A grande dificuldade observada nos estudantes, modo geral, está na comunicação escrita. Eles dominam a língua portuguesa na feição oral, mas quando chega à hora de escrever é um Deus nos acuda... Por vezes não entendem ser a língua escrita diferente da feição oral. A escrita requer aprendizado, domínio das regras gramaticais e textuais. Então, é preciso deixar claro que a linguagem e, sobretudo, a comunicação escrita, conta com especialistas. Não é — como o processo educacional leva-os a acreditar — uma coisa natural. Natural é a fala, não a escrita. É por isso que a escrita conta com tantos aparatos: dicionários, gramáticas, revisores, editores, intérpretes, etc.
Independente de ser ou não estudante, quase todas as pessoas necessitam dominar a feição escrita da língua, pois a comunicação escrita é indispensável no mundo atual. Já passou o tempo em que os humanos ficavam somente nas palavras... E para perceber a importância da escrita, basta observar o mundo. Em volta das pessoas pululam mensagens eletrônicas, manuais, revistas, códigos de conduta, relatos, cartazes, anúncios, enfim, um mundo de leituras para ler e outras para fazer. A pessoa lê, registra, arquiva, reflete, analisa e escreve. Não há nada de anormal em não se saber escrever segundo a expectativa de um padrão ditado por razões sociais e culturais. Nem por isso se deixa de escrever, nem por isso se deve abandonar a escrita, pois ela é fonte de criação, de conhecimento, de memória, de interação social.
Vê-se que a comunicação escrita, dependendo do contexto e da finalidade, assume características muito peculiares. Por isso, não se pode pensar em texto como algo monolítico, como uma família em que todos tenham a mesma fisionomia. Há textos e textos, logo é preciso que os redatores se deem conta dessa numerosa diversidade.
Para muitos profissionais, escrever um simples memorando é uma tarefa tão árdua quanto falar em público: as palavras nunca parecem adequadas, as idéias recusam-se a seguir uma ordem lógica e o resultado final quase sempre fica abaixo das expectativas. O fato é que, nestes tempos de comunicação virtual, as pessoas parecem estar perdendo a capacidade de escrever. E o pior, estão dando pouca importância à qualidade da comunicação escrita, cada vez mais restrita às mensagens telegráficas dos e-mails.
Assim, em face às expectativas do mundo atual, é basilar saber escrever. Isso não significa que cada profissional se torne um especialista da escrita. Todavia é preciso reconhecer que uma capacitação técnica ajuda e muito a melhorar o desempenho cotidiano. Com isso, se ganha tempo, produtividade e excelência. Mas isso — fique claro — nada ou pouco tem a ver com gramática, como muitos pensam. A urgência reside na necessidade cotidiana e imperiosa de se escrever e de se utilizar a língua como ferramenta de trabalho.
Por isso tudo é importante seguir um aprendizado, mas com a certeza que ele não acontece por "milagre" e nem será do dia para a noite que há de se aprimorar a comunicação escrita. É preciso investir na capacitação profissional, porque cada pessoa é aquilo que fala e escreve. Alguns escrevem mais e melhor que outros. Então, se é importante competir, logo surge à necessidade de dominar esse código da escrita, não apenas desenhando letras, mas produzindo textos (orais e escritos) que digam daquilo que somos, diferentemente de outros. Aí, então, a comunicação escrita fará a diferença no mundo do trabalho hoje tão competitivo.
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