos jogados no lixo. O fato é que a violência adentrou nos
muros escolares fazendo-se marcante e presente. Afinal, o que estará
acontecendo com esta “sacrossanta” escola que pretende apenas educar?
Além
dessa gritante violência e desrespeito, dentro do espaço escolar, esses
malefícios vazam além das paredes e muros, atingem, em cheio, a sociedade. São jovens
que fazem uso de arma, drogas, bebidas, a praticar barbárie no meio social, sem
escolher raça, cor, crença. Matam os pais, a família inteira e muitas vezes
também se matam. É uma realidade louca, preocupante, uma agressão
generalizada a deixar a sociedade
engessada, considerando que se torna refém de jovens agressivos, violentos que
não respeitam nada. Parece-nos, até, que o mundo tornou-se um “ringue”, onde os
valores morais, a ética e a educação são pisoteados em favor de quem tem mais
força, mais maldade, mais malícia. As manifestações violentas assumiram formas
variadas, sutis e, muitas vezes, perversamente camufladas por trás de um
cenário tranquilo na dinâmica das relações sociais.
Não
há respeito aos professores, aos colegas, à comunidade. Parece-me que o mundo
perdeu a direção e a educação não
consegue tomar “ o lema” dessa grandiosa tarefa de educar para a cidadania,
para a ética. O mundo se tornou egoísta, onde cada pessoa olha para si própria,
esquecendo-se que faz parte de um sistema que não poderá ir bem se as pessoas
estão desintegradas, as famílias destroçadas, a educação sem meios para
realizar a grandiosa tarefa de educar para a vida, educar para o mundo.
É consenso
social que a violência escolar é uma questão que deve ser analisada e estudada
na atualidade, tendo em vista que as consequências atingem, em cheio, a
sociedade como um todo. Daí, decorrem inúmeros dramas sociais: criminalidade,
prostituição, desemprego, fome, miséria, flagelo humano. Quando se pensa numa
educação que priorize a qualidade e o bem estar da juventude, que almeje
inserir o jovem na sociedade e no mercado de trabalho, não há como se fugir do
ideal de uma convivência democrática e solidária, no ambiente escolar, nas
famílias, na sociedade.
Para Ortega e Del Rey (2002), “(...) em todas as
comunidades, qualquer que seja sua cultura, as pessoas têm uma aspiração comum:
a busca pela paz, a eliminação definitiva da guerra e da violência, e a luta
diária para melhorar a qualidade de vida dos que os rodeiam”.
Este século XXI trás
modificações marcantes como a globalização, mudanças econômicas, avanços
tecnológicos, diversidade cultural e tantas outras questões que se levaria
tempo para abordá-las. Logicamente que esse cenário tão diverso do século
passado não poderá ter por modelo uma ‘educação do século passado’. O mundo
exige uma mudança de paradigmas, mudança no perfil dos educadores e dos
gestores escolares. Uma mudança reflexiva capaz de acompanhar às necessidades
do tempo atual. Questões como a violência escolar apresentam relevância no
atual quadro educacional. A escola de hoje suscita mudanças, requer um
aprendizado para lidar coma essa gigantesca heterogeneidade de pessoas,
problemas, conflitos. É um mundo que necessita, urgentemente, de políticas
eficazes, capazes de educar os jovens, dar suporte aos professores, chamar a
atenção das famílias para suas responsabilidades.
Nesse cenário fica-se
com as palavras do educador Chrispino e Chrispino (2002), ao dizer que “(A)
escola de antes era a escola dos “iguais”. A escola de massa e do futuro será a
escola dos “diferentes” e da diversidade, o que pede uma gestão escolar
apropriada, a partir da visão do futuro que nos aguarda”. Por isso tudo é
urgente políticas eficazes para lidar com o jovem de hoje e preparar a nação
para viver o amanhã, sem guerra aramada, todos em paz, vivenciando a ética e o
respeito ao próximo. Todos nós merecemos vida digna. A violência impede o ser
humano de ser feliz. É preciso pensar na vida e não apenas correr pela vida,
como se não fosse possível correr e pensar ao mesmo tempo.
DICAS
DE GRAMÁTICA
QUAL A FORMA CORRETA: BRÓCOLO, BRÓCOLI,
BRÓCOLOS OU BRÓCOLIS?
- As formas corretas se definem por brócolis ou brócolos, igualmente óculos,
substantivos utilizados apenas no plural.
QUAL O CERTO:
HORÁRIO DE PIQUE OU HORÁRIO DE PICO?
As duas formas são consideradas
corretas. De acordo com o dicionário Aurélio, pique (do inglês peak),
possui três significados distintos: 1 – o auge; 2 – disposição, entusiasmo; 3 –
agitação. Dessa forma, tem-se que o substantivo pico (o qual deriva do verbo
picar) representa o cume agudo da montanha, mas também representa o sinônimo de
pique, relativo às acepções semânticas “1” e “3”.
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Luísa Karlberg, IWA – É Pós-Doutora em
Lexicologia e Lexicografia pela Université de Montréal, Canadá; Doutora em
Língua Portuguesa pela Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ; Membro da
Academia Brasileira de Filologia; Presidente da Academia Acreana de Letras;
Membro Fundador da Academia dos Poetas Acreano; Pesquisadora Sênior da CAPES;
Membro perene da IWA.
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