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quarta-feira, 13 de maio de 2020

RESPEITO: REGRA UNIVERSAL DE CONDUTA HUMANA


          O assunto do texto é o respeito, esse valor que cada ser humano deve ter pelo outro e pelo ambiente, lugar onde vive. O respeito exige, em primeiro lugar, reconhecer o outro como outro, diferente de nós. Respeitá-lo significa dizer que ele tem direito de existir e de ser aceito assim como é. Essa atitude não convive com a intolerância que expressa a rejeição do outro e de seu modo de ser. 
Com acerto, disseram os bispos do mundo inteiro, reunidos em Roma, no Concílio Vaticano II (1962-1965), em um dos mas belos documentos “Alegria e Esperança”(Gaudium et pes):”Cada um respeite o próximo como “outro eu”, sem excetuar nenhum”(n.27). Esse é um aspecto importante que tanta gente não sabe olhar. 
    Em segundo lugar, o reconhecimento do outro, implica ver nele um valor em si mesmo, pois ao existir comparece como único e irrepetível no universo e expressa algo do Ser, daquela Fonte Divina, de onde todos procedem, do criador do mundo (a melhor metáfora do que Deus significa). Cada um carrega um pouco do mistério do mundo, do qual é parte. Por isso entre o “eu” e o “outro” se estabelece um limite que não pode ser transgredido: a sacralidade de cada ser humano, no fundo, de cada ser, pois tudo o que existe e vive, merece existir e viver.
    Cada vez que se deseja precisar as causas que determinaram as guerras, as rebeliões, ou até mesmo as simples discórdias domésticas, chega-se a muitas conclusões, mas nenhuma perto daquela que é a verdadeira causa: a falta de respeito. Pois uma alma sem respeito é uma morada em ruínas. Deve ser demolida para construir uma nova. Não existe outra via para a solidariedade humana senão a procura e o respeito da dignidade individual.
     Nunca se poderá negar que o respeito mútuo entre os povos seja o agente maior ou fator essencial da paz. Onde a paz habita todos os caminhos são levados a uma solução. Ao contrário, quando falta respeito, violam-se todos os diretos e mesmo a dignidade humana. Pois nada há que fira mais a dignidade de uma nação, de um povo ou de um ser humano o sentir a sua dignidade desvalorizada pela falta de respeito. Quando isso ocorre, quando o respeito deixa de ser a fiança que resguarda os convênios e as considerações mútuas, começa a rachar-se a estrutura jurídica, econômica e social dos povos.
     Coisa igual acontece dentro de cada nação, quando cessa o respeito às leis que a governam, depressa os direitos se quebram, sobre-vindo a desorientação, a desconfiança e o receio. E a tudo isso se deve ainda adicionar o relaxamento que se produz nas instituições, relaxamento que acaba por levar à anormalidade e a conflitos de toda espécie. Não pode haver paz entre um povo quando o respeito às leis e às suas instituições deixa de ser a garantia que ampara cada pessoa em seus valores. Daí que, quando se burla a dignidade humana, faltando com o respeito às pessoas, sobrevêm as crises sociais, tão nefastas à vida humana.
    Respeitar para ser respeitado: eis uma expressão que, por ser axiomática, se explica por si mesma. Quando pessoas de maior responsabilidade, por exemplo os estadistas e demais figuras do governo, fazem desse respeito um culto e põem nisso sua mais fervorosa e sincera fé, instituindo-se em exemplos, atraem a simpatia e a adesão plena popular, até mesmo em outros países. O contrário conduz à descrença, nenhuma confiança, mau exemplo e total desrespeito.
 Não existe uma lei que imponha o respeito, porquanto, ele responde a uma lei natural. Em todos os tempos, o respeito constituiu o meio imprescindível que fez realizável a convivência entre os seres humanos. O ser humano, desde que nasce, como tudo o que se manifesta à vida no seio da Criação, deve inspirar respeito. Nada melhor se poderia fazer, portanto, para edificar a paz futura, do que conseguir que o respeito presida todas as suas determinações, erigindo-o como algo inseparável de sua responsabilidade.
     Por fim, uma das maiores expressões de falta de respeito é para com a Mãe Terra, com seus ecossistemas superexplorados, com o espantoso desflorestamento da Amazônia e com a excessiva utilização de agrotóxicos que envenenam solos, águas e ares. Essa falta de respeito ecológico nos poderá surpreender com graves consequências para a vida, a biodiversidade e o nosso futuro como civilização e como espécie. Diz o americano Alfred Armand Montapert “Nem todos podem tirar um curso superior. Mas todos podem ter respeito, alta escala de valores e as qualidades de espírito que são a verdadeira riqueza de qualquer pessoa”.

