E fato conhecido que desde que o ser humano tomou consciência
do poder intelectual que desenvolve, ele vem criando, ao longo do tempo, meios
e técnicas que facilitem e aprimorem seus conhecimentos, na busca de
conhecer-se e conhecer o mundo se expande à sua volta, buscando na escrita, na
codificação e decodificação, registrar sua história, adaptando-se aos vários
fatores que, paulatinamente, vão se inserindo nessa história humana e
modificando-a de forma quase que irreversível.
Deste modo, o que antes era indecifrável, descontextualizado,
paradoxal, na atualidade ganha novas perspectivas, mediante o domínio da
natureza, dos símbolos, da fala, da escrita/leitura. O ser humano passa a
imperar a partir do domínio de todos esses signos naturais, linguísticos,
históricos, que passam a se entrelaçar à cultura, à sociedade e à vida da
humanidade. Ler e escrever tornou-se algo tão importante que as pessoas que
elas não mais desejam permanecer alheias aos acontecimentos da vida, querem
registrar fatos do dia-a-dia como uma questão imprescindível para perpetuar a história
da espécie humana na terra.
A partir dessa concepção, a educação, que antes era destinada
para poucos, para os nobres, ganha novos paradigmas, ampliando-se cada vez
mais, com o objetivo de edificar para sempre a inteligência humana. O ato da
leitura ganha novos significados, enraíza-se, definitivamente, quer seja
através de papiros, panfletos, livros, revistas, jornais, entre outros. O mundo
letrado avança e passa a representar grandes progressos para as pessoas,
permitindo a absorção de novos conhecimentos, tomada de consciência de seus
valores, direitos e deveres, permitindo a sua inserção no mundo ainda mais
dinâmico e globalizado.
Nesta altura da vida social, salta aos olhos o papel
essencial da família, que deve apresentar situações onde o estudante participe
de atos de leitura/escrita, enquanto interlocutor. Todavia, a família de hoje
não mais se reveste de valores éticos, morais, sociais e educacionais como
outrora. Os hábitos da juventude de hoje os distanciam da educação difundida
pela escola. E a escola não pode suprir, nunca, o papel da família. Para
agravar esse quadro deficiente, soma-se a ausência de políticas públicas de
qualidade, bem como apoio e incentivo à educação, para que ela realmente seja
boa e de qualidade.
Considerando a fragilidade nas políticas públicas, a educação
começa a caminhar com passos mais lentos e ociosos, falhando onde mais deveria
se fazer presente, contribuindo para que os discentes não encontrem nela um
pilar de sustentação para a construção de sua própria cidadania, abrindo um
abismo imensurável no ensino-aprendizagem. Associado à carência familiar, o
discente se depara com uma situação que o deixa desprovido de recursos e
motivações para poder prosseguir na própria alfabetização, tornando-o
descompromissado com o seu aprender.
Em função disso, a criança passa de uma série para outra com
enorme carência linguística, ganhando proporções abismais no tocante à
aprendizagem. O que seria construído firmemente, nas fases iniciais de
aprendizagem, passa a ser desfragmentado e desmascarado nas séries seguintes,
prejudicando em demasia o desenvolvimento cognitivo do aluno.
Na era pós-moderna essa deficiência de aprendizagem vem se
tornando motivo de angústias, questionamentos e entraves sociais. Não saber ler
e escrever, no mundo atual, é um caos. E, nesse sentido, as escolas procuram
desenvolver projetos voltados principalmente para a leitura e a escrita,
buscando com isso, minimizar os conflitos que se estendem praticamente em todas
as áreas de conhecimento sistemático. Mas é uma investida frustrada, os
estudantes não conseguem superar as cicatrizes que carregam da família e da má
política educacional. Os remendos não funcionam.
Com esses “projetos salvadores”, o máximo que o governo
consegue é gastar recursos sem alcançar metas. Melhor seria investir nos
primeiros anos escolares, incutir nos estudantes a necessidade de ler e
compreender o mundo e, então, nele habitar em paz e harmonia, enquanto cidadão
decente e digno, compreendendo a si e ao outro, respeitando a si e ao outro.
Esse é o caminho para uma sociedade harmoniosa e respeitosa.
DICAS DE GRAMÁTICA
COMO EMPREGAR ONDE E AONDE, PROFESSORA?
- ONDE - É empregado para ideia de algo
fixo, que não tem movimento. Exemplo: Onde você mora? Onde está localizada a
casa da professora?
-
AONDE - Acompanha verbos que dão ideia de movimento, de mudança. Exemplo: Aonde
você foi nesta noite? Aonde vão aquelas moças tão bonitas?
COMO USAR DENTRE ou ENTRE, PROFESSORA?
ENTRE - É utilizado nos casos em que o
verbo não exige a preposição de, como no exemplo: Entre as pessoas desta
sala, tenho mais chance de passar no ENEM.
DENTRE - Significa “no meio de” e é fruto da união das
preposições de + entre. Mas para que esta união ocorra, o verbo
precisa exigir a preposição de. Veja exemplos:
Ele ressurgiu dentre as pessoas. (quem
ressurge, ressurge de algum lugar. Neste caso, de onde? De entre as
pessoas, ou do meio das pessoas);
Os músicos saíram dentre as primeiras filas.
(quem sai, sai de algum lugar. De onde? Do meio das primeiras
filas).
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