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sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

QUAL O PAPEL DA EDUCAÇÃO DIANTE DE UMA SOCIEDADE VIOLENTA?

 

Inicialmente, desculpo-me com os leitores por abordar, com dureza, a questão da violência escolar, em artigo anterior. O estilo forte resulta da preocupação com aquilo que avisto nos ambientes escolares, nas imediações das escolas, na conversas com estudantes e professores. São constatações que despertam o desejo em contribuir, de alguma forma, para que se tenha um mundo melhor. Partindo do princípio de que num ambiente familiar e/ou escolar, quiçá em ambientes sociais, somos educadores e educandos, na medida em que educamos e aprendemos, nosso papel torna-se mais eficiente se atuamos na mudança das atitudes, consideradas violentas em todas as suas nuances

Coloco-me contrária à posição de "laissez-faire". Dessa forma, o ser humano fica à deriva, fruto do momento onde os parâmetros sócio-culturais encontram-se abalados pelo excesso de liberdades. E, dessa forma, o desejo de saber e a arte de ensinar se enfraquecem. Ganha força a violência, cortando fronteiras até então sagradas. Antes, o professor uma figura respeitada, intocável. Hoje uma criatura massacrada, humilhada, insultada, numa profissão que o governo não elege como prioritária ao crescimento da nação. O envolvimento social é fator importante para a mudança do atual quadro. Junte-se a nós, caro leitor, na construção de um país mais humano, na proteção da juventude atual.

E nesse mundo tão conturbado o que é a violência? Segundo o Dicionário Houaiss, violência é a “ação ou efeito de violentar, de empregar força física (contra alguém ou algo) ou intimidação moral contra (alguém); ato violento, crueldade, força”. No aspecto jurídico, o mesmo dicionário define o termo como o “constrangimento físico ou moral exercido sobre alguém, para obrigá-lo a submeter-se à vontade de outrem; coação”. Já a Organização Mundial da Saúde (OMS) define violência como “a imposição de um grau significativo de dor e sofrimento evitáveis”. Mas os especialistas afirmam que o conceito é muito mais amplo e ambíguo do que essa mera constatação de que a violência é a imposição de dor, a agressão cometida por uma pessoa contra outra; mesmo porque a dor é um conceito muito difícil de ser definido.

Para todos os efeitos, guerra, fome, tortura, assassinato, preconceito, a violência se manifesta de várias maneiras. Na comunidade internacional de direitos humanos, a violência é compreendida como todas as violações dos direitos civis (vida, propriedade, liberdade de ir e vir, de consciência e de culto); políticos (direito a votar e a ser votado, ter participação política); sociais (habitação, saúde, educação, segurança); econômicos (emprego e salário) e culturais (direito de manter e manifestar sua própria cultura). As formas de violência, tipificadas como violação da lei penal, como assassinato, seqüestros, roubos e outros tipos de crime contra a pessoa ou contra o patrimônio, formam um conjunto que se convencionou chamar de violência urbana, porque se manifesta principalmente no espaço das grandes cidades.

Para que possamos entender melhor os determinantes da violência e o papel da educação, algumas questões nos parecem pertinentes para ajudar nessa reflexão. De que forma a violência brota na sociedade? Quais os valores que têm norteado as diferentes práticas sociais e entre estas, a educacional? Qual o papel da educação e da escola diante de uma sociedade com características violentas? Estas são perguntas fundamentais.

Hoje, a violência está estampada nos grandes centros do país e se apresenta de diferentes formas. O problema tomou tal dimensão que passou a ser visto como uma questão de utilidade pública, pois sua manifestação se propaga em proporções semelhantes às das doenças infecciosas, uma vez que afeta as grandes metrópoles, a vida de milhões de pessoas. Portanto, esta problemática não é uma característica, apenas, da sociedade brasileira. Outros países da América Latina e da América Central também vivem experiências de taxas elevadas de violações dos direitos humanos, inclusive a violação do direito à vida.

E qual é o papel da educação e da escola nesse contexto? Se se entende que a educação é um processo de construção coletiva, contínua e permanente de formação do indivíduo, que se dá na relação entre os indivíduos e entre estes e a natureza, a escola é, portanto, o local privilegiado dessa formação, porque trabalha com o conhecimento, com valores, atitudes e a formação de hábitos. Então é importante que "a escola seja um espaço onde se formam as crianças e os jovens para serem construtores ativos da sociedade na qual vivem e exercem sua cidadania. Pode-se reverter um pouco o quadro da violência trabalhando questões como cidadania e respeito, aliando um elemento auxiliar na socialização, mostrando à criança o que é direito e dever, o que é público e privado.

A educação escolar não deseja formar seres insensíveis e sim pessoas capazes de se indignar, de se escandalizar diante de toda forma de violência, de humilhação. A atividade educativa deve ser o espaço onde as pessoas expressam e partilham indignação pelo que está acontecendo. Agindo dessa forma o educador/professor nutre a esperança de sair da utopia e mergulhar num mundo capaz de valorizar o processo educacional como a única saída salvadora para a violência no mundo. A escola é um espaço privilegiado onde as pessoas têm contato com uma cultura formal de vida.

Em tese, a formação do cidadão vem de berço, da família, onde virtudes como solidariedade, respeito ao outro, tolerância devem ser cultivados. Mas, na realidade, o que acontece é que muitas famílias não tem a menor condição de dar isso a seus filhos, porquanto não receberam esse legado de seus ancestrais. Em decorrência dessa lacuna, a escola precisa ser um espaço de formação de cidadãos ativos e conscientes, integrando toda a comunidade escolar - alunos, pais, professores e funcionários - em atividades que tenham como objetivo educar pessoas para viverem em sociedade, com paz, respeito às diferenças, exercitando a plena democracia.

DICAS DE GRAMÁTICA

ACENTO CIRCUNFLEXO
-  Cai o acento circunflexo em substantivos e verbos com presença de hiatos (duplo “o” e duplo “e”). Exemplo: vôo; enjôo; lêem; vêem. Como fica: voo; enjoo; leem; vêem.

2 comentários:

Jussara Christina disse...

Olá! Estava navegando na blogosfera e me deparei com teu blog, adorei!
Amo fazer novas amizades, conhecer pessoas, trocar idéias, novas perspectivas, algum sentido pra tudo isso aqui.
Teu cantinho é belo, cativante ... já estou te seguindo...
Se puder visita meu blog, e conheça um pouquinho desse ser complexo kkkkkk..
Abraços apertados!

*´¨)
¸.•´¸.•*´¨) ¸.•*¨)
(¸.•´ (¸.•` *♥ Jussara Christina ♥*♥*♥*♥*♥*♥*♥*♥*♥

Luísa Galvão Lessa Karlberg disse...

Olá, Jussara, muito prazer! Obrigada por descobrir e gostar do meu blogspot. É amador, eu mesma o fiz, sei que poderei melhorar muito, preciso aprender a mexer com as ferramentas.
Visitarei teu bolg, você é bastante simpática e comunicativa.
Grande abraço,
Luísa

A vida da gente é feita assim: um dia o elogio, no outro a crítica. A arte de analisar o trabalho de alguém é uma tarefa um pouco árdua porque mexe diretamente com o ego do receptor, seja ele leitor crítico ou não crítico. Por isso, espero que os visitantes deste blog LINGUAGEM E CULTURA tenham coerência para discordar ou não das observações que aqui sejam feitas, mas que não deixem de expressar, em hipótese alguma, seus pontos de vista, para que aproveitemos esse espaço, não como um ambiente de “alfinetadas” e “assopradas”, mas de simultâneas, inéditas e inesquecíveis trocas de experiências.