A autoestima, a confiança
e a responsabilidade pertencem à
natureza dos sentimentos humanos. Tenho convicção que qualquer pai ou mãe deseja
que seu filho(a) e amigos tenham autoestima, sejam autoconfiantes, tenham
responsabilidade, pois são todos
sentimentos associados à maturidade e à felicidade de uma pessoa.
Muita gente imagina que esses
sentimentos são fenômenos mentais, abstratos, que ficam armazenados dentro da
pessoa, ocultos em algum lugar da mente. E quando alguma coisa externa os
evoca, eles saem de seu reduto e se expressam publicamente.Mas não é bem assim
que acontece.
Segundo a psicologia moderna,
esses sentimentos não são entidades mentais e abstratas, mas sim manifestações
corporais, concretas do organismo. Neste sentido, então, não há sentimentos sem
uma manifestação corporal correspondente. Assim, por exemplo, quando uma pessoa
está ansiosa, ela tem alterações no ritmo de batimentos cardíacos, na frequência
respiratória, na pressão sanguínea, dentre outros sinais.
Da igual forma, na alegria há
mudanças no funcionamento do corpo: os batimentos cardíacos, a sudorese, o
ritmo respiratório também se alteram Os sentimentos incluem, além das
manifestações do funcionamento interno do corpo outras manifestações da pessoa,
chamadas de operantes ou voluntárias, tais como: falar, gesticular, gritar,
bater, aplaudir, abraçar, escrever poesias, telefonar, enviar bilhetes, correr,
empurrar, dentre outras atitudes. O corpo age, o corpo expressa, o corpo fala
e, assim, ele manifesta os sentimentos.
Destarte, os sentimentos de autoestima,
de autoconfiança e de responsabilidade não são manifestações da mente do
indivíduo, mas estados corporais associados com eventos ambientais sociais ou
físicos.Por isso é comum a pessoa ouvir de outra frases do tipo:“Sinto-me
travada, não consigo seguir uma direção ”(excesso de racionalidade); “Estou
inquieta, não consigo dormir, penso o tempo todo em meus compromissos” (excesso
de responsabilidade); “Sinto-me incomodada quando nego alguma coisa para alguém”.
“Sinto-me triste com críticas injustas e infundadas”. Assim, não há sentimento
sem manifestação corporal. Mas isso não se apreende sozinha, as pessoas
necessitam ser ensinadas, pelo meio social que as cerca, a detectar os sinais
do corpo.
A autoestima é a valorização que
se tem sobre si, um produto de contingências de reforçamento positivo e de origem
social. Assim, sempre que uma pessoa se comporta de uma maneira específica e os
pais, familiares e amigos a estimulam com carinho, afago físico, sorriso, aplausos,
parabéns, isso tudo são reforços sociais positivos que estimulam a pessoa a
prosseguir e a alimentar, sempre, bons hábitos, para uma boa conduta de vida.
De outra parte, toda vez que
alguém se comporta mal e as pessoas dela se afastam, estão a fazer uso de
estímulo aversivo ou consequência negativa. Estão usando contingências coercitivas
ou punindo a pessoa por aquilo de ruim que fez. O aplauso aumente a autoestima,
a crítica coercitiva a diminui.
Compreende-se, então, que o
sentimento de autoconfiança se desenvolve a partir de contingências e de reforçamento.
A dimensão fundamental para desenvolver autoconfiança é que a pessoa tenha a
possibilidade de emitir um comportamento e, então, produzir consequências no
seu ambiente, afim de que se fortaleçam tais comportamentos. Por exemplo: Ao
subir pelos ramos de uma árvore, a pessoa alcança a manga madura, apanha-a e
come-a. A manga é o reforço positivo. O sentimento de autoconfiança está
associado aos comportamentos bem sucedidos.
E a responsabilidade, como
ocorre? O sentimento de responsabilidade ocorre quando estão sendo usadas
contingências coercitivas. Como decorrência dessa afirmação, quando se diz que
uma pessoa é irresponsável, pode-se presumir que na sua história de vida as
contingências aversivas foram pouco usadas. Pode-se perguntar, então, se as
contingências coercitivas são necessárias para o desenvolvimento saudável de
uma pessoa. Sim, são necessárias.
Contudo, nesse aspecto, há alguns
pontos fundamentais que devem ser preservados. O primeiro deles será evitar as
contingências coercitivas. E, embora elas não possam ser totalmente evitadas, a
natureza se encarrega de punir comportamentos inadequados. Por exemplo:
permanecer sob o sol por muito tempo produz queimaduras, mexer em fios com a
corrente elétrica ligada pode produzir choques, manusear descuidadamente uma
faca fere o dedo, um tropeço pode causar uma fratura, acender um fósforo pode
queimar a mão e assim por diante.
Observa-se, ainda, que o mundo
social também gera consequências aversivas inevitáveis: há professores intolerantes, chefes injustos,
impostos abusivos, assaltantes desumanos, erros médicos, exigências de
trabalhos exaustivos que expõem, a nós humanos, a contingências coercitivas,
independente de nossas escolhas.
Conclui-se que todos os três
sentimentos podem se desenvolver durante a vida toda da pessoa. A autoestima,
autoconfiança e a responsabilidade não estão dentro da pessoa e não são uma
força que impulsiona as pessoas para determinadas ações. Onde estão, então? Fora das pessoas. Estão nas
práticas culturais do grupo a que a pessoa pertence. Se o grupo tem
comportamentos de valorizar a pessoa e aos seus comportamentos aplica
contingências sociais reforçadoras, então a pessoa emitirá comportamentos bem
sucedidos e terá sentimentos de autoestima. Enfim, se comportará feliz,
gostando da sua vida. Autoestima e comportamentos são causados pelas contingências
manejadas pelo grupo social e, como tal, comportamentos e sentimentos não são
causas. O mesmo raciocínio se aplica para autoconfiança e responsabilidade. È
fundamental observar os estímulos e as coerções. Viver em harmonia é o melhor
que pode fazer uma pessoa nesta vida.
DICAS DE
GRAMÁTICA
Menas ou
menos, Professora?
- Esqueça o menas, porque essa palavra
simplesmente não existe no dicionário, apenas na modalidade oral, onde ela
insiste em infiltrar-se no discurso dos falantes. Menos,
grafado dessa maneira, é o jeito certo, não existe outra opção.
Ele sempre
quiz ou Ela sempre quis?
- Assim como toda a conjugação do verbo querer
(quiseram, quiseste, quisera, etc.), a palavra quis deve ser escrita com /s/.
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