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terça-feira, 13 de abril de 2010

O AMOR NA VISÃO DAS CIÊNCIAS

Muita gente se indaga sobre o amor e se pergunta qual é a sua linguagem. Eu diria que a linguagem do amor é a mais simples e, ao mesmo tempo, a mais complexa que pode existir, isso porque é a linguagem do coração! E o coração de uma pessoa é o que ela tem de mais precioso e, ao mesmo tempo, mais distante. O coração é um tesouro que Deus nos deu com uma única condição: desbravá-lo para conhecê-lo e compreendê-lo.

O amor é um sentimento sublime, força unificadora e harmonizadora, assim compreendido desde a Grécia Antiga. Para Platão, o amor é falta, necessidade, desejo de conquistar e preservar o que se conquistou. O amor dirige-se para a beleza, aparência do bem. Aristóteles, por sua vez, considera o amor sexual, uma afeição que conduz à amizade, sentimento superior. Segundo ele, ninguém seria atingido pelo amor se não fosse ferido pelo prazer da beleza. O amor é o sentimento dos seres imperfeitos, posto que a função do amor é levar o ser humano à perfeição. Para Sócrates o amor é o impulso apaixonado de uma alma para a Sabedoria e esta é ao mesmo tempo conhecimento e virtude. Pitágoras diz que se deve purificar o coração antes de permitir que o amor se assente nele, já que o mel mais doce azeda num copo sujo.

Percebe-se, então, que desde a antiguidade o sentimento do coração tem sido uma mescla do dizível e indizível. A linguagem do amor possui muita força e existe em sua forma mais pura e verdadeiramente impura nos corações dos seres humanos. E, assim, segundo as interpretações de grandes humanistas, filósofos, pensadores, algumas exageradas, outras bem comedidas, o amor pode curar, pode transformar e criar um ambiente harmônico para quem vive esse sublime sentimento. Logo, o Amor é um sentimento de reação as coisas que nos cercam. Para alguns estudiosos, reagimos com mais intensidade trazendo lembranças do fundo da memória para reforçar o nosso estado de espírito.

Como acreditamos que, em tese, tudo o que o ser humano fez e pensou é motivo histórico, o amor, sem dúvida, é um tema propício para a História, pois se refere ao que é exclusivamente humano. Além disso, através dele, é possível fazer um estudo comparativo e temático de tempos distintos, pois ao contrário dos nossos famigerados tempos pós-modernos, que propagaram a Revolução em detrimento do amor, a Idade Média cultivou e enalteceu esse sentimento, criando uma nova e revolucionária forma de relacionamento homem/mulher que continuou durante séculos. E em boa parte, até os dias atuais, apesar dos brutos - ou até pelos brutos, pois, como sabemos, os brutos também amam.

Viajando pelas trilhas da história, chegamos ao século XII e encontramos os povos chamados feudais. Eles deram origem a uma maneira sensível de expressão que foi denominada amor cortês. Assim, é preciso definir esse conceito para aprofundar a importância dessa transformação nos costumes do Ocidente Medieval. Dali, viajamos do amor cortês ao romântico e avistamos sempre que o amor não é filosofia. É Química agindo. É Física Aplicada. Matemática dos seres, linguagem de beijos, Geografia de corpos, História de vidas. O Amor não é Filosofia, é vida conjugada, experiência dividida, prazer multiplicado. Amar nem sempre é riso, mas, também, nem sempre é dor.

Também, é bom notar que Vida é o amor existencial. Razão é o amor que pondera. Estudo é o amor que analisa.Ciência é o amor que investiga.Filosofia é o amor que pensa.Religião é o amor que busca a Deus. Verdade é o amor que eterniza. Ideal é o amor que se eleva. Fé é o amor que transcende. Esperança é o amor que sonha. Caridade é o amor que auxilia. Fraternidade é o amor que se expande.

Com certeza, a literatura diz muito sobre as atitudes e as aspirações humanas, do mesmo modo as imagens. Assim, o cultivo do amor, por parte dos seres humanos, deve trazer, sempre, o abrandamento do impulso sexual violento, assumindo um caráter educativo, melhorando a condição feminina. Enfim, o Amor é o divino no humano. O infinito no efêmero. Amor é a iniciação à eternidade. Ilumine-se: exercite o amor todos os dias.

