Vivemos um momento paradoxal no
Brasil, onde valores são pisoteados e as virtudes soterradas em lamaçais de
corrupção, que se alastram por todos os lados, desde a Petrobras aos correios,
aos empréstimos consignados dos aposentados (Coitados!). Uma ladroagem
escancarada, sem limites. Diante disso tudo, havemos de perguntar: onde estão
as virtudes humanas?
Para quem
não sabe, a Virtude é uma qualidade moral,
um atributo positivo de um indivíduo. A Virtude é
a disposição de um indivíduo de praticar o bem, não é apenas uma
característica, trata-se de uma verdadeira inclinação. Virtudes são todos os
hábitos constantes que levam o ser humano para o caminho do bem.
Virtude é um conceito que remete
para a conduta do ser humano, quando existe uma adaptação perfeita entre os
princípios morais e a vontade humana. Há virtudes intelectuais, que são
ligadas à inteligência e há virtudes
morais, que são relacionadas com o bem. A virtude intelectual consiste na capacidade de aprender no diálogo e
na reflexão a busca do verdadeiro conhecimento. A virtude moral, por sua
vez, é a ação ou comportamento moral, um hábito considerado bom, de acordo com
a ética.
Virtude foi um tema bastante
abordado pelo filósofo Aristóteles, que fez a diferenciação entre virtudes intelectuais e virtudes éticas (ou morais), sendo que
o estado ideal é a moderação, o que se encontra no meio do defeito e do
excesso. Virtude intelectual é
aquela que nasce e progride graças aos resultados da aprendizagem e da
educação, e a virtude moral não é
gerada em nós por natureza, é o resultado do hábito que nos torna capazes de
praticar atos justos.
Para Aristóteles, não existem
virtudes inatas, todas se adquirem pela repetição dos atos, que geram o
costume, e esses atos, para gerarem as virtudes, não devem desviar-se nem por
falta, nem por excesso, pois a virtude consiste na justa medida, longe dos dois
extremos. Tudo que falta ao mundo político brasileiro.
Na visão de
Aristóteles, enquanto a virtude intelectual vem, via de regra, pelo
aprendizado, requerendo tempo para desenvolver-se, a virtude moral é adquirida
pelo hábito. O saber pouco ou nada conta na aquisição da virtude. É necessária
a ação, o hábito, pois o saber é adquirido por aprendizado, sendo compatível, portanto,
com a virtude intelectual. A prática desses atos deve nos indicar o caminho da
moderação. Excesso ou falta, devem ser evitados. Segundo Aristóteles, a ação
virtuosa deve ser voluntária e não contemplar hesitação. O virtuoso não possui
qualquer conflito moral. Tanto quer fazer o bem quanto o faz e a vida feliz é a
vivida segundo a virtude. Uma conduta ou sentimento tido de forma deficiente ou
excessiva torna-se um vício.
É, pois, essa conduta deficiente (ausência de virtudes) que
tem envergonhado o Brasil diante do mundo. Seria difícil exagerar quando
se afirma a gravidade da situação, no país, em várias esferas. O trecho a
seguir, publicado, no dia 04/07/2016, por Simon Romero,
o correspondente do The New York Times, no Brasil, evidencia o
nível de calamidade da situação. Diz ele:
O Brasil está enfrentando sua pior crise econômica das últimas décadas. Um
enorme esquema de corrupção tem prejudicado a empresa
pública petrolífera nacional. A epidemia de Zika espalha desespero ao longo da região Nordeste. E, pouco
antes de hordas de estrangeiros vierem ao país para as Olimpíadas, o governo luta pela sobrevivência
com quase todas as frentes do sistema político sob uma nuvem de escândalo.
A extraordinária crise política brasileira apresenta algumas
semelhanças com o caos liderado por Trump, nos EUA: um circo sui-generis,
fora de controle, gerando instabilidade e libertando forças sombrias, com um
resultado positivo quase impossível de se imaginar. A antes remota
possibilidade de impeachment da presidenta Dilma Rousseff parece, agora,
provável.
Porém, uma diferença significante em relação aos EUA é que a
agitação no Brasil não se limita apenas a um político. O contrário é verdade,
conforme Romero comenta: “quase todas as frentes do sistema político estão sob
uma nuvem de escândalo”. O que inclui não apenas o PT, partido trabalhista de
centro-esquerda da presidentA – atravessado por casos sérios de corrupção –
mas também a grande maioria dos grupos políticos e econômicos de centro e
de direita que agem para destruir o PT e que estão afundando, em uma quantidade
ao menos igual, na criminalidade. Em outras palavras, o PT é, sim,
profundamente corrupto e banhado em escândalos, mas, virtualmente, assim também
são todos os grupos políticos trabalhando para minar o partido e obter o poder
que foi democraticamente entregue a ele.
Diante do quadro que aqui se expõe, faltam aos políticos
brasileiros as virtudes intelectuais e morais. Diria que nem nos 21 anos de
ditadura militar elas foram tão escassas. É verdade que foram anos brutais e
tirânicos, mas não havia essa roubalheira descontrolada. Dentre as muitas
“vítimas” estava Dilma Rousseff, então
guerrilheira e assaltante de banco da esquerda democrata, presa e torturada
pelo regime militar, nos anos 70, mas que hoje, aliada ao Lula, lega ao país a
maior quadrilha de ladrões de nossa história. Essa dupla e seus comparas
desconhecem as virtudes morais e intelectuais. E o pior de tudo, o tempo de
aprenderem o que seja honestidade já passou. Agora, o aprendizado deve ser na
cadeia. Grita, Brasil!
DICAS DE GRAMÁTICA
PARA
MIM FAZER ou PARA EU FAZER, PROFESSORA?
- Gente, muita atenção, o’Mim’ não faz nada,
é preguiçoso! Isso mesmo, mim é um pronome pessoal oblíquo, ele não pode
vir antes de um verbo exercendo função de sujeito em uma oração. Sendo assim, o
correto é dizer:
Para eu fazer, Para eu falar, Para eu
estudar e assim por diante, com os demais verbos.
SEJE ou SEJA, ESTEJE ou ESTEJA?
- Sabemos que na modalidade oral é muito comum
ouvir muita gente boa dizer “que seje eterno enquanto dure”,“esteje onde
estiver”, mas na escrita, que é o lugar onde as regras devem ser
respeitadas, esqueça o seje e o esteje e faça a correção
gramatical: seja e esteja sempre serão as
únicas opções possíveis!
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