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quarta-feira, 9 de novembro de 2011

O PAPEL DA ESCOLA EDUCADORA

Temos falado, de forma cansativa e até exaustiva, de questões que afetam às escolas brasileiras. Particularmente se tem falado da violência escolar. E não há respostas para reparar essa chaga social, acontece essa violência e cada dia, a todo instante. Então, nesse sentido, este texto procurar trazer alguma luz para ajudar a sociedade contemporânea a vencer esse duelo entre a violência escolar, a construção da paz, a aprendizagem, a formação da cidadania.

Entre as medidas que deveriam ser adotadas em uma escola -- para enfrentar os problemas de convivência, sem renunciar por isso aos princípios de compreensividade e de escola educadora – está o fato de dar maior ênfase aos aspectos preventivos do que aos meramente punitivos. Entre as medidas preventivas menciona-se a criação de um currículo que seja negociado com os interesses dos alunos, para o qual -- e uma via adequada e ao alcance dos nossos sistemas educativos -- é trabalhar com os temas transversais, que tratam de desenvolver a declaração retórica de todos os sistemas educativos e perseguir uma educação integral das pessoas, tais como:

a) Educação para a paz: promove o valor-meta desenvolvendo o conhecimento, as atitudes e as destrezas para a solução dialogada, não-violenta dos conflitos interpessoais, tão freqüentes em coletividades, onde convivem pessoas diferentes.

b) Educação emocional: objetivando uma questão que está muito relacionada aos problemas de convivência, especialmente na adolescência, como o controle das próprias emoções, o respeito e a atenção às emoções dos outros.

c) Educação intercultural: de forma crescente, nossas salas de aula vão se tornando cada vez mais multiculturais. Por isso, às vezes surgem conflitos derivados da falta de tolerância entre grupos, bairros, valores comportamentais, disputas, exaltação de valores xenófobos aprendidos fora da escola. Uma educação intercultural promoverá um maior conhecimento e integração de culturas e valores diferentes, no sentido de obter respeito, promovendo entre os alunos a noção de enriquecimento mútuo.

d) Educação democrática: em razão de atitudes violentas ou indisciplinadas de determinados alunos – fatos que representam uma ponta de iceberg de mal-estar – bem como pela imposição autoritária de normas, por parte da instituição escolar. Diante disto, a educação democrática promoverá a participação, a partir do estabelecimento das próprias normas de convivência e seu controle, até o planejamento do currículo no contexto de uma negociação que leve em consideração as exigências da sociedade, os interesses da escola e dos alunos.

e) Educação moral: objetiva promover a reflexão e o julgamento moral em torno de determinadas situações dilemáticas que estão presentes no desenvolvimento de todos os temas. Procura melhorar o conhecimento dos valores-meta e o desenvolvimento de uma ética pessoal para se movimentar em sociedade, valorizando o respeito e a civilidade.

Assim, por meio dos temas transversais, será mobilizada uma série de estratégias-chave para a prevenção da disciplina nos centros comunitários e nas escolas: o trabalho cooperativo, a participação, ações solidárias etc., tudo isso dentro de um clima comunitário, no qual a ação da Coordenação será primordial. Isto pressuporá tomar medidas em diferentes escalas. Se seguirmos uma ordem dedutiva (desde o geral até o particular),devemos começar por entrar em consenso, em nível de comunidade educativa (conselho escolar), sobre os valores–meta relacionados com a pacificação do centro (não-violência, democracia, tolerância, controle, respeito etc.), transformando-os em finalidades educativas e selecionar os temas transversais para que melhor sejam desenvolvidos.

Também, devem ser tomadas decisões organizacionais que promovam um clima propício no centro e nas salas de aula: diálogo, tolerância, igualdade e, principalmente, participação. O Departamento de Orientação é adequado para coordenar, pelo menos, dois destes temas transversais: a educação democrática e a educação emocional. A primeira começará promovendo a compreensão e elaboração de normas de convivência, através das Coordenações, criando comissões de convivência para o controle democrático dos problemas de convivência, dispositivos de participação (por exemplo, assembléias) etc. A educação emocional, que requer uma formação psicológica mínima, deverá ser impulsionada pelo orientador, porém suas estratégias devem ser desenvolvidas por coordenadores e professores de turmas.

Há um ditado chinês que diz: ‘se dois homens vêm andando por uma estrada, cada um carregando um pão e, ao se encontrarem, eles trocam os pães, cada homem vai embora com um pão. Porém, se dois homens vêm andando por uma estrada, cada um carregando uma idéia e, ao se encontrarem, eles trocam as ideias, cada homem vai embora com duas ideais’. Quem sabe é esse mesmo o sentido do nosso fazer: repartir idéias, para todos terem pão. (Cortella, 1998, p. 159).

DICAS DE GRAMÁTICA

QUAL O PLURAL DE DECRETO-LEI?

- Quando a palavra é formada por dois nomes com o mesmo estatuto e idêntica contribuição para o significado da palavra, ambos os elementos vão para o plural. Por isso, dizemos:

O decreto-lei -  Os decretos-leis.

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A vida da gente é feita assim: um dia o elogio, no outro a crítica. A arte de analisar o trabalho de alguém é uma tarefa um pouco árdua porque mexe diretamente com o ego do receptor, seja ele leitor crítico ou não crítico. Por isso, espero que os visitantes deste blog LINGUAGEM E CULTURA tenham coerência para discordar ou não das observações que aqui sejam feitas, mas que não deixem de expressar, em hipótese alguma, seus pontos de vista, para que aproveitemos esse espaço, não como um ambiente de “alfinetadas” e “assopradas”, mas de simultâneas, inéditas e inesquecíveis trocas de experiências.