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terça-feira, 14 de abril de 2020

PORTUGUÊS: LEITURA PARA TODOS





PREFÁCIO (Vol. I)

A determinação, o esforço, a superação e o zelo, o amor aos livros  fizeram de minha mãe um espelho profissional. Poucas mulheres possuem tanta energia e força para vencer obstáculos. Mesmo na doença minha mãe se cura pelo amor ao trabalho, à profissão que exercita com tamanho louvor.
Eu sou a Anny Rose Lessa, filha da Prof.ª Dr.ª Luísa Lessa Karlberg. Tenho 22 anos e, durante esse meu tempo de vida, sempre trago a imagem de minha mãe lendo, escrevendo, fazendo pesquisa, (me mandando ler, escrever e pesquisar), dando aulas, palestras, conferências. Ela pouco se diverte; seu lazer são os filmes e novelas em casa. Recentemente tomou gosto pela dança e pratica todos os fins de semana. Gosta de assistir telejornais, saber o que se passa no mundo. Talvez por isso empreenda tantas viagens pela Europa, Canadá, África, América do Sul. Também conhece quase todo o Brasil e, por isso, identifica, facilmente, os dialetos regionais.
Minha mãe é uma mulher bem informada e bem formada, que passa segurança no que faz e no que diz. Eu percebo o quanto os alunos gostam dela como pessoa e como professora. Muitos a cumprimentam com um ar de consagração, a professora mais doce e mais querida, aquela cujas aulas são inesquecíveis. E não apenas seus alunos, mas pessoas que leem seus artigos no jornal, conhecem seu trabalho e a admiram. Isso tudo me enche de orgulho.
Mas hoje estou aqui para falar desta sua nova Coletânea de livros: PORTUGUÊS: LEITURA PARA TODOS”, Vol. I, que está confeccionado em três partes: Parte I – Língua, Linguagem & Comunicação; Parte II – Educação & Cultura; Parte III -Valores Humanos. É um livro que tem como principal objetivo ofertar textos ao trabalho docente e discente. A intenção, sempre, é comunicar uma observação, uma ideia, uma experiência de vida, um conhecimento adquirido. E ela se anima muito quando encontra um grupo de pessoas potencialmente interessadas no ensino/aprendizagem e, em especial, na Língua Portuguesa, área de sua formação. O mais interessante que acho é quando essas pessoas passam a tecer comentários sobre um ou outro assunto que ela escreveu ou sobre uma aula que ministrou.
Eu considero minha mãe não somente uma professora, pois, na verdade, ela é uma cientista da linguagem, da palavra, dos textos. Uma escritora que domina os gêneros textuais com habilidade. E nesse particular está um de seus maiores méritos: trabalhar com a leitura e a escrita, pois são elas pontes incontestáveis para que haja uma inclusão do indivíduo dentro da sociedade.E, nesta obra, minha mãe contribui, grandemente, para o crescimento escolar, considerando que a escola tem a responsabilidade de sistematizar saberes, mais ainda os de língua portuguesa. Falar bem o idioma pátrio é um dever de todo cidadão que se respeita. Não é tarefa somente do professor da área de Letras, mas de outras áreas, visto que nenhuma ciência se traduz sem a linguagem. E é papel da escola a inserção do estudante no mundo letrado.
Também desejo dizer que com esta obra minha mãe mostra, ao campo educacional, a sua veia de eterna professora. Segundo as orientações apresentadas pelos PCNs, todo professor, independente da sua área de formação, deve ter o texto como instrumento de trabalho. Este, por sua vez, deveria ocupar lugar de destaque no cotidiano escolar, pois, através do trabalho orientado para leitura, o aluno deveria conseguir apreender conceitos, apresentar informações novas, comparar pontos de vista, argumentar, etc. Dessa forma, o aluno poderá caminhar adiante na conquista de sua autonomia no processo de aprendizado.
As práticas pedagógicas de língua materna, pelo que leio e escuto na Universidade, no Curso de Engenharia Elétrica e no ENEM, têm sido alvo de uma constante preocupação. Afinal, muitas são as dificuldades dos alunos, no que diz respeito ao desenvolvimento da proficiência em leitura e compreensão de texto, seja ele de qualquer gênero ou qualquer área de conhecimento.
Por isso, nesse livro, a preocupação de minha mãe é trazer à tona, sempre, o papel transformador e renovador da escola, que deve, em qualquer nível, tornar os estudantes capazes de utilizar a linguagem como instrumento de aprendizagem, sabendo fazer uso de informações contidas nos textos, bem como conhecer e analisar criticamente os usos da língua como veículo de valores, sem preconceitos de classe, credo, gênero ou etnia.
Esta obra preenche uma lacuna importante na cadeia educacional: traduz-se como um livro de textos, com temáticas variadas para serem discutidas nas escolas e universidades. Pois são objetivos da escola e das famílias, em geral, proporcionar às pessoas o acesso ao conhecimento e a formação de indivíduos críticos, comprometidos consigo mesmos e com a sociedade, capazes de intervir modificando a realidade, auto motivados e aptos a buscar o aprendizado e o aperfeiçoamento contínuos, o que passa pela formação de leitores competentes.
Que esta obra, oferecida por minha mãe aos leitores, cumpra a sua finalidade principal, que partilha do pensamento do grande educador Paulo Freire: “o reconhecimento de que a leitura do mundo precede sempre a leitura da palavra e a leitura da palavra escrita implica na ampliação da possibilidade de leitura do mundo”.
         Muito orgulho da senhora, mamãe! Que, como eu, os leitores adquiram amor às letras e leituras e consigam viajar nos seus textos e neles encontrar um pouco mais de sabedoria para uma melhor qualidade de vida.
Anny Rose Lessa Gomes
Acadêmica de Engenharia Elétrica na UFAC (em processo de ingresso na Medicina Veterinária, UFAC). 