DICAS DE GRAMÁTICA

ENTREGA EM DOMICÍLIO OU ENTREGA A DOMICÍLIO?

- A expressão em domicílio é a certa quando se usa o substantivo entrega ou o verbo entregar. Entrega de pizzas em domicílio, uma vez que quem entrega, entrega algo em algum lugar. Essas dicas, o leitor as recebe em domicílio, pois quem recebe algo, recebe algo em algum lugar, em casa, na empresa etc.

STRESS OU ESTRESSE, PROFESSORA?

- Antigamente falava-se em estafa. Hoje temos a palavra inglesa stress que, porém, já está abrasileirada (ou aportuguesada, se preferirem). Quem quiser ficar estressado agora, sinta-se à vontade. Então, a forma portuguesa é estresse!

IR AO ENCONTRO OU IR DE ENCONTRO?

- Às vezes falamos o contrário do que pensamos. É comum ouvir pessoas usarem a expressão de encontro ao no lugar da ao encontro de. Quando afirmo que sua idéia vem de encontro à minha, quero dizer que nossas idéias se opõem. Quando afirmo que sua idéia vem ao encontro da minha, quero dizer que nossas idéias coincidem. Nada de confusões. Ir ao encontro de é unir-se. Ir de encontro a é entrar em conflito.

7 comentários:

Alma Acreana disse...

Profª. Luísa,
FASCINANTE O TEXTO.
cada vez me encanto mais com os seus artigos, pois não são simplistas nem possui o rigorismo acadêmico. É praticamente uma poesia.

Um grande abraço!

neucivaldo moreira disse...

Que beleza de texto. Harmonia de conteúdo e forma. Um ato de amor.

Unknown disse...

Querida Professora Luísa,
Emocionou-me o seu texto. Quanta sensibilidade possui minha inesquecível mestra. Hoje, mestra de todos nós pelos exemplo, sabedoria, pelas aulas magníficas. saudades,
Marina

Teo disse...

Prof. Luisa,
Exelente artigo, diria uma auténtica aula, da emoção de sentir o amor, da literatura do seu conteúdo, realmente consegui sentir a emoção e a simplicidade com que foi redigido este tema, que contaminou meu espiritu de sabeduria e de prazer, a sensibilidade com que foi conducida, caracteriza como se fosse um ato explícito de amor.
Parabens professora, Teo

Getulio disse...

Drª Luisa, adorei seu artigo, excelente! É como observar uma obra de arte, pois, à medida que se lê, cada vez mais se absorve a essência de suas palavras, visto que são a expressão do verdadeiro amor, uma vez que brotam de uma fonte profunda e infinita que se chama ``saber´´.
Getulio.

Unknown disse...

Profª. Luísa,
Ainda que eu falasse a língua dos homens e falasse a língua do anjos, sem amor eu nada seria.
Como consegue escrever tão belo texto? Perfeito em forma, conteúdo. É de raríssima inteligência. A senhora é um talento, professora. Vou seguir lendo seus artigos maravilhosos.
Meu respeito e admiração.

Unknown disse...

Profª. Luísa, como consegue escrever um texto tão lindo? É perfeito, em conteúdo, forma, inteligência, sensibilidade, sabedoria.
Digo-lhe, professora, ainda que eu falasse a língua dos homens, e falasse a língua do anjos, sem amor eu nada seria.
Parabéns pelo texto, o mais lindo que já li na vida. Tocou-me o coração.
Seu fã, Andreas

A vida da gente é feita assim: um dia o elogio, no outro a crítica. A arte de analisar o trabalho de alguém é uma tarefa um pouco árdua porque mexe diretamente com o ego do receptor, seja ele leitor crítico ou não crítico. Por isso, espero que os visitantes deste blog LINGUAGEM E CULTURA tenham coerência para discordar ou não das observações que aqui sejam feitas, mas que não deixem de expressar, em hipótese alguma, seus pontos de vista, para que aproveitemos esse espaço, não como um ambiente de “alfinetadas” e “assopradas”, mas de simultâneas, inéditas e inesquecíveis trocas de experiências.