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segunda-feira, 4 de junho de 2018

RELAÇÃO ENTRE OS NOMES E O DESTINO DAS PESSOAS



Tenho escrito artigos sobre o significado dos nomes e os seus desígnios na vida das pessoas. É temática que desperta o interesse dos leitores que estão sempre a indagar qual o significado deste ou daquele nome. E como o objetivo de Letras & Letras é escrever para o leitor, fala-se, aqui, um pouco mais dos nomes, não como autoridade, mas como estudiosa da antroponímia brasileira.
Antroponímia é o estudo do nome das pessoas. O vocábulo foi cunhado em 1887 pelo filólogo português José Leite de Vasconcelos, que dedicou um capítulo de suas 'Lições de Filosofia Portuguesa' ao 'Onomástico Antigo e Moderno'. Ambos os vocábulos foram criados a partir do grego: onomatos, 'nome', e anthropos, 'homem', mais onoma. Diz o mestre: "O 'estudo dos nomes próprios em geral' chama-se onomatologia. O dos nomes geográficos tem em particular o nome de toponímia. Poder-se-ia dizer, paralelamente, com relação aos nomes de pessoas e seres personificados, antroponímia”.
O que é então o nome? Genericamente falando e dentro do conceito de antroponímia, nome refere todos os vocábulos que compõem a denominação capaz de identificar uma pessoa. Coloquialmente, chama-se nome aquele ou aqueles vocábulos que identificam o indivíduo:  Maria ou Maria Nair. Da mesma forma coloquial, chamam-se sobrenome os apelidos das famílias: Silva, Santos, Oliveira, Sousa, Pereira etc. Logo, vê-se que o nome é importante, ele é a PERSONALIDADE da pessoa. É com ele que as pessoas se apresentam umas às outras e ao mundo, e quanto mais se sabe do nome mais se deseja saber, pois o nome é uma referência, uma áurea de cada personalidade humana.
De outra parte, observa-se, também, que neste processo de nomeação das pessoas, logo após o nome próprio figura junto o sobrenome, um identificador da família das pessoas. Esse mecanismo  data de quatro séculos. Assim, mais do que qualquer outra coisa, o nome pertence à pessoa e pode até vir a definir muita coisa ao longo de sua vida. E, no viver em que muitas coisas são transitórias, tais como a situação financeira, amorosa, posição social, política etc., o nome é perene, caminha sempre com a pessoa aonde quer que ela vá, independente do que faça.
Então, sabendo-se que o antropônimo é elemento importante na vida, é prudente à família não castigar a descendência com nomes esquisitos. Os pais devem refletir bastante antes de atribuir nomes aos filhos, considerando que esses nomes eles  os levarão por toda a vida. Assim, quando os pais chamam os filhos de  Pália Pélia, Maria Felicidade, Maria Passa Cantando, Leda Prazeres, Jovelina da Rosa Cheirosa, ou o filho de Simplício Simplório da Simplicidade, Otávio Bundasseca, Rolando Caio da Rocha, Oceano Pacífico, Sebastião Salgado Doce, Manoel de Hora Pontual, Antonio Manso Pacífico, Benedito Camurça Aveludado estão faltando, no mínimo, com o amor  pelos seus rebentos.
Não se deve, pois, esquecer que o nome da pessoa é de fundamental importância na vida, pois ele é a expressão de um direito de propriedade, um atributo da personalidade, uma obrigação que toca a todos, desde o nascimento. Por isso é prudente escolher nomes que transportem bons significados, tais como:
Márcio - De origem latina, nascido em março e consagrado ao Deus Marte, significa guerreiro.
Raimundo - De origem gótica, protetor ou o sábio poderoso.
José - De origem hebraica, aquele que acrescenta.
Jorge - Agricultor, trabalhador da terra, fazendeiro.
Luís - Guerreiro glorioso.
Caio - Do latim "gaius", feliz, contente, alegre.
Carmem - Do latim, significa poema.
Cassiano - Do latim, significa muito eqüitativo.
Celina - Do latim, filha do céu, diminutivo de Célia.
Samir - Do árabe, companheiro amigo.
Sebastião - Do grego, sagrado, reverenciado.
Sheila - Do gaulês "sile" é pronúncia irlandesa de Cecília.
Shirley - Do anglo-saxão, significa prado brilhante.
Silvana - De origem latina, significa floresta, selva.
Simone - Do hebraico, significa ouvinte, aquela que ouve.
Stephano - Do hebraico, coroa de louros.
Nair - Do árabe, a estrela brilhante.
Nazaré - Do hebraico, guarda, sentinela.
Iara - Do tupi, senhora das águas, beleza tentadora das águas.
Pedro - Do latim, rocha, pedra.
Ondina - De origem teutônica, divindade das águas.
Rosana - Do anglo saxão, rosa graciosa.
Por fim, sabe-se que os Antropônimos estão documentados e registrados em todas as raças e línguas, fazendo parte da cultura de todos os povos desde as eras mais primitivas. Na formação dos antropônimos brasileiros houve a influência de vários povos e idiomas. O português, o espanhol, o italiano, o alemão, o hebraico, o árabe, o inglês, o francês, o latim, o anglo saxão e outros com menor participação, como a nação indígena que habitava essa terra, antes do descobrimento e que influenciou, fortemente, a Língua Portuguesa do Brasil.

DICAS DE GRAMÁTICA

PASSOU POR AQUI UM LARGATO OU UM LAGARTO?
- Às vezes, os falantes da língua trocam a posição de alguns sons da fala, dentro das próprias palavras: dizem “largato” em vez de “LAGARTO”, por exemplo. Outras vezes, eles acrescentam  sons, como em “mortandela”, cuja forma padrão é “MORTADELA”.
Para exercitar a sua mente, para cada par, assinale a forma correta:
1. (  ) lagartixa          ( x) largatixa
2. (  ) indentidade     (x ) identidade
3. (  ) drobar             (x ) dobrar

ELE SOA OU SUA COM O FORTE CALOR DO ACRE?

Veja:
· Soar = emitir som
· Suar = transpirar
Depois da dica, você já concluiu qual a forma adequada à frase acima.

Marque a opção em que não se cometeu erro:
( x) Suar   é verter suor pelos poros.
(  ) Soar  é verter suor pelos poros.
(  ) Suar é o mesmo que retumbar. 

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A vida da gente é feita assim: um dia o elogio, no outro a crítica. A arte de analisar o trabalho de alguém é uma tarefa um pouco árdua porque mexe diretamente com o ego do receptor, seja ele leitor crítico ou não crítico. Por isso, espero que os visitantes deste blog LINGUAGEM E CULTURA tenham coerência para discordar ou não das observações que aqui sejam feitas, mas que não deixem de expressar, em hipótese alguma, seus pontos de vista, para que aproveitemos esse espaço, não como um ambiente de “alfinetadas” e “assopradas”, mas de simultâneas, inéditas e inesquecíveis trocas de experiências.