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segunda-feira, 26 de março de 2018

AÇÕES DESONESTAS NO COTIDIANO DA VIDA



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Observa-se que ações desonestas se tornaram comuns na vida cotidiana brasileira. A mídia e a polícia registram, a cada minuto, atos de desonestidade no país. Embora a honestidade seja a maior virtude no viver humano, a  prática da desonestidade ganhou muito espaço no meio social em que vivemos. Mesmo havendo o consenso de que ser honesto é a melhor forma de conduzir todos os aspectos da vida, seja nos relacionamentos pessoais ou profissionais, ou em relação a nós mesmos, a desonestidade persiste. Daí decorre uma pergunta crucial: Por que as pessoas mentem para enganar a si e aos outros? Por que as pessoas fingem aquilo que não são?
A resposta não é simples, porquanto a honestidade é uma questão de educação, mas infelizmente até mesmo pessoas que foram rigorosamente educadas podem vir a desenvolver a desonestidade. Por que isso acontece? Acontece por variados motivos, dentre eles: ambição; desejo de ter aquilo que não pode comprar; possuir bens sem fazer força; adquirir bens à custa do dinheiro do outro; não querer trabalhar e colocar culpa na pobreza, etc. Segundo a especialista em saúde mental, Bianca Bortolini Florsz (2008), existe três fatores que podem levar a desonestidade: 1 - desvio de caráter, esse nasce com a pessoa, indiferente da educação e estrutura familiar; 2 – má característica de personalidade, esse pode ser revertido; 3 – defeito comportamental, que se desenvolve devido ao cotidiano do meio em que vivem as pessoas.
Pesquisadores da Universidade de Washington (EUA), London Business School (Reino Unido), Universidade Harvard e Universidade da Pensilvânia (EUA) fizeram uma série de estudos para descobrir como os desonestos trapaceiros se sentem quando praticam atos lesivos. A maioria deles tem sentimentos positivos e se sentem bem quando enganam outras pessoas. Julgam-se espertos e mais sábios. Bizarro, não? Esse sentimento positivo é superior às emoções negativas decorrentes do comportamento imoral da desonestidade. Por isso, os pesquisadores acreditam que as fraudes proporcionam, nesses desonestos, recompensas psicológicas, como por exemplo; satisfação de esperteza, de inteligência, de sagacidade, de astúcia. São valores invertidos. Assim, ao invés de se sentirem mal, a maioria deles se sente bem por enganar alguém. Se sentem vitoriosos porque conseguiram lesar, enganar o outro, valendo-se de uma amizade, um relacionamento afetivo, um laço de trabalho, uma vizinhança, um laço de parentesco, para tirar proveito próprio.
Agora, a pergunta crucial: qual a maior causa para a desonestidade? A desonestidade pode ser ocasionada por falta de educação. Todavia, o fator principal é a falta de caráter. Segundo os valores morais da sociedade brasileira, ser desonesto não é somente roubar e praticar apropriação indébita, mas também levantar falso testemunho, mentir, fingir, conseguir as coisas passando por cima de outras pessoas, fraudar, não ser digno, enganar, trapacear. Se procurarmos no dicionário o conceito da palavra desonesto significa àquela pessoa que não tem honestidade, indigna, torpe, desprezível, impúdica, devassa, gatuna, ímproba, indecorosa, indecente, indigna, desleal, falsa, vergonhosa.
Alguns estudos têm sido realizados com o objetivo de avaliar o grau de honestidade em determinadas sociedades. Os resultados mostraram que 83% dos entrevistados admitiram ter cometido pelo menos uma prática ilegítima ou desonesta, como receber troco a mais e não devolvê-lo, levar objetos de hotéis, restaurantes ou do local de trabalho para casa; pagar para receber uma receita ou atestado médico; mentir ao declarar o imposto de renda; empregar funcionários sem registro em carteira; falsificar carteira estudantil para ter direito à meia-entrada em estabelecimentos comerciais; trazer produtos importados acima do limite legal, sem pagar o imposto correspondente, fazer ligações clandestinas de fiação elétrica. Entre as pessoas na idade de 16 a 24 anos, essa taxa de admissão chega a 93%. Depois dessa idade, é mesmo falta de vergonha na cara, deve ir para a cadeia olhar o sol nascer quadrado. O percentual sobe para 95%. E a sociedade não poderá tolerar e conviver com tanta gente desonesta.
