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terça-feira, 1 de julho de 2008

EXERCÍCIO ÉTICO COMO CONDUTA DE VIDA


O exercício do magistério oportuniza ao professor muita conversa com seus alunos। Assim tem sido no Curso de Comunicação Social, no IESACRE, quando se fala, francamente, sobre a ética no jornalismo, na academia, sobre condutas de vida. É importante, ao professor, trabalhar áreas ligadas à humanidade das pessoas. Os estudantes, nos textos que escrevem, manifestam opiniões diversas. E, de tudo quanto se tem dito sempre há algo para acrescentar. Pois a ética não é uma norma pronta, em abstração, mas uma conduta que deve ser experimentada no dia a dia da vida, desde o trato com amigos e familiares, às normas de conduta na universidade, na empresa onde se trabalha, nos lugares que se freqüenta. Enfim, a ética é um caminho bom a ser seguido, para a boa e salutar convivência social.


Por isso, daquilo que li, compreendo a ética no jornalismo como um modo de pensar que “dá forma aos impasses que requerem decisões individuais e sugerem equações para resolvê-los”। É um pacto de confiança entre público e instituição. Tem que ser contextualizada para acompanhar a mentalidade do público alvo e, com isso, não romper o debate ético.


Para esses alunos do Curso de Jornalismo eu diria, antes de tudo, que o jornalista precisa ser um cidadão ético। Os valores morais precisam estar enraizados nele e não serem seguidos por mera subordinação. A integridade pessoal do jornalista define seu preço no mercado, porque sabe oferecer, ao outro, seu potencial, talento, sem desnudar-se dos valores éticos que carrega, sem subordinar-se aos meios, que fazem da ocasião uma oportunidade financeira, passando ao largo, grande parte das vezes, da ética e da verdade dos acontecimentos.


Também, esses estudantes sabem a função da imprensa num país democrático. Ela deve fiscalizar o poder e estabelecer-se como instituição de cidadania. Por isso mesmo ela é palco constante de ideais diversos, proporcionando o conflito. Só neste cenário é possível que a ética seja discutida – de preferência com o público que sustenta a imprensa. A ética jornalística não se resume a uma normatização do comportamento de repórteres e editores. Ela também encarna valores que só fazem sentido se forem seguidos, tanto por empregados da mídia como por empregadores – e se tiverem como seus vigilantes os cidadãos que formam o grande público.
Outro aspecto importante a considerar, nos meios de comunicação, é a notícia, pois ela é o alimento do jornalismo na construção não apenas dos gêneros midiáticos, mas da identidade social, da opinião pública। Ela quebra o isolamento social. Mas notícia não é somente uma novidade, é a novidade que, de alguma forma, muda fatos, poderes ou idéias. No aspecto do novo, que trás a notícia, ela consiste em publicar o que outros querem esconder, mas que o cidadão tem o direito de saber. Por exemplo, as reportagens denunciadoras de tortura e corrupção que, posteriormente, modificando idéias, fizeram com que a democracia se instaurasse no Brasil. Isso é compromisso ético.


Da reflexão de hoje enumeram-se dez aspectos, que podem resumir os mandamentos do bom jornalismo:
1) Desejar, sempre, descobrir a verdade;
2) Pensar na conseqüência do que se publica;
3) Contar a verdade com fundamentação;
4) Possuir impulso de educar;
5) Distinguir opinião pública de popular;
6) Distinguir legitimidade de popularidade;
7) Ter disposição para liderar;
8) Mostrar coragem;
9) Ter disposição de admitir o próprio erro;
10) Respeitar e honrar as palavras।


Encerrando a breve reflexão, diz-se que o profissional do jornalismo precisa ter sólida formação ética, olhar crítico, atualização, independência, talento, intuição, reflexão, educação, humildade para servir ao público e com ele dialogar. Pois a ética aqui comentada não surgiu, apenas, como adjetivo, mas na sua origem substantiva de transportar valores, normas de conduta ao exercício da vida. Ela não é sinônima da honestidade de um indivíduo, mas um conjunto de valores que devem ser seguidos e debatidos com sensatez. Por isso, sua prática exige humildade, sinceridade, força de vontade, liberdade. Seguir esses preceitos é missão importante para os atuais e futuros jornalistas.

DICAS DE GRAMÁTICA
As expressões “em que pese” e “a nível de” são corretas?
- Do ponto de vista gramatical elas não existem, embora estejam presentes no cotidiano de muitas pessoas.
Comentários:
1. Apenas em que pese não existe. O correto é em que pese a.
E o que quer dizer? – Significa: 1. Ainda que custe, doa, pese, a (alguém). 2. P. ext. Apesar de; não obstante.
Exemplos:
a) Ele foi mais do que uma esperança, foi uma ardente afirmação, em que pese à artimanha política que utilizou;
b) Em que pese à necessidade de estrutura política é prudente examinar as escolhas e indicações aos cargos públicos.
Em que pese a, por se tratar de uma expressão como um todo, não concorda no plural. Assim, domine o desejo de concordar no plural: em que pese os apelos para concordar, não o faça

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A vida da gente é feita assim: um dia o elogio, no outro a crítica. A arte de analisar o trabalho de alguém é uma tarefa um pouco árdua porque mexe diretamente com o ego do receptor, seja ele leitor crítico ou não crítico. Por isso, espero que os visitantes deste blog LINGUAGEM E CULTURA tenham coerência para discordar ou não das observações que aqui sejam feitas, mas que não deixem de expressar, em hipótese alguma, seus pontos de vista, para que aproveitemos esse espaço, não como um ambiente de “alfinetadas” e “assopradas”, mas de simultâneas, inéditas e inesquecíveis trocas de experiências.