LIÇÕES DE GRAMÁTICA


“INDEPENDENTE DE” E “INDEPENDENTEMENTE DE”

- Eis uma série de advérbios versus adjetivos, a diferença entre esses dois é que “independente” pode ser uma qualidade ou um estado (isto é, um adjetivo), enquanto “independentemente” é um advérbio de modo, que quer dizer a mesma coisa que “de forma independente”. Confira os exemplos e entenda melhor:

Com que idade um jovem se torna independente dos pais? (adjetivo)
Independentemente da nossa idade, todos podemos precisar do apoio da família em algum
momento.(Advérbio)

terça-feira, 14 de abril de 2020

MUNDOS DOS TEXTOS - para professores do ensino médio e estudantes do ENEM



PRÓLOGO  (Vol. I)     
            Vi e li com bastante interesse esse livro “O MUNDO DOS TEXTOS PARA PROFESSORES DO ENSINO MÉDIO E ALUNOS DO ENEM”, que ora vem a lume pelas mãos da Prof.ª Dr.ª Luísa Karlberg, e que vem suprir uma lacuna tão gritante em nossas escolas brasileiras: um livro de textos. Em verdade, trata-se de uma coletânea em três volumes: I – Língua Portuguesa & Linguagem; 2 – Educação & Comunicação; 3 Língua & Sociedade.
Aqui, aprecio o Vol. ILíngua Portuguesa & Linguagem, com importantes textos que compõem partes temáticas: Parte 1 – Língua Portuguesa; Parte 2 – Leitura & Escrita; Parte 3 – Lingua(gem). Um conteúdo rico e de agradável leitura, que conduz o leitor a empreender viagens, realizar tarefas do cotidiano, planejar ações futuras, avaliar e pensar sobre acontecimentos do passado. Tudo isso são ações humanas constituídas pela linguagem e na linguagem.
 Sabemos o quão difícil é, na atualidade, motivar os jovens à leitura/escrita. Por isso, esses alunos tanto do Ensino Fundamental quanto do Ensino Médio e mesmo Universitário têm apresentado, cada vez mais, dificuldades nos processos de leitura e escrita. Isto se deve ao fato de que eles apresentam um alto grau de desmotivação, e também devido estarem inseridos em uma sociedade em que predomina a tecnologia, momento em que eles não desejam criar, pensar, apenas copiar. E ler e escrever vão além dessas simplistas e rotineiras tarefas.
            A Dr.ª Luísa Karlberg, nesta obra, traz textos magníficos, belas mensagens aos leitores. Ela compreende que comunicar não é apenas um saber fazer, mas também um fazer crer, um fazer fazer. Nesse sentido, a língua não é somente um instrumento de comunicação, ela é, também, um instrumento de ação sobre os espíritos, isto é, uma estratégia que visa a convencer, a persuadir, a aceitar, a fazer crer, a mudar de opinião, a levar a uma determinada ação.
A autora propõe alternativas no que diz respeito à concepção de leitura,  aponta um novo caminho e um novo jeito de trabalhá-la, de diversas maneiras, tendo em vista mostrar que um texto pode ser trabalhado de diversas maneiras criativas e funções diversificadas, dando ao aluno a oportunidade de interagir não só com os colegas, mas com o próprio texto, levando-o a questionar e questionar-se em relação as intenções do autor em abordar um tema, levantar hipóteses, ter (ou não) um posicionamento crítico, dentre outros aspectos.
            Assim sendo, talvez não devêssemos considerar um exagero afirmar que a fala, a escrita e a argumentação desta obra, como aqui está posto, com assuntos ou temas diversos, no campo da Língua Portuguesa, Leitura/Escrita e Linguagem, é capaz de subsidiar o trabalho docente nas diferentes etapas do planejamento-avaliação-planejamento.
         Sob o aspecto tipológico, os textos defendem ideias, opiniões ou pontos de vista, em tese, procurando, de variadas formas, fazer com que os ouvintes/leitores os aceite e  os valorize, aplicando-os e vivenciando-os na prática.
       Esses textos, aqui ofertados, distinguem-se em três componentes: a tese, os argumentos e as estratégias argumentativas. TESE, ou proposição, é a ideia que a autora defende, pois a argumentação implica divergência de opinião. Os argumentos de cada texto são facilmente localizados: identificada a tese, faz-se a pergunta: por quê? (Ex.: a autora diz que ser leitor é ser cidadão (tese). Por que  (argumentos).
      Para finalizar, digo que a publicação deste livro é um presente aos professores (bom material em mãos), aos alunos (qualidade e temática dos textos), tudo posto numa linguagem singela, límpida, correta, elegante, que dá gosto de ler.
     Fait un bom voyage, com essa bela obra, Dr.ª Luísa Karlberg, pois os leitores, com certeza, ganham excelente presente e viajam, aqui, de primeira classe.