PREFÁCIO (Vol. II)

Sou um cidadão do mundo, estudei alguns idiomas, em decorrência dos países que vivi, e hoje falante de inglês e francês no Canadá, cidade de Montréal, eu me deparo com esse pedido inusitado da Prof.ª Dr.ª Luísa Karlberg, para que eu faça o Prólogo de sua obra intitulada “PORTUGUÊS: LEITURA PARA TODOS”, Vol. II. Fiquei envaidecido, porém preocupado. Não sou da área de humanidades, mas aprecio as boas leituras e tenho muito gosto por elas. Por isso, talvez, decorreu esse pedido de minha grande amiga. Pois bem, vou tentar cumpri-la.
Li com bastante interesse os textos, maior parte deles já conhecia, sou leitor da professora, mesmo morando aqui em Montréal, Canadá, há 40 anos. Não esqueci o idioma português, pelo contrário, o exercito, cotidianamente ouvindo as vozes do Brasil, quais sejam, por exemplo: Rádio Difusora Acreana; TV Globo; Tv Bandeirantes; Redes Portuguesas em todo o mundo.
Mas aqui tenho que falar desta bela obra que ora a Professora oferta aos leitores do Brasil e do mundo que fala Português. Ainda não havia tido a oportunidade de ter um livro somente com textos. Gostei muito, uma experiência enriquecedora, ainda mais para estudantes modernos, que não gostam de textos longos. Pois, aqui são texto breves, porém bem escritos, com assuntos interessantes, que provocam reflexão, viagens ao mundo da leitura e da escrita e a mundos nunca dantes visitados.
É uma obra bem pensada, coerente, numa linguagem correta, textos bem estruturados, pensamentos bem organizados. Enfim, uma leitura prazerosa, sem tempo para alguém se perder na exposição das ideias que aqui apresenta a Professora. Sei, via de regra, que nossos pensamentos, maioria das vezes, são caóticos. Digo isso porque costumam funcionar para alimentar nossas decisões cotidianas, mas não funcionam, com a mesma precisão, quando expressos em voz alta ou por escrito, tal qual se encontra na cabeça. Para entender o nosso próprio pensamento, precisamos expressá-lo para outra pessoa. Ao fazê-lo, organizamos o pensamento segundo um código comum e então, finalmente, o entendemos, isto é, nos entendemos. Não à toa que o jagunço Riobaldo, narrador do romance “Grande sertão: veredas”, dizia: "professor é aquele que de repente aprende".
Então, eu creio que todo professor conhece este segredo: a pessoa entende melhor um  assunto depois de ter lido sobre ele, e não antes. Ao falar sobre um tema, tentando explicá-lo a quem o conhece pouco, aumento, exponencialmente, a minha compreensão a respeito dele. Imagino, então, que um professor, motivado pelas expressões de dúvida e até de estupor dos alunos, refine suas explicações e, ao fazê-las, entenderá bem melhor o que queria dizer.
Costumo dizer que a leitura é uma viagem a mundos desconhecidos. Pela leitura visitamos os pensamentos do autor da obra e, ainda, visitamos lugares inusitados, aprendemos muitas coisas e compreendemos tantas outras. De outra parte, escrever definitivamente não é tarefa fácil, a escrita expõe o escritor. É como diz João Cabral de Melo Neto, num de seus belos poemas:
         Escrever é estar no extremo
         de si mesmo, e quem está

assim se exercendo nessa

nudez, a mais nua que há,

tem pudor de que outros vejam

o que deve haver de esgar,

de tiques, de gestos falhos,

de pouco espetacular

na torta visão de uma alma

no pleno estertor de criar.

Quem escreve põe o pé na beira do seu próprio abismo, porque abala suas certezas e multiplica suas dúvidas. Quem escreve despe mais do que as próprias roupas, porque enquanto escreve ainda não sabe o que mostra para os outros.

É isso que faz aqui a Professora Luisa  Galvão Lessa Karlberg. Então, essa obra é um estímulo para que tantos outros professores comecem a escrever e a produzir textos, a educação brasileira necessita, as escolas precisam fazer da leitura um hábito cotidiano entre seus alunos. Parabenizo e louvo esse belo trabalho que ora oferta a Professora Luísa ao Brasil e ao mundo da lusofonia.



Erickson Cavalcanti
Bacharel em Administração pela USP (São Paulo, Brasil)
Licenciado em Economia pela Universidade Nova de Lisboa, (Portugal)
Equivalência em O & M pelo Ministério de Educação do Québec - Canadá.
Escritor canadense, Montréal, Canadá.

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A vida da gente é feita assim: um dia o elogio, no outro a crítica. A arte de analisar o trabalho de alguém é uma tarefa um pouco árdua porque mexe diretamente com o ego do receptor, seja ele leitor crítico ou não crítico. Por isso, espero que os visitantes deste blog LINGUAGEM E CULTURA tenham coerência para discordar ou não das observações que aqui sejam feitas, mas que não deixem de expressar, em hipótese alguma, seus pontos de vista, para que aproveitemos esse espaço, não como um ambiente de “alfinetadas” e “assopradas”, mas de simultâneas, inéditas e inesquecíveis trocas de experiências.