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quarta-feira, 6 de julho de 2016

NATUREZA DOS SENTIMENTOS HUMANOS




A autoestima, a confiança e a responsabilidade pertencem à natureza dos sentimentos humanos. Tenho convicção que qualquer pai ou mãe deseja que seu filho(a) e amigos tenham autoestima, sejam autoconfiantes, tenham responsabilidade,  pois são todos sentimentos associados à maturidade e à felicidade  de uma pessoa.
Muita gente imagina que esses sentimentos são fenômenos mentais, abstratos, que ficam armazenados dentro da pessoa, ocultos em algum lugar da mente. E quando alguma coisa externa os evoca, eles saem de seu reduto e se expressam publicamente.Mas não é bem assim que acontece.
Segundo a psicologia moderna, esses sentimentos não são entidades mentais e abstratas, mas sim manifestações corporais, concretas do organismo. Neste sentido, então, não há sentimentos sem uma manifestação corporal correspondente. Assim, por exemplo, quando uma pessoa está ansiosa, ela tem alterações no ritmo de batimentos cardíacos, na frequência respiratória, na pressão sanguínea, dentre outros sinais.
Da igual forma, na alegria há mudanças no funcionamento do corpo: os batimentos cardíacos, a sudorese, o ritmo respiratório também se alteram Os sentimentos incluem, além das manifestações do funcionamento interno do corpo outras manifestações da pessoa, chamadas de operantes ou voluntárias, tais como: falar, gesticular, gritar, bater, aplaudir, abraçar, escrever poesias, telefonar, enviar bilhetes, correr, empurrar, dentre outras atitudes. O corpo age, o corpo expressa, o corpo fala e, assim, ele manifesta os sentimentos.
Destarte, os sentimentos de autoestima, de autoconfiança e de responsabilidade não são manifestações da mente do indivíduo, mas estados corporais associados com eventos ambientais sociais ou físicos.Por isso é comum a pessoa ouvir de outra frases do tipo:“Sinto-me travada, não consigo seguir uma direção ”(excesso de racionalidade); “Estou inquieta, não consigo dormir, penso o tempo todo em meus compromissos” (excesso de responsabilidade); “Sinto-me incomodada quando nego alguma coisa para alguém”. “Sinto-me triste com críticas injustas e infundadas”. Assim, não há sentimento sem manifestação corporal. Mas isso não se apreende sozinha, as pessoas necessitam ser ensinadas, pelo meio social que as cerca, a detectar os sinais do corpo.
A autoestima é a valorização que se tem sobre si, um produto de contingências de reforçamento positivo e de origem social. Assim, sempre que uma pessoa se comporta de uma maneira específica e os pais, familiares e amigos a estimulam com carinho, afago físico, sorriso, aplausos, parabéns, isso tudo são reforços sociais positivos que estimulam a pessoa a prosseguir e a alimentar, sempre, bons hábitos, para uma boa conduta de vida.
De outra parte, toda vez que alguém se comporta mal e as pessoas dela se afastam, estão a fazer uso de estímulo aversivo ou consequência negativa. Estão usando contingências coercitivas ou punindo a pessoa por aquilo de ruim que fez. O aplauso aumente a autoestima, a crítica coercitiva a diminui.
Compreende-se, então, que o sentimento de autoconfiança se desenvolve a partir de contingências e de reforçamento. A dimensão fundamental para desenvolver autoconfiança é que a pessoa tenha a possibilidade de emitir um comportamento e, então, produzir consequências no seu ambiente, afim de que se fortaleçam tais comportamentos. Por exemplo: Ao subir pelos ramos de uma árvore, a pessoa alcança a manga madura, apanha-a e come-a. A manga é o reforço positivo. O sentimento de autoconfiança está associado  aos comportamentos bem sucedidos.
E a responsabilidade, como ocorre? O sentimento de responsabilidade ocorre quando estão sendo usadas contingências coercitivas. Como decorrência dessa afirmação, quando se diz que uma pessoa é irresponsável, pode-se presumir que na sua história de vida as contingências aversivas foram pouco usadas. Pode-se perguntar, então, se as contingências coercitivas são necessárias para o desenvolvimento saudável de uma pessoa. Sim, são necessárias.
Contudo, nesse aspecto, há alguns pontos fundamentais que devem ser preservados. O primeiro deles será evitar as contingências coercitivas. E, embora elas não possam ser totalmente evitadas, a natureza se encarrega de punir comportamentos inadequados. Por exemplo: permanecer sob o sol por muito tempo produz queimaduras, mexer em fios com a corrente elétrica ligada pode produzir choques, manusear descuidadamente uma faca fere o dedo, um tropeço pode causar uma fratura, acender um fósforo pode queimar a mão e assim por diante.
Observa-se, ainda, que o mundo social também gera consequências aversivas inevitáveis: há  professores intolerantes, chefes injustos, impostos abusivos, assaltantes desumanos, erros médicos, exigências de trabalhos exaustivos que expõem, a nós humanos, a contingências coercitivas, independente de nossas escolhas.
Conclui-se que todos os três sentimentos podem se desenvolver durante a vida toda da pessoa. A autoestima, autoconfiança e a responsabilidade não estão dentro da pessoa e não são uma força que impulsiona as pessoas para determinadas ações. Onde  estão, então? Fora das pessoas. Estão nas práticas culturais do grupo a que a pessoa pertence. Se o grupo tem comportamentos de valorizar a pessoa e aos seus comportamentos aplica contingências sociais reforçadoras, então a pessoa emitirá comportamentos bem sucedidos e terá sentimentos de autoestima. Enfim, se comportará feliz, gostando da sua vida. Autoestima e comportamentos são causados pelas contingências manejadas pelo grupo social e, como tal, comportamentos e sentimentos não são causas. O mesmo raciocínio se aplica para autoconfiança e responsabilidade. È fundamental observar os estímulos e as coerções. Viver em harmonia é o melhor que pode fazer uma pessoa nesta vida.

DICAS DE GRAMÁTICA
Menas ou menos, Professora?
- Esqueça o menas, porque essa palavra simplesmente não existe no dicionário, apenas na modalidade oral, onde ela insiste em infiltrar-se no discurso dos falantes. Menos, grafado dessa maneira, é o jeito certo, não existe outra opção.
Ele sempre quiz ou Ela sempre quis?
- Assim como toda a conjugação do verbo querer (quiseram, quiseste, quisera, etc.), a palavra quis deve ser escrita com /s/.

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A vida da gente é feita assim: um dia o elogio, no outro a crítica. A arte de analisar o trabalho de alguém é uma tarefa um pouco árdua porque mexe diretamente com o ego do receptor, seja ele leitor crítico ou não crítico. Por isso, espero que os visitantes deste blog LINGUAGEM E CULTURA tenham coerência para discordar ou não das observações que aqui sejam feitas, mas que não deixem de expressar, em hipótese alguma, seus pontos de vista, para que aproveitemos esse espaço, não como um ambiente de “alfinetadas” e “assopradas”, mas de simultâneas, inéditas e inesquecíveis trocas de experiências.