Dr.ª Amines Bader
Membro honoráro da AAL
Professora no Estado do Acre
Geógrafa e Advogada, OAB



PREFÁCIO
               O presente prefácio não se propõe em análise, mas um olhar desse livro da distinta escritora Prof.ª Dr.ª Luisa Karlberg, como precioso livro escolar de textos, que ora oferece aos leitores, em especial aos professores de Língua Portuguesa e de outras cadeiras, tanto do Ensino Médio quanto Universitário. Em verdade, trata-se de uma coletânea de ouro.
            Essa Coletânea apresenta-se em três volumes: Vol. I – Língua Portuguesa & Linguagem; Vol. II - Educação & Comunicação; Vol. III – Língua & Sociedade. Aqui, aprecia-se o Vol. II – Educação & Comunicação, assim composto: Parte 1 – Educação; Parte 2 – Professor; Parte 3 – Escola; Parte 4 – Comunicação; Parte 5 – Diversos.
             Afianço que a leitura de qualquer um dos textos que compõe o VOLUME II, EDUCAÇÃO & COMUNICAÇÃO, tomada ao acaso, dispensa-me de qualquer apreciação sobre o seu mérito linguístico, o que, aliás, me levaria muito além dos limites a que tenho de me restringir. Pois como sabiamente disse Nelson Mandela: “A educação é a mais poderosa arma pela qual se pode mudar o mundo.”
            Basta-me, pois, dizer que, quanto à publicação, o livro da Prof.ª Dr.ª Luísa Galvão Lessa Karlberg vem preencher uma lacuna na área de estudos textuais, e apresenta-se com um primor de nitidez e elegância, quanto à composição, um modelo de singeleza e espontaneidade. Muitas aulas sobre Educação e Comunicação, quando o ser humano não é nada além daquilo que a educação faz por cada um de nós. A comunicação entre escritor e leitor é clara, acessível, demonstrando que sabedoria não é prolixidade.
            "Mundo dos textos para Professores do Ensino Médio e estudantes do ENEM" vai ser de apreciável valor para o ensino em nossas escolas. É mais do que um simples livro de leitura, é um modelo sugestivo para o ensino da linguagem oral e escrita.
            Para bem falar e escrever é preciso bem observar e conceber, pois que, da precisão das ideias adquiridas é que resulta a clareza e propriedade da expressão. Os assuntos devem, portanto, ser bastante simples e atraentes, para que a observação se faça espontânea e sem esforço.
            Estimo que foi este o princípio a que se subordinou o plano desta obra, ao meu olhar, que foi traçado pela Prof.ª Dr.ª Luisa Karlberg, pois é um livro que pode servir de apoio a múltiplos exercícios de linguagem, para uma multiplicidade de disciplinas escolares.
            Da observação direta das leituras empreendidas, orientados pelos professores, os  alunos encontrarão assuntos para pequenas descrições que facilitem a compreensão de cada texto, possibilitando-lhes ressignificar o apreendido, aperfeiçoando a sua visão de mundo. Na estrutura, terão modelo a seguir no ato criador de tantos outros textos, que irão aperfeiçoá-los e treiná-los no mundo do bem ler e bem escrever.
            Além dos exercícios de leitura, interpretação, discussão e criação de novos textos, este livro vem preencher duas condições essenciais relativas à correção e simplicidade, considerando que se presta, admiravelmente, à leitura expressiva e aos exercícios de interpretação. Sob este ponto de vista, o livro, ora publicado, é um magnífico elemento para a educação da escrita, da linguagem, da produção textual em prosa. Esta é sua principal característica e o seu objetivo mais direto.
            Se, em uma frase apenas, fosse possível resumir este prefácio, eu diria que o valor deste trabalho vai além do que indica o seu título: não é apenas um "Mundo de Textos”, é, também, um “Mundo de pensamentos e temas ligados à educação, à escrita, à leitura, à linguagem, à educação cidadã, à vida, de modo geral”.

