O mundo atual, tão cheio de
novidades, faz-nos faz pensar como será a educação de amanhã, posto ser muito
difícil prever o futuro, ainda mais no campo educacional, que se defronta
com uma complexidade interminável de problemas, tanto de natureza
socioeconômica como de diversidade cultural e de valores. E a educação, como
tanta gente diz, é o motor do mundo. A educação deve ser, sempre, tema de
grande reflexão para a sociedade. É nela que depositamos a nossa confiança para
que nossos filhos tenham um futuro melhor. A educação, segundo Paulo Freire, deve
primar pela formação integral do ser humano, ou seja, contemplar seus aspectos
culturais, éticos, morais, sociais, profissionais e espirituais, intermediados pelo mundo.
Este ingresso no século XXI está
marcado por profundas mudanças no modo de vida do homem ocidental. As ideias
cartesianas ‘das partes’, da ‘razão pura’ deixam de ser verdades absolutas para
ceder lugar a novos pensamentos sobre a pessoa humana. Pois este momento
concebe um ser integrado ao mundo. Por isso urge uma mudança de pensamentos e
valores na elaboração de novos paradigmas. A educação deve avançar, com
urgência, além dos paradigmas da ‘educação bancária’. Hoje, é imprescindível o
aprender, o aprender a fazer, o aprender a ser, o aprender a conviver. O mundo necessita de Paz e Amor! Humanismo se
faz urgente!
Assim, a educação deve olhar o ser
humano a partir dele próprio, de sua afetividade, do seu egocentrismo, de sua
subjetividade, de sua intersubjetividade e de seu altruísmo. Neste momento da
pós-modernidade é urgente que, em todos os níveis, educadores estejam presentes
em salas de aula. Este milênio exige da escola um novo trabalhador,
polivalente, flexível, motivado, criativo, apto à participação e à interação
com seus pares na geração de soluções para os problemas do cotidiano, na
produção de bens e serviços em quantidade cada vez maior, de qualidade cada vez
melhor e a um custo cada vez mais reduzido.
Vê-se, então, que a tarefa do
professor reside em orientar, conduzir as pessoas para a solução dos problemas
do mundo. Assim, deverá incuti-las no hábito do trabalho, das profissões, dos
ofícios, do convívio social, da vida harmônica. Assim, enquanto o professor pode
ser um funcionário das instituições onde trabalha, um especialista em
reprodução de conhecimentos, uma peça no aparelho ideológico de estado, o educador,
ao contrário, é um fundador de mundos, mediador de esperanças, pastor de
projetos, idealizador de sonhos. Educador há os milhares. Mas professor não,
a profissão não é algo que se define por dentro, por amor. Educador, ao
contrário, não é profissão, é vocação. Toda vocação nasce de um grande amor, de
uma grande esperança.
Ser professor é apenas uma função técnica, ser
educador
vai além. A escola que trabalha voltada para o conteúdo, onde cada professor pensa que
sua obrigação maior é "dar o programa", precisa reestudar a sua função. Temos de nos convencer de que a base do compromisso educacional é o "objetivo' e não a "matéria", pois não basta a escola ser um simples difusor de conhecimentos. Ensinar a ler, a contar, a conhecer a geografia, a história, as ciências é sem dúvida tarefa meritória. Mas a vida moderna exige da escola muito mais: ela tem de levar o aluno a pensar, a contextualizar, a analisar comparativamente, a quebrar preconceitos, a buscar soluções gradativas para problemas que afetam a sua comunidade.
vai além. A escola que trabalha voltada para o conteúdo, onde cada professor pensa que
sua obrigação maior é "dar o programa", precisa reestudar a sua função. Temos de nos convencer de que a base do compromisso educacional é o "objetivo' e não a "matéria", pois não basta a escola ser um simples difusor de conhecimentos. Ensinar a ler, a contar, a conhecer a geografia, a história, as ciências é sem dúvida tarefa meritória. Mas a vida moderna exige da escola muito mais: ela tem de levar o aluno a pensar, a contextualizar, a analisar comparativamente, a quebrar preconceitos, a buscar soluções gradativas para problemas que afetam a sua comunidade.
E, neste contexto, como ser
professor e educador? Aprender a ser professor passa pelos caminhos acadêmicos,
pelas aulas teóricas e práticas, pelo mundo dos métodos e técnicas. Aprender a
ser educador é seguir um pouco mais adiante: entrar no mundo dos sonhos e
pensamentos carregados de luz, cor e sabor. Aprender a ser educador passa pelos
caminhos da humildade do ensinar aprendendo e aprender ensinando; passa pelos
caminhos do amor, pelos caminhos do calor, do acolhimento, pelos caminhos do
coração. Aprender a ser educador passa pelos caminhos do saber que nada se sabe
só porque a sabedoria é construída em teia, tecida por caminhos de
conhecimentos comungados com o outro.
Uma sociedade onde caibam todos só será
possível num mundo no qual caibam muitos mundos. “A educação se confronta com
essa apaixonante tarefa: formar seres humanos para os quais a criatividade e a
ternura sejam necessidades vivenciadas em elementos definidores dos sonhos de
felicidade individual e social”. (ASSMANN, 1998, p.29)
Vê-se,
pois, neste momento do século XXI, a grande urgência, em todos os
níveis, de educadores presentes em salas de aula. O ser humano enquanto ser in natura traz dentro de si os valores
essenciais, no entanto, o tecnicismo do ato pedagógico colocou a técnica à
frente do ser. O que significa o viver está além do fazer, está na essência do
ser. Então, que o “fazer” não tenha mais valor que o “ser”, mas que juntos
sejam coadjuvantes no semear de sonhos para fazer nascer um mundo melhor.
DICAS DE GRAMÁTICA
FELICIDADE TEM
PLURAL, PROFESSORA?
- É claro que esse vocábulo
flexiona em número. O dicionário do Houaiss registra o plural exatamente com o
sentido de congratulações:
"felicidades - s.f. pl. votos de feliz êxito; congratulações".
COMO SE LÊ "HOUAISS"?
- Caro leitor,
esse era o sobrenome do autor, Antônio Houaiss, não se pode trocar. A pronúncia
é simples, assim: /uais/. É a
melhor coisa que já fizeram em termos de dicionário da nossa língua. Vale a
pena adquirir a obra.
QUANDO ELE VIR SUAS NOTAS, FICARÁ MUITO
FELIZ?
- Certamente, tanto pelas notas quanto pelo
emprego do verbo, pois este é o futuro do subjuntivo do verbo ver, que pode ser
confirmado em qualquer gramática, ou no Houaiss e no Aurélio eletrônicos, que
têm um mecanismo de conjugação verbal. Assim, se diz: Quando eu vir o
filme", "quando vires", "quando ele vir".
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Luísa Galvão Lessa – Pós-Doutora
em Lexicologia e Lexicografia pela Université de Montréal, Canadá; Doutora em Língua Portuguesa
pela Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ; Presidente da Academia
Acreana de Letras.
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