Pessoas divorciadas, separadas, viúvas, idosas que
vivem sozinhas aumenta a cada dia no mundo. Segundo dados do Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE), existem, no Brasil, 31 milhões de pessoas que
moram sozinhas. Dessas, 40% têm mais de 60 anos. É um índice
considerável que representa 28% da população do país. Então,
é importante descobrir o lado bom dessa fase da vida, o lado de viver só. Isso
não significa solidão, há pessoas cercadas por multidões que trazem a alma vazia.
Então essa questão é muito pessoal, é o lado interior de cada ser humano.
Segundo estudos realizado pela clínica de
Gerontologia, pela Universidade Aberta à Terceira Idade da Universidade Federal
do Rio de Janeiro (UnATI/UERJ), cada vez mais as pessoas procuram manter sua
identidade, independência e autonomia. Na idade de + de 50 os filhos já estão
ficando independentes e muitos estão deixando o 'ninho' para alçarem seus
próprios voos. As relações familiares sofrem fortes alterações e não causa
surpresa se alguma estatística revelar que as pessoas com + de 50 preferem
morar sozinhas a sofrer esmagamento de filhos.
As
mulheres, segundo estudos, decidem viver sozinhas por sua própria escolha. Isso
se deve ao fato de terem passado por casamentos difíceis. Após a separação ou
viuvez quererem desfrutar de uma experiência que possa ser enriquecedora e
ajudar no crescimento pessoal. Mas essa mulher necessita ter independência
financeira, para não ser ‘alça’ para ninguém. Aí, então, ela colhe os frutos da
experiência, da maturidade, sabedoria de viver. Encontrar um novo parceiro não
é simples, pois essa mulher tornou-se sábia e não deseja ter alguém por simples
companhia. Ela quer conviver com a lealdade, a sabedoria, despida de egoísmo.
Ela quer viver o “nós” em plenitude.
O fato de a pessoa viver sozinha, no final da vida é fruto de uma decisão
pessoal. Se a escolha foi essa, certamente esse ser irá crescer como pessoa,
aprenderá a vencer medos e também a explorar as próprias capacidades. Quando a
pessoa supera o desassossego inicial e o medo do desconhecido, a sensação de
liberdade, confiança, é embriagadora e apaixonante.Faz aquilo que quer e vive
os momentos que tem de um jeito particular.
Mas na verdade, as pessoas que passam pela
experiência de viver sozinhas pensam muito antes de iniciar uma convivência e
renunciar aos "doces frutos" da solidão. Elas se acostumaram a viver
livres e, muitas vezes, não se sentem dispostas a tomar iniciativas que tirem
essa encantadora sensação de liberdade. Tornam-se individualistas, curtem a
própria companhia, tudo que a liberdade do viver oferece, sem cobranças.
Segundo avaliações psicológicas, viver só é uma
experiência enriquecedora, positiva, porque ajuda a esclarecer a mente. Assim,
quando ocorrrem situações de estresse, no âmbito familiar ou de trabalho, ficar
só, por um momento, ajuda a se distanciar do conflito e a encontrar uma melhor
solução. É possível avaliar melhor os aspectos favoráveis e desfavoráveis de um
assunto, sem que ninguém influencie na decisão. De outra parte, a pessoa viver
sozinha, todos os dias da vida, tem um lado difícil, que necessita ser superado
com coragem e realismo.
Viver sozinha permite à pessoa vencer o medo de se
olhar por dentro. É nesses momentos que as pessoas percebem que a vida, assim,
pode ser agradável, uma oportunidade de refletir, corrigir erros e definir
metas. Quando isso acontece, as pessoas nunca sentem solidão, têm sempre a
mente ocupada, não há conflitos, existe um espírito relaxado, confiante,
confiável, que ama a vida e deseja vivê-la em plenitude. Parece, até, que a
vida ganha outra dimensão: aquela da maturidade, da experiência, da liberdade.
A pessoa sozinha passa a ser 100% ela mesma. Quando
duas pessoas vivem juntas, acabam entrando em simbiose, mesmo que essa não seja
a vontade delas. Com isso, acabam renunciando as características da própria
personalidade que produzem bem-estar, porque não podem compartilhá-las com o
outro. Por outro lado, quando a pessoa vive só, a pessoa sente que controla a
própria vida, dá curso a suas inquietações, tem mais tempo para si e para os
outros. Então, a liberdade de ter + de 50 e ser economicamente independente, a
vida oferece opções: seguir sozinho; encontrar novo par; ou escravizar-se para
os filhos.
Muitas pessoas ficam atadas aos filhos e netos que
lhes tiram dinheiro e liberdade, dando em troca visitas rápidas, para alguém
que já ofereceu tanto. E, por vezes, esses filhos ainda dificultam que esse ser
precioso --- o pai ou a mãe – encontre no afago de outra mão, o calor para
animar a vida. Há filhos a beber os pais, gota a gota.
E, hoje, na era da internet, as relações virtuais
ganharam espaço. As pessoas dialogam com as outras, de lugares distantes. Fazem
amizades virtuais, com numerosos nomes. Mas, nem sempre ter uma imensa
quantidade de amigos na rede significa se sentir acolhido, amado e amparado. As
redes sociais não possuem ouvidos, não escutam as batidas de um coração que
deseja falar dos projetos mais íntimos. A internet conforta o solitário apenas
num primeiro momento, por sentir-se a
pessoa integrada a um grupo. Fora dali a pessoa fica sozinha consigo mesma, sem
ter com quem compartilhar os anseios e desejos. E compartilhar essas duas
coisas somente num ouvido amado e querido.
DICAS
DE GRAMÁTICA
ALUGAM-SE CASAS ou ALUGA-SE CASAS?
- Alugam-se
casas. O verbo concorda, sempre, com o sujeito.
Igualmente diz-se: Fazem-se consertos. / É assim que se evitam acidentes. / Compram-se
terrenos. / Procuram-se empregados./Publicam-se livros.
COMPROU UM GRAMA DE OURO ou COMPROU UMA GRAMA DE
OURO?
-
Comprou um grama de ouro. Grama, peso, é palavra masculina: um grama de ouro,
vitamina C de dois gramas. Femininas, por exemplo, são a agravante, a
atenuante, a alface, a cal, a grama = capim etc.
Um comentário:
Viver com Sabedoria é uma grande arte...
Parabéns pelo blog!
Sucesso sempre.
Jânio
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