                                              
                                                           José do Carmo Carille
                                                      Escritor, poeta, compositor
                                        Vice-Presidente da Academia dos Poetas Acreanos
                                                              Imortal da AAL
PRÓLOGO  (Vol. III)  - Feito pelo Editor, Acadêmico Prof. Dr. Eduardo de Araújo Carneiro, que recomenda a adoção da Coletânea pela SEEC do Estado do Acre, considerando o primor dos textos, a exemplo do que fez a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo.

PORTUGUÊS: LEITURA PARA TODOS





PREFÁCIO (Vol. I)

A determinação, o esforço, a superação e o zelo, o amor aos livros  fizeram de minha mãe um espelho profissional. Poucas mulheres possuem tanta energia e força para vencer obstáculos. Mesmo na doença minha mãe se cura pelo amor ao trabalho, à profissão que exercita com tamanho louvor.
Eu sou a Anny Rose Lessa, filha da Prof.ª Dr.ª Luísa Lessa Karlberg. Tenho 22 anos e, durante esse meu tempo de vida, sempre trago a imagem de minha mãe lendo, escrevendo, fazendo pesquisa, (me mandando ler, escrever e pesquisar), dando aulas, palestras, conferências. Ela pouco se diverte; seu lazer são os filmes e novelas em casa. Recentemente tomou gosto pela dança e pratica todos os fins de semana. Gosta de assistir telejornais, saber o que se passa no mundo. Talvez por isso empreenda tantas viagens pela Europa, Canadá, África, América do Sul. Também conhece quase todo o Brasil e, por isso, identifica, facilmente, os dialetos regionais.
Minha mãe é uma mulher bem informada e bem formada, que passa segurança no que faz e no que diz. Eu percebo o quanto os alunos gostam dela como pessoa e como professora. Muitos a cumprimentam com um ar de consagração, a professora mais doce e mais querida, aquela cujas aulas são inesquecíveis. E não apenas seus alunos, mas pessoas que leem seus artigos no jornal, conhecem seu trabalho e a admiram. Isso tudo me enche de orgulho.
Mas hoje estou aqui para falar desta sua nova Coletânea de livros: PORTUGUÊS: LEITURA PARA TODOS”, Vol. I, que está confeccionado em três partes: Parte I – Língua, Linguagem & Comunicação; Parte II – Educação & Cultura; Parte III -Valores Humanos. É um livro que tem como principal objetivo ofertar textos ao trabalho docente e discente. A intenção, sempre, é comunicar uma observação, uma ideia, uma experiência de vida, um conhecimento adquirido. E ela se anima muito quando encontra um grupo de pessoas potencialmente interessadas no ensino/aprendizagem e, em especial, na Língua Portuguesa, área de sua formação. O mais interessante que acho é quando essas pessoas passam a tecer comentários sobre um ou outro assunto que ela escreveu ou sobre uma aula que ministrou.
