No texto de hoje, trago aos leitores, aspectos da geografia da Língua Portuguesa, em países da lusofonia, em especial Angola, Portugal e Brasil. Essa geografia vem traduzida na variação diatópica da língua, especialmente na diversidade lexical.
Bicha – em Angola designa o homossexual. Em Portugal diz-se e no Brasil é .
Barona – Em Angola significa. No Brasil se diz . Em Portugal . No Brasil, é uma palavra pejorativa.
Chana – em Angola significa, ou seja, designa uma vegetação. No Brasil, em algumas regiões, é uma gíria para designar a genitália feminina.
Contratado – eufemismo que substituiu o termo escravo, no trabalho compelido a que os africanos nativos estavam sujeitos nas roças e fazendas, durante a época colonial do Estado Novo (regime Salazarista) português. No Brasil, chegou o “escravo”.Comboio mala – designação do comboio (trem) que transportava as malas do correio. Permaneceu em Portugal e no Brasil .
Semba - palavra que significa "umbigada". O <<>>, dança praticada em Luanda, deu origem ao samba brasileiro. Em vários momentos da dança os pares trocavam umbigadas. Trazida para o Brasil, por escravos oriundos de Angola, modificou-se e mudou de nome. Kizomba ou "Quizomba", palavra que foi usada no tema de carnaval da escola de samba Unidos de Vila Isabel, no Rio de Janeiro em 1988, é um tipo de música e dança angolana. Usa-se, no Brasil, a palavra, designativa de confusão. Quilombo – palavra originária do quibundo, dialeto africano, para designar "capital, povoação". No Brasil ganhou a significação de .Tukeia ou tuqueia – Peixe lacustre das anharas (savanas) do leste da Angola. Sanzala – palavra de origem angolana, com variação de , que significa cidade, aldeia africana. No Brasil, passou a designar o galpão onde dormiam os escravos.
Pirão ou funji - comida tradicional angolana. É uma espécie de papa, preparada com fubá ou farinha e, com este sentido, é palavra também empregada no Brasil. Aqui criou-se o ditado "Farinha pouca, meu pirão primeiro", significando que, em épocas de dificuldades, busca-se primeiro satisfazer a si próprio e depois aos outros. Moleque – palavra originária do quimbundo "mu'leke" = menino. No Brasil, assumiu, no correr do tempo, inúmeros significados, carinhosos ou pejorativos, conforme o emprego. Pode ser uma forma de tratar qualquer menino, independente da cor da pele ser branca ou negra, não necessariamente pejorativa. Pode, ainda, significar um indivíduo brincalhão, engraçado. Ou, ainda, se esbravejada contra um adulto, em tom de discussão,, estará significando um indivíduo sem palavra, um canalha, um cafajeste.
Os exemplos apenas ilustram a viagem das palavras de uma região para outra, dentro de uma mesma língua. É tema curioso, fascinante, que merece estudo acurado para mostrar que as palavras são fotografias da vida do homem no espaço físico-social.
Bicha – em Angola designa o homossexual. Em Portugal diz-se
Barona – Em Angola significa
Chana – em Angola significa
Contratado – eufemismo que substituiu o termo escravo, no trabalho compelido a que os africanos nativos estavam sujeitos nas roças e fazendas, durante a época colonial do Estado Novo (regime Salazarista) português. No Brasil, chegou o “escravo”.Comboio mala – designação do comboio (trem) que transportava as malas do correio. Permaneceu em Portugal
Semba - palavra que significa "umbigada". O <<>>, dança praticada em Luanda, deu origem ao samba brasileiro. Em vários momentos da dança os pares trocavam umbigadas. Trazida para o Brasil, por escravos oriundos de Angola, modificou-se e mudou de nome. Kizomba ou "Quizomba", palavra que foi usada no tema de carnaval da escola de samba Unidos de Vila Isabel, no Rio de Janeiro em 1988, é um tipo de música e dança angolana. Usa-se, no Brasil, a palavra
Pirão ou funji - comida tradicional angolana. É uma espécie de papa, preparada com fubá ou farinha e, com este sentido, é palavra também empregada no Brasil. Aqui criou-se o ditado "Farinha pouca, meu pirão primeiro", significando que, em épocas de dificuldades, busca-se primeiro satisfazer a si próprio e depois aos outros. Moleque – palavra originária do quimbundo "mu'leke" = menino. No Brasil, assumiu, no correr do tempo, inúmeros significados, carinhosos ou pejorativos, conforme o emprego. Pode ser uma forma de tratar qualquer menino, independente da cor da pele ser branca ou negra, não necessariamente pejorativa. Pode, ainda, significar um indivíduo brincalhão, engraçado. Ou, ainda, se esbravejada contra um adulto, em tom de discussão,
Os exemplos apenas ilustram a viagem das palavras de uma região para outra, dentro de uma mesma língua. É tema curioso, fascinante, que merece estudo acurado para mostrar que as palavras são fotografias da vida do homem no espaço físico-social.
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