É sabido que a sociedade, através das instituições jurídicas, tenta punir, pelo menos até certo ponto, esses atos desonestos. Todavia as ações ainda não são inibidoras dessas ações lesivas. É difícil compreender como as pessoas, modo geral, tomam decisões com respeito à  desonestidade que é praticada no dia a dia, de diferentes formas. Mas é importante a formulação de medidas mais eficazes, a fim de suprimir esse tipo de comportamento que tanto mal causa à vida em sociedade.
De tudo aquilo que se leu sobre o tema, o êxito, muitas vezes limitado, em restringir o comportamento desonesto de pessoas “honestas”, poderá ser olhado sob duas abordagens complementares, com o fito da compreensão e limitação da desonestidade. A primeira abordagem, sob uma análise exclusivamente econômica, assume que principalmente duas variáveis — a probabilidade de ser flagrado e a magnitude da punição — devem aumentar, e assim reduzir ou eliminar a desonestidade. Nesse quesito o Brasil precisa avançar muito.
Outros estudos (POGARSKY, 2003) sugerem que aumentar a probabilidade de ser flagrado é mais eficaz para reduzir a desonestidade do que aumentar a gravidade da punição. Mas de uma ou outra forma, é certo dizer que alguma coisa o país precisa fazer para punir e coibir os desonestos. Por, isso, talvez, os cientistas comportamentais, com base em experimentos e simples observações do cotidiano, têm dedicado parte de seus estudos para entender o comportamento humano, no intuito de melhorar o entendimento sobre o tema e minimizar os efeitos negativos de determinadas atitudes. Alguns cientistas, tais como Richard H. Thaler e Cass Robert Sustein (New York, 2009), assim como professores da University of Chicago's Graduate School of Business e da Harvard Law School, concluíram que os indivíduos são mais suscetíveis a erros de escolha do que querem admitir. Eles consideram que o comportamento desonesto é mais influenciado pelas forças irracionais do que pela racionalidade. Então, uma solução seria as pessoas procurarem agir, sempre, com racionalidade e respeito ao outro que está sendo lesado. Se a pessoa é honesta com si mesma, dificilmente será desonesta com os outros. Entra, aqui, a questão da dignidade humana, assunto vasto que ficará para outra oportunidade. Mas educar para uma vida harmônica e honesta é o caminho seguro.
DICAS DE GRAMÁTICA
Em baixo ou embaixo, professora?
- Embaixo, escrito junto, quando se referir a um advérbio de lugar. Ex.: O gato está embaixo da mesa. Ele já foi um político prestigiado, mas hoje em dia está embaixo.
- Em baixo, escrito separado existe, mas é usado apenas quando a palavra baixo assume a função de um adjetivo, caracterizando algo. Ex.: Continuarei falando em baixo tom de voz. Esta coluna está decorada em baixo relevo.



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A vida da gente é feita assim: um dia o elogio, no outro a crítica. A arte de analisar o trabalho de alguém é uma tarefa um pouco árdua porque mexe diretamente com o ego do receptor, seja ele leitor crítico ou não crítico. Por isso, espero que os visitantes deste blog LINGUAGEM E CULTURA tenham coerência para discordar ou não das observações que aqui sejam feitas, mas que não deixem de expressar, em hipótese alguma, seus pontos de vista, para que aproveitemos esse espaço, não como um ambiente de “alfinetadas” e “assopradas”, mas de simultâneas, inéditas e inesquecíveis trocas de experiências.