Eu considero minha mãe não somente uma professora, pois, na verdade, ela é uma cientista da linguagem, da palavra, dos textos. Uma escritora que domina os gêneros textuais com habilidade. E nesse particular está um de seus maiores méritos: trabalhar com a leitura e a escrita, pois são elas pontes incontestáveis para que haja uma inclusão do indivíduo dentro da sociedade.E, nesta obra, minha mãe contribui, grandemente, para o crescimento escolar, considerando que a escola tem a responsabilidade de sistematizar saberes, mais ainda os de língua portuguesa. Falar bem o idioma pátrio é um dever de todo cidadão que se respeita. Não é tarefa somente do professor da área de Letras, mas de outras áreas, visto que nenhuma ciência se traduz sem a linguagem. E é papel da escola a inserção do estudante no mundo letrado.
Também desejo dizer que com esta obra minha mãe mostra, ao campo educacional, a sua veia de eterna professora. Segundo as orientações apresentadas pelos PCNs, todo professor, independente da sua área de formação, deve ter o texto como instrumento de trabalho. Este, por sua vez, deveria ocupar lugar de destaque no cotidiano escolar, pois, através do trabalho orientado para leitura, o aluno deveria conseguir apreender conceitos, apresentar informações novas, comparar pontos de vista, argumentar, etc. Dessa forma, o aluno poderá caminhar adiante na conquista de sua autonomia no processo de aprendizado.
As práticas pedagógicas de língua materna, pelo que leio e escuto na Universidade, no Curso de Engenharia Elétrica e no ENEM, têm sido alvo de uma constante preocupação. Afinal, muitas são as dificuldades dos alunos, no que diz respeito ao desenvolvimento da proficiência em leitura e compreensão de texto, seja ele de qualquer gênero ou qualquer área de conhecimento.
Por isso, nesse livro, a preocupação de minha mãe é trazer à tona, sempre, o papel transformador e renovador da escola, que deve, em qualquer nível, tornar os estudantes capazes de utilizar a linguagem como instrumento de aprendizagem, sabendo fazer uso de informações contidas nos textos, bem como conhecer e analisar criticamente os usos da língua como veículo de valores, sem preconceitos de classe, credo, gênero ou etnia.
Esta obra preenche uma lacuna importante na cadeia educacional: traduz-se como um livro de textos, com temáticas variadas para serem discutidas nas escolas e universidades. Pois são objetivos da escola e das famílias, em geral, proporcionar às pessoas o acesso ao conhecimento e a formação de indivíduos críticos, comprometidos consigo mesmos e com a sociedade, capazes de intervir modificando a realidade, auto motivados e aptos a buscar o aprendizado e o aperfeiçoamento contínuos, o que passa pela formação de leitores competentes.
Que esta obra, oferecida por minha mãe aos leitores, cumpra a sua finalidade principal, que partilha do pensamento do grande educador Paulo Freire: “o reconhecimento de que a leitura do mundo precede sempre a leitura da palavra e a leitura da palavra escrita implica na ampliação da possibilidade de leitura do mundo”.
         Muito orgulho da senhora, mamãe! Que, como eu, os leitores adquiram amor às letras e leituras e consigam viajar nos seus textos e neles encontrar um pouco mais de sabedoria para uma melhor qualidade de vida.
Anny Rose Lessa Gomes
Acadêmica de Engenharia Elétrica na UFAC (em processo de ingresso na Medicina Veterinária, UFAC). 


PREFÁCIO (Vol. II)

Sou um cidadão do mundo, estudei alguns idiomas, em decorrência dos países que vivi, e hoje falante de inglês e francês no Canadá, cidade de Montréal, eu me deparo com esse pedido inusitado da Prof.ª Dr.ª Luísa Karlberg, para que eu faça o Prólogo de sua obra intitulada “PORTUGUÊS: LEITURA PARA TODOS”, Vol. II. Fiquei envaidecido, porém preocupado. Não sou da área de humanidades, mas aprecio as boas leituras e tenho muito gosto por elas. Por isso, talvez, decorreu esse pedido de minha grande amiga. Pois bem, vou tentar cumpri-la.
Li com bastante interesse os textos, maior parte deles já conhecia, sou leitor da professora, mesmo morando aqui em Montréal, Canadá, há 40 anos. Não esqueci o idioma português, pelo contrário, o exercito, cotidianamente ouvindo as vozes do Brasil, quais sejam, por exemplo: Rádio Difusora Acreana; TV Globo; Tv Bandeirantes; Redes Portuguesas em todo o mundo.
Mas aqui tenho que falar desta bela obra que ora a Professora oferta aos leitores do Brasil e do mundo que fala Português. Ainda não havia tido a oportunidade de ter um livro somente com textos. Gostei muito, uma experiência enriquecedora, ainda mais para estudantes modernos, que não gostam de textos longos. Pois, aqui são texto breves, porém bem escritos, com assuntos interessantes, que provocam reflexão, viagens ao mundo da leitura e da escrita e a mundos nunca dantes visitados.
É uma obra bem pensada, coerente, numa linguagem correta, textos bem estruturados, pensamentos bem organizados. Enfim, uma leitura prazerosa, sem tempo para alguém se perder na exposição das ideias que aqui apresenta a Professora. Sei, via de regra, que nossos pensamentos, maioria das vezes, são caóticos. Digo isso porque costumam funcionar para alimentar nossas decisões cotidianas, mas não funcionam, com a mesma precisão, quando expressos em voz alta ou por escrito, tal qual se encontra na cabeça. Para entender o nosso próprio pensamento, precisamos expressá-lo para outra pessoa. Ao fazê-lo, organizamos o pensamento segundo um código comum e então, finalmente, o entendemos, isto é, nos entendemos. Não à toa que o jagunço Riobaldo, narrador do romance “Grande sertão: veredas”, dizia: "professor é aquele que de repente aprende".
Então, eu creio que todo professor conhece este segredo: a pessoa entende melhor um  assunto depois de ter lido sobre ele, e não antes. Ao falar sobre um tema, tentando explicá-lo a quem o conhece pouco, aumento, exponencialmente, a minha compreensão a respeito dele. Imagino, então, que um professor, motivado pelas expressões de dúvida e até de estupor dos alunos, refine suas explicações e, ao fazê-las, entenderá bem melhor o que queria dizer.
Costumo dizer que a leitura é uma viagem a mundos desconhecidos. Pela leitura visitamos os pensamentos do autor da obra e, ainda, visitamos lugares inusitados, aprendemos muitas coisas e compreendemos tantas outras. De outra parte, escrever definitivamente não é tarefa fácil, a escrita expõe o escritor. É como diz João Cabral de Melo Neto, num de seus belos poemas:
         Escrever é estar no extremo
         de si mesmo, e quem está

assim se exercendo nessa

nudez, a mais nua que há,

tem pudor de que outros vejam

o que deve haver de esgar,

de tiques, de gestos falhos,

de pouco espetacular

na torta visão de uma alma

no pleno estertor de criar.

Quem escreve põe o pé na beira do seu próprio abismo, porque abala suas certezas e multiplica suas dúvidas. Quem escreve despe mais do que as próprias roupas, porque enquanto escreve ainda não sabe o que mostra para os outros.

É isso que faz aqui a Professora Luisa  Galvão Lessa Karlberg. Então, essa obra é um estímulo para que tantos outros professores comecem a escrever e a produzir textos, a educação brasileira necessita, as escolas precisam fazer da leitura um hábito cotidiano entre seus alunos. Parabenizo e louvo esse belo trabalho que ora oferta a Professora Luísa ao Brasil e ao mundo da lusofonia.



Erickson Cavalcanti
Bacharel em Administração pela USP (São Paulo, Brasil)
Licenciado em Economia pela Universidade Nova de Lisboa, (Portugal)
Equivalência em O & M pelo Ministério de Educação do Québec - Canadá.
Escritor canadense, Montréal, Canadá.
A vida da gente é feita assim: um dia o elogio, no outro a crítica. A arte de analisar o trabalho de alguém é uma tarefa um pouco árdua porque mexe diretamente com o ego do receptor, seja ele leitor crítico ou não crítico. Por isso, espero que os visitantes deste blog LINGUAGEM E CULTURA tenham coerência para discordar ou não das observações que aqui sejam feitas, mas que não deixem de expressar, em hipótese alguma, seus pontos de vista, para que aproveitemos esse espaço, não como um ambiente de “alfinetadas” e “assopradas”, mas de simultâneas, inéditas e inesquecíveis trocas